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Exposição da Fundaj sobre Edson Nery da Fonseca é aberta em Olinda
Os sons das cordas, madeiras e percussão da Orquestra dos Meninos de São Caetano, no Mosteiro de São Bento, deram início à programação de abertura da exposição "As 7 vidas de Edson Nery da Fonseca", na tarde desta segunda-feira. A mostra realizada pela Fundação Joaquim Nabuco, em Olinda, traz uma exposição composta por fotografias de gatos, uma das paixões do bibliotecário, como forma de celebrar o centenário do seu nascimento. Tudo isso ocupando o Ateliê Arte Machê Café, no número 90 da Rua do São Bento, na mesma casa onde o homenageado morou.
"Para mim falar sobre Edson Nery da Fonseca é uma alegria. Diria que aprendi muito com ele, passei a admirar ainda mais a poesia após conhecer o seu trabalho. Sem dúvida é uma inspiração para todos nós que apreciamos a literatura", afirmou o presidente da Fundaj, Antônio Campos.
O diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, Mario Helio, também celebrou a vida e obra de Nery da Fonseca, destacando suas diversas nuances. "A ideia de promover este evento é que todos nós tenhamos contato com Edson. Ele era um homem de grandes paixões e de se dedicar de corpo e alma onde estivesse", frisou.
Amor pelos gatos
A casa de Edson já foi um tempo felino e, por isso, a exposição foi nomeada “As 7 vidas de Edson Nery da Fonseca”. Com registros da fotógrafa e jornalista Malu Didier e curadoria de Mario Helio e da jornalista Karla Veloso, a mostra conta a história de sete gatos que representam, de certa forma, uma parte de Nery.
Uma delas é Lana, a gata que aprende a tirar de letra os males dos humanos e as agruras do mundo. A exposição ainda conta com os passeios e "espreguiçadas" de Maria, Boris, Ella, Mapa, Thaís/Cajá e Rabiola. Cada um deles abraça nas paredes que sustentam a antiga casa do escritor e bibliotecário uma ideia e um sentimento que representam a paixão pela arte, pela literatura e pela vida.
Apresentações
A jornalista, escritora e professora de artes, Geórgia Alves, fez um recital poético em homenagem ao escritor. "Edson Nery é inteligência de arquivo e memória e deixou um legado para uma geração que vai se estender para os netos dos nossos netos. Estar na casa dele é como tocar a obra e o coração", celebrou. Além dela, o Maestro Mozart também se apresentou, cantando músicas que refletem a paixão pelo Recife e por Olinda.
Sobre Edson Nery da Fonseca
Edson Nery da Fonseca é considerado o papa da biblioteconomia no Brasil e teve papel imprescindível na criação dos primeiros cursos universitários da especialidade. Ele lutou pela criação da Biblioteca Central, da Universidade de Brasília (UnB), onde formatou também o curso de Biblioteconomia. Já no Distrito Federal, Nery da Fonseca tem sua assinatura no acervo da biblioteca do Palácio da Alvorada. Coube a ele a compra, tombamento e catalogação dos exemplares.
O Recife, sua cidade natal, não poderia ficar de fora das contribuições do escritor: ele fundou o primeiro curso de Biblioteconomia do Nordeste e reformou as bibliotecas da Faculdade de Direito e da Escola de Engenharia. O bibliotecário ainda foi um forte defensor da informatização dos acervos, inovando e modernizando o pensamento da época.
Dentre os orgulhos de Nery da Fonseca, estava o título de maior especialista da obra do sociólogo e escritor Gilberto Freyre. Foi também amigo pessoal do autor de “Casa Grande & Senzala” e idealizador da Fundaj por 47 anos. Pela Editora Massangana, da Casa, ele lançou títulos como “Um livro completa meio século” (1983), um ensaio sobre o maior clássico freyriano, e “Em torno de Gilberto Freyre” (2007).
Serviço
Exposição "As 7 vidas de Edson Nery da Fonseca"
Local: Ateliê Arte Machê Café, Rua do São Bento, nº 90, Olinda
Data: até 31 de dezembro, de domingo a domingo, das 14h às 19h