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Formação promovida pela Fundaj alia arte e educação na formação pedagógica
Arte e educação aliadas na busca por novos diálogos sobre o ensino: essa é a proposta da oficina "Entre Artes Visuais e Teatro: formação interdisciplinar de professores", promovida na manhã desta terça-feira (28/11), em aula da disciplina de Didática, ministrada pela professora Kathia Barbosa no Centro de Educação da UFPE (CE/UFPE). Mobilizando elementos teatrais e imagéticos, a formação foi ministrada pelas educadoras Niara Mackert Pascoal e Julia de Moura Régis, da Unidade de Artes Visuais da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj (Dimeca/Fundaj).
Participaram da formação universitários do cursos de Geografia, Matemática e Letras. Trata-se da segunda realização da atividade, que já havia sido organizada na última terça-feira (19/11), com estudantes de Educação Física, Matemática e Teatro. Após dinâmicas iniciais que estimularam a memória e corporalidade dos estudantes, as profissionais promoveram reflexões sobre educação e contextos de opressão na área educacional por meio da exibição do curta-metragem de animação “Alike” e do método Teatro do Oprimido, proposto pelo teatrólogo Augusto Boal, influenciado pela obra de Paulo Freire.
Divididos em grupos, os estudantes receberam imagens que ilustram situações de opressão e desigualdade em vários níveis. Em seguida, por meio de suas percepções e experiências, os grupos elaboraram situações onde há opressores e oprimidos, como a promoção de uma educação que não liberta. Com base em suas vivências e percepções, os grupos propuseram intervenções para a resolução do problema, buscando alternativas sociais e educacionais libertadoras.
Niara Mackert Pascoal destaca que o uso das dinâmicas com teatro e artes visuais pode colaborar grandemente com o processo educacional. “O que vemos como potência é que, tanto o teatro como a arte, trazem uma abertura muito grande para o diálogo”, pontua Niara. “Contamos o diálogo que estabelecemos ao tentar desfazer aquela situação de opressão como uma potência dentro da sala de aula. É um momento para refletirmos em coletivo”.
“O teatro vem para provocar a discussão a partir da vivência de cada um ali. Ele traz experiências práticas que se tornam algo coletivo. Algo que é meu, individual, se torna coletivo para traçar um diálogo em comum do grupo. Isso é muito importante no processo educacional e não pode ser perdido”, destaca Julia de Moura Régis. A formação é mais uma atividade promovida pelo projeto Confluências, da Unidade de Artes Visuais, centrado em atravessamentos entre arte e educação para a formação de educadores. A iniciativa já havia promovido formações para professores graduados e agora expande seus horizontes e perspectivas para os graduandos.
Uma das atividades, associada à exposição “Mutirão”, promovida no 9º Encontro de Pesquisas Educacionais em Pernambuco (EPE-PE), despertou o interesse da professora Kathia, que convidou as educadoras para a formação, visando uma renovação na interação do professor com o aluno e o conhecimento. “Quando vi o trabalho das meninas, pensei essa possibilidade de começarmos um semestre ressignificando esse lugar de criação, participação e interação”, pontua a docente.
A mescla de saberes gerou manifestações positivas por parte dos educadores em formação. Ryan Santos, monitor da disciplina e estudantes de Letras/Português da UFPE, que pretende adotar métodos semelhantes em sua atuação profissional. “[O processo educacional] não precisa ser aquela coisa maçante, aquela mesmice, mas sim uma coisa diferente onde essas oportunidades de pensamento surjam, nessa conversa e nessa interação entre eu, professor, os alunos e entre eles”, destacou.
Exposição Mutirão - Em cartaz de maio até o início de novembro deste ano na Galeria Vicente do Rego Monteiro, a exposição Mutirão, promovida e produzida pela Fundaj por meio da Unidade de Artes Visuais/Dimeca, reuniu mais de 200 itens pertencentes a diversas coleções públicas e privadas, incluindo fotografias, folders, cartazes, documentos, filme, objetos, jornais, livros e obras de artistas de algum modo associados ao Movimento de Cultura Popular (MCP), tais como Abelardo da Hora, Francisco Brennand, Guita Charifker, Maria Carmen e Wilton de Souza. A mostra apresentou uma história possível do MCP apoiada em fotografias, documentos e trabalhos de artistas que dele faziam parte.