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Fundaj conclui programação da 21ª Semana Nacional de Museus (SNM), nesta segunda-feira (22)
Após uma semana de oficinas educativas, debates, sessões de cinema, visitas acessíveis e sarau, a programação da 21ª Semana Nacional de Museus (SNM) foi encerrada na Fundação Joaquim Nabuco com a mesa de debate “Sustentabilidade, bem-estar e inclusão social”. Realizado nesta segunda-feira (22), na Sala Calouste Gulbenkian, no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, o encontro contou com a participação da professora Midia Tabajara, indígena da Aldeia Tabajara da Barra de Gramame, no litoral sul da Paraíba, o biólogo e policial militar da 1ª Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (CIPOMA), Hamon Dennovan dos Santos, e da bibliotecária e ativista ambiental, Laisa Araújo. O seminário desta segunda-feira contou com a presença de um grupo de estudantes do 3º ano do Ensino Médio do EREM Silva Jardim, do bairro do Monteiro.
De 15 a 22 de maio, alinhado com o tema “Museus, sustentabilidade e bem-estar”, definido pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), a programação da 21ª SNM foi realizada pelo Museu do Homem do Nordeste e Engenho Massangana, ambos equipamentos culturais da Fundaj vinculados à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca). Neste período, foram realizadas 13 atividades abertas ao público, entre palestras, ações educativas, oficinas, apresentações culturais, e visitas mediadas com acessibilidade. Para a ativista Laisa Araújo, ações como esta promovidas durante a SNM são essenciais para a conscientização ambiental da sociedade. “Acredito que a gente precisa ser a mudança que deseja ver no mundo. Não existe uma segunda versão do planeta Terra, que a gente tenha, então, o desejo de cuidar desse aqui ciente disso”, reforça a palestrante.
A estudante do EREM Silva Jardim, Ingrid Gomes, vivenciou no ambiente escolar a temática ativista abordada neste debate de conclusão. “A gente trabalha com os 5 Rs da sustentabilidade, que é pra repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar, e percebo como as ações ambientais precisam ser alinhadas com a conscientização social de forma ativa, um não caminha sem o outro”, atesta a estudante. A Coordenadora de Ações Educativas e de Ações Comunitárias do Muhne, Edna Maria da Silva, discorreu sobre a importância de programações especiais como as promovidas pela Fundaj. "Os debates promovidos com a Semana Nacional dos Museus exerceram esta permanência do exercício da esperança de dias melhores e possíveis, onde o bem-estar é uma realidade. É importante demais que a gente se reconecte com o nosso cuidado e a Semana também ajudou a garantir isto”, finaliza a coordenadora.
Oficinas
A 21ª Semana Nacional de Museus foi marcada por ações educativas como a “Oficina de produção de sabão”, realizada na terça-feira (16), onde os participantes aprenderam sobre a confecção do item de higiene a partir do óleo de cozinha usado. Contou, também, com edições da “Oficina Arteterapia e Sustentabilidade”, no Muhne, que recebeu estudantes da Escola Nilo Pereira, localizada no bairro de Casa Amarela, e do EREM Silva Jardim, no bairro do Monteiro, também no Muhne. Outra oficina realizada foi a de prática de Yoga, ministrada pela educadora Manoela Antunes.
Já no Engenho Massangana, na quinta-feira (18), uma turma de 28 alunos e dois professores da Escola Joaquim Nabuco, localizada no entorno do Engenho Massangana, participaram da oficina de plantio de mudas de hortelã e confecção de vasos autoirrigáveis produzidos com garrafas PET. A proposta da atividade foi proporcionar relaxamento por meio do contato com a terra e o prazer de produzir hortaliças incentivando o consumo de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos. Na sexta (19), aconteceu a “Oficina Sons da Natureza” contando com a participação de 50 alunos, entre 14 e 15 anos, do Colégio José Benjamin (Ipojuca-PE), a atividade ensinou a construir instrumentos, por meio de recursos naturais colhidos no próprio Engenho. No final da ação, o educador Enerson Antônio ainda explicou a relação do instrumento com as culturas indígenas no Brasil.
Manhã no HCP
Na manhã da quinta-feira (18), quem recebeu uma ação da 21ª Semana Nacional de Museus (SNM) foi o Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP). A atividade buscou promover um tempo de bem-estar para vidas que têm passado por momentos difíceis. Na ocasião, o público assistiu ao teatro de bonecos "O São João de Luzia", peça de comédia escrita pelo educador do Muhne e teatrólogo Cleyton Nóbrega. Os personagens da história foram interpretados pelo autor e pela educadora do Muhne e também atriz, Catarina Martins. Algumas peças do acervo do Muhne também foram levadas ao local para que quem tivesse presente pudesse conhecer e interagir com as mesmas. Muitos pacientes não podem se deslocar até o Museu, e a atividade foi pensada para levar o equipamento cultural até eles. Durante a manhã especial, o público também recebeu livros da Editora Massangana.
Debates
Durante a SMN, foram trazidos para o centro dos debates temas como o bem-estar social e espiritual na nossa sociedade. No Muhne, na noite de quarta-feira (17), foi realizada a roda de diálogo remota “Café Filosófico: Bem-estar, O que pensar e o que dizer”, onde um grupo da Educação para Jovens, Adultos e Idosos (EJA) pôde discutir com educadores do Muhne sobre o desafio de buscar o bem-estar em meio à tanta desigualdade social.
O Muhne também promoveu, na sexta-feira (19), a ação educativa “Resgatando raízes: catalogando as árvores do jardim do Munhe”, uma atividade muito especial com os estudantes da Escola Municipal Nilo Pereira. Sob a supervisão do professor Gustavo Henrique Aguiar e dos educadores Ângelo Araújo e Isabelle Lopes, os alunos realizaram uma pesquisa sobre as espécies de árvores existentes no jardim do museu e fixaram as placas indicando as 12 espécies que foram pesquisadas pela turma.
No Engenho Massangana, os debates realizados foram o encontro “Possibilidades de uso do Engenho Massangana” com conversa entre os monitores do Engenho e educadores do Cabo de Santo Agostinho, sobre as maneiras de ocupação e formação educativa dentro equipamento cultural da Fundaj e antiga casa de infância de Joaquim Nabuco. Finalizando as atividades da SNM no Engenho, foi realizado no sábado (20), um Sarau no terraço do casarão secular, que contou com a participação de moradores do entorno e integrantes da Academia Cabense de Letras (ACL), parceiro do Engenho Massangana nas edições do sarau. Com o microfone aberto, trechos de músicas e entrevistas de Elza Soares foram recitados, mostrando a potencialidade da fala de uma mulher negra que lutou por liberdade e contra o racismo no Brasil.
Por fim, a Fundaj ofereceu, no domingo, por meio do Muhne, uma aula sobre as histórias e as tradições das religiões de matriz africana durante a visita mediada à Exposição Memórias da Nação Xambá, localizada na Galeria Massangana, campus Gilberto Freyre da Fundaj, em, Casa Forte. A aula foi comandada pelo pesquisador e um dos curadores da mostra, o historiador Hildo Leal.