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Feirinha do Museu do Homem do Nordeste incentiva consumo de alimentos livres de agrotóxicos
A Feira de Orgânicos do Museu do Homem do Nordeste (Muhne) agrada não só os servidores e terceirizados da Fundação Joaquim Nabuco, como também conseguiu nutrir um elo de fidelidade com a vizinhança no entorno do aparelho cultural, em Casa Forte. Comemorando em dezembro do ano passado, seis anos das atividades da feirinha, as tendas de frutas e hortaliças sem agrotóxicos continuam fazendo sucesso nas manhãs de quinta-feira na Fundaj.
Das 6h até às 12h, três estandes de verduras ocupam o caminho até a entrada do Muhne e disponibilizam ao público uma gama variada de alimentos nutritivos. O que poucas pessoas sabem é que, na verdade, as agricultoras Valdenice Santos, conhecida pelos fregueses como dona Nice, Rejane Cândido e Marcione Maria da Silva já estão desde às 3h da madrugada no pátio do museu. Moradoras do município de Chã Grande, localizado no agreste pernambucano, as três chegam cedo para a montagem das barracas e também para a separação das encomendas dos seus clientes.
Marcione tem 38 anos e vende na feirinha desde a sua abertura. Residente de Sítio Palmeiras, em Chã Grande, a agricultora planta um pouco de tudo, entre as hortelãs e os fartos espinafres expostos no estande, com o auxílio dos seus pais Jurandir e Irene, que também comercializam seus orgânicos em outros espaços na zona norte do Recife. Marcione confessa que já pensou em desistir de vender na cidade, mas foi convencida por uma parente a dar uma chance à "nova feirinha que estava para abrir no museu em Casa Forte”, como explicou. “Tenho que ajudar com o sustento da família, sou avó de gêmeos!”, diz sorridente. “Estou aqui desde o início e não fui embora mais”.
Para além das pessoas que circulam pela feira, a maioria dos pedidos às agricultoras é feita online, por meio de um aplicativo de conversa. O sistema de organização foi arquitetado durante a pandemia do covid-19, como uma medida de proteção para evitar aglomerações na feirinha, e persiste até os dias atuais. Simples e prático, o método fideliza os clientes ao espaço do Muhne.
Uma dessas freguesas é a técnica em enfermagem, Ana Valéria Pereira. Aos 60 de idade, a profissional de saúde frequenta os estandes de ervas e verduras desde 2017, pois trabalha em um posto próximo ao Muhne. Segurando um punhado de mastruz e erva cidreira para levar para casa, ela explica a importância das plantas no seu processo de cura. “Isso aqui é uma verdadeira farmácia”, atesta. “Estou fazendo uma dieta bem restritiva, por causa da minha esteatose hepática, mas vou tentar seguir uma alimentação mais natural possível para viver melhor!”.
SERVIÇO:
Feira de Orgânicos do Museu do Homem do Nordeste
Todas às quintas-feiras
Das 6h às 12h
Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte