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Exposições, debates e exibição de filme compõem programação da Fundaj na Primavera dos Museus
Enxergar os museus como espaços atuantes na promoção da inclusão social e da diversidade é um passo importante para se construir um país mais democrático. Pensando nisso, a 17ª Primavera dos Museus, evento coordenado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), terá como tema “Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”. O Museu do Homem do Nordeste (Muhne) e o Engenho Massangana, equipamentos culturais vinculados à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), participarão da programação nacional entre os dias 19 e 22 de setembro.
Para o Coordenador-Geral do Muhne, Moacir dos Anjos, “trata-se de tema de grande importância por estimular os Museus brasileiros a refletirem – a partir de suas coleções e programas públicos – tanto sobre as violências que fundaram e estruturam as formas de sociabilidade vigentes no país quanto às formas de resistir continuamente a elas. Violências que historicamente normatizaram o racismo no Brasil e que combateram quaisquer afirmações dissidentes de gênero, inclusive no campo da cultura e da arte. Ativar a memória dessas violências e das resistências a elas por meio de ações diversas é contribuir para fortalecer e alargar o significado de democracia no país. Nesse sentido, o tema proposto pelo Ibram para a 17ª Primavera dos Museus importa menos por seu caráter episódico e mais por fazer recordar que este é o papel e a missão principal dos museus – não somente por meio de ativações temporárias, mas de modo integrado a suas atividades permanentes”.
A presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, destaca a iniciativa e sua contribuição para a compreensão da identidade do povo brasileiro. Em veio semelhante, a coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne, Edna Silva, diz que “a temática deste ano traz à tona algo que desde sempre precisa ser discutido, ouvido e ser pauta nas instituições que oferecem serviço ao público, buscando sempre respeito à diversidade, às diferenças e às semelhanças. A ideia é que a gente faça essa temática perdurar com outras pesquisas, ampliando o estudo do acervo, a escuta e o diálogo com pessoas que se interessem pelo tema e queiram colaborar conosco”.
A programação conta com atividades presenciais e virtuais. O Engenho Massangana, localizado no Cabo de Santo Agostinho, recebe o público para visitas às exposições “Pra deixar de ser ‘pra inglês ver’”, do artista Jeff Alan, e “Masanganu: Memórias Negras”, inauguradas em 2022 com o objetivo de exaltar as vivências negras. A primeira acolhe 12 pinturas que retratam importantes personalidades negras da cultura afro-brasileira e do abolicionismo. Já a segunda, mostra um acervo de documentos históricos pertencentes à Fundaj e ao Museu da Abolição junto a obras artísticas contemporâneas sob uma perspectiva decolonial da escravidão brasileira.
Além das mediações culturais no Engenho, integra a programação da 17ª Primavera dos Museus a exibição, no Museu do Homem do Nordeste, de fotografias e objetos que pertenceram ao babalorixá Mário Miranda/Maria Aparecida, Rei da Umbanda de Pernambuco, incluindo artefatos e roupas usados em cerimônias religiosas e em celebrações carnavalescas. Esta será a primeira vez que parte deste acervo, pertencente ao Muhne, será mostrado ao público, promovendo o diálogo e trânsito entre Umbanda, carnaval e questões de gênero e sexualidade.
A abertura da Intervenção Mário Miranda/Maria Aparecida contará com o pesquisador Nairam Santana e Rosalira dos Santos Oliveira, pesquisadora aposentada da Fundaj, mais a exibição do curta "Babalorixá Mário Miranda, Maria Aparecida no carnaval" (1974), de Jomard Muniz de Britto. O Muhne, espaço de memória e cultura localizado no campus Gilberto Freyre da Fundaj, no bairro de Casa Forte, promoverá, ainda, uma mesa redonda virtual, por meio do Google Meet, com as artistas Mun-ha e Karolina Kalor. O Café Filosófico vai debater e refletir sobre a produção artística negra no estado de Pernambuco e as trajetórias de vida e trabalho afrocentrado.
Serviço:
Fundaj na 17ª Primavera dos Museus
Data: 19 a 22 de setembro
Local: Engenho Massangana, Museu do Homem do Nordeste, Fundação Joaquim Nabuco e Google Meet
Evento gratuito
Programação:
19 de setembro - 09h às 16h30
VISITA MEDIADA - Visita mediada às exposições “Pra deixar de ser ‘pra inglês ver’”, do artista Jeff Alan e “Masanganu: Memórias Negras”.
Local: Engenho Massangana. Rod. PE-60, s/n - Cabo de Santo Agostinho, PE, 52061-540
20 de setembro - 19h às 21h
MESA REDONDA VIRTUAL - Café Filosófico com as artistas Mun-ha e Karolina Kalor discutindo a produção artística negra no estado de Pernambuco por meio de trajetórias de vida e de trabalho afrocentradas.
Local: Google Meet
21 de setembro - 14h às 17h
EXPOSIÇÃO – Abertura da intervenção expográfica no Museu do Homem do Nordeste, com acervo do babalorixá Mário Miranda / Maria Aparecida, exposto pela primeira vez ao público.
EXIBIÇÃO DE FILME - Exibição do filme “Babalorixá Mário Miranda, Maria Aparecida no Carnaval” (1974), do cineasta Jomard Muniz de Britto
MESA REDONDA - O pesquisador Nairam Santana da Cunha e a pesquisadora aposentada da Fundaj Rosalira dos Santos Oliveira vão conversar sobre a produção artística/cultural do babalorixá Mário Miranda / Maria Aparecida.
Local: Sala Calouste Gulbenkian, no campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte
22 de setembro - 09h às 16h30
VISITA MEDIADA - Visita mediada às exposições “Pra deixar de ser ‘pra inglês ver’” do artista Jeff Alan e “Masanganu: memórias negras”.
Local: Engenho Massangana. Rod. PE-60, s/n - Cabo de Santo Agostinho, PE, 52061-540