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Exposição “Jeff Alan: pra deixar de ser ‘pra inglês ver’” chega ao fim no Engenho Massangana
Inaugurada em agosto de 2022, no casarão onde Joaquim Nabuco viveu até os oito anos de idade, no Engenho Massangana, equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a exposição “Jeff Alan: pra deixar de ser ‘pra inglês ver’" exaltou as vivências negras, que permearam aquele espaço ao longo dos anos. Agora, após receber mais de 12 mil visitantes, número só de 2023, a mostra chega ao fim no próximo domingo (25).
A exposição foi inaugurada no aniversário de 173 anos de nascimento do abolicionista Joaquim Nabuco, ao lado da exposição “Masanganu: memórias negras". “Jeff Alan: pra deixar de ser ‘pra inglês ver"' traz imagens ressignificadas de importantes personalidades negras da cultura afro-brasileira e do abolicionismo, como André Rebouças, Luís Gama, José do Patrocínio, Machado de Assis e Carolina de Jesus, além de figuras do cotidiano atual que vivem na Comunidade Massangana, vizinha ao Engenho.
“A exposição foi concebida especialmente para o Engenho Massangana e marcou a reabertura do espaço. Agradecemos imensamente ao artista Jeff Alan por ter aceito o desafio de nos ajudar a fortalecer o Engenho como lugar de conhecimento e arte e que desde 2022 prioriza a apresentação de poéticas de artistas negros e negras”, destacou comenta a servidora da Fundaj Silvia Barreto, da Divisão de Estudos Museais do Museu do Homem do Nordeste (Muhne).
Ao inaugurar a exposição, ainda em 2022, o artista Jeff Allan ressaltou a importância de não deixar o passado escravocrata do engenho cair no esquecimento. “Acho importante a gente não esquecer que mais de 50 negros foram escravizados aqui. Que aqui foi um celeiro de tantas dores, de tantos sonhos interrompidos. E trago isso em minha obras. Retrato personalidades negras, abolicionistas, músicos, escritores, mas a gente sabe que isso não vai mudar a história que já está enraizada aqui. Porém, a partir do momento que a gente traz essa exposição, eu espero que isso nos leve a reflexões, a buscar saber quem são essas pessoas, e o legado que cada uma deixou. Que isso seja um pingo de esperança para possíveis mudanças num futuro próximo. A minha pintura fala muito sobre mim, sobre os meus. São 12 pinturas, mas que tem milhões de pessoas retratadas em cada obra dessa”, revelou o pintor.
Serviço:
“Exposição Jeff Alan: pra deixar de ser ‘Pra inglês ver’”
Até o domingo, 25 de fevereiro
De terça a sábado, das 9h às 16h e domingo, entre 10h e 15h
Engenho Massangana, Rod. PE-60, s/n - Cabo de Santo Agostinho