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Encontros e paternidade abordados em sessão debate no Cinema da Fundação
O Cinema da Fundação recebeu, nesta quarta-feira (07), a sessão debate do longa-metragem “Estranho Caminho”. O encontro aconteceu na Sala Derby e contou com a presença do diretor Guto Parente e do coordenador do Cinema, Luiz Joaquim. O Cinema da Fundação é vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
O drama fantástico conta a história de um jovem cineasta que visita sua cidade natal quando é surpreendido pelo rápido avanço de uma pandemia. O protagonista precisa encontrar seu pai, com quem não fala há mais de dez anos e, após o primeiro encontro, coisas estranhas começam a acontecer. O filme conta com atuação de Lucas Limeira, Carlos Francisco e Tarzia Firmino.
O coordenador do Cinema da Fundação destacou a forma como o diretor transita de um contexto tenso para um bem humorado e celebrou elementos fortes no longa, como o som. “O cinema hoje tem poucos desafios porque vivemos uma grande saturação de imagem. Tenho percebido que a mim tem afetado de maneira muito transformadora o som no cinema e Estranho Caminho tem um som muito valioso”, pontuou Luiz Joaquim.
Após a exibição, o público compartilhou reflexões com o diretor a respeito da sensibilidade na escolha da temática, do processo de escolha do elenco, da construção do roteiro e da composição da narrativa. “A ideia era fazer um desenho de som que carregasse a subjetividade do personagem nessa trajetória que ele vive”, explicou Guto. O diretor falou, ainda, sobre como o título é pessoal e autobiográfico em diversos aspectos. “Depois que meu pai faleceu eu fui sentindo cada vez mais uma vontade grande de fazer um filme para ele e para pensar a nossa relação, como um processo de me reconectar com ele e pensar esse lugar da nossa relação”, contou.
A produtora de distribuição e curadora Rayanne Layssa refletiu sobre o tempo em que o filme se passa, na pandemia do coronavírus, e como o diretor costura a temática à narrativa. “Eu gostei muito do filme. Acho que Guto sabe brincar com essa questão do terror e do lúdico e também achei muito interessante como o filme propõe usar o tempo histórico da pandemia para poder construir uma narrativa”, afirmou.
Em cartaz na Sala Derby do Cinema da Fundação, “Estranho Caminho” foi lançado no Festival de Tribeca (Estados Unidos), onde conquistou prêmios nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro, para Guto Parente, Melhor Fotografia, para Linga Acácio, e Melhor Atuação, para Carlos Francisco.