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Fundaj celebra a independência do Brasil
Dos mais de 500 anos que entrelaçam, para sempre, o Brasil a Portugal, lá se vão 200 com a antiga colônia portuguesa na América como nação independente. E desde então, não só os laços se mantiveram como ambos os países compartilham inúmeros traços culturais em comum, a começar pela língua. É para celebrar essa relação tão intensa que a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) inaugurou, nesta segunda-feira (21), a exposição sobre o Bicentenário da Independência do Brasil.
Fruto de uma parceria internacional com a Embaixada Portuguesa no Brasil, a Universidade de Coimbra, a Associação Portuguesa de Imprensa, o Instituto Camões e a Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP), a mostra segue em cartaz até 21 de maio na Galeria Massangana, localizada no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Ela reúne, ao todo, 38 documentos inéditos pertencentes à instituição de ensino portuguesa intrinsecamente ligados a momentos históricos das duas nações.
No dia 7 de setembro, data em que se completam os 200 anos da Independência, a exposição entra em exibição em solo lusitano, no Palácio da Universidade de Coimbra.
Cerimônia
A solenidade de abertura da exposição teve início às 17h na Galeria Massangana, com uma apresentação do Maestro Spok, que tocou todo o Hino Nacional e um trecho do Hino do Estado de Pernambuco. O presidente da Fundaj, Antônio Campos, agradeceu a presença dos parceiros no evento. “Os documentos do período colonial nos fazem viajar no tempo e promovem um encontro com as nossas origens. Na verdade, muito mais. Espelham a conquista, passo a passo, da nossa identidade, que é a construção da nossa própria história”, observou em seu discurso.
O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, ressaltou que esta é a primeira iniciativa institucional a celebrar o Bicentenário no Brasil “Os primeiros [eventos] são sempre muito importantes, porque mostram o caminho”, afirmou.
Vice-reitor da Universidade de Coimbra, João Nuno enfatizou o papel da instituição lusitana na formação de muitos brasileiros ao longo dos séculos e brindou a iniciativa. “É uma honra institucional, pessoalmente, prestigiar o momento em que Portugal comemora 200 anos da sua antiga colônia. Isto é algo que, de fato, nos deve orgulhar a todos”, destacou, acrescentando a importância do presidente da Associação de Imprensa de Pernambuco, Múcio Aguiar, para a realização da parceria.
O diretor de Programas do Ministério da Educação (MEC), Márcio Terra, se disse honrado em participar do evento. “As relações entre Portugal e Brasil remontam a cinco séculos, desde a descoberta do território brasileiro até os dias atuais, vinculados que são pela língua comum e pela ancestralidade luso-brasileira”, lembrou.
O presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, recordou outro fato histórico importante ao longo deste período: a travessia do Atlântico Sul pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que marcou as celebrações do centenário da Independência, em 1922. “Se falo isto, é porque há dois jornais sem os quais aquela travessia não seria possível. O Diário de Notícias de Lisboa, que lançou uma edição para colher fundos, e o Diario de Pernambuco, que, quando o último hidroavião se perdeu e os dois voadores estavam sem saber como terminar a viagem, ajudou a recolher os fundos para encomendar o último hidroavião. E estes dois jornais ainda existem hoje”, relembrou.