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Em Visita Acessível, crianças do grupo T.E.Acolher de Jaboatão dos Guararapes participam de atividades no Museu do Homem do Nordeste e do Cinema da Fundação
Crianças do grupo TE-Acolher atendidos na USF Curcurana III, pela Secretaria de Saúde do município de Jaboatão dos Guararapes, participaram de mais uma edição do projeto “Visita Acessível”, realizada nesta quarta-feira (14).
Por meio da integração do Museu do Homem do Nordeste (Muhne) e do Cinema da Fundação/Museu, as crianças conferiram a Mostra de Curtas Acessíveis, da Sessão Índigo. As animações escolhidas foram “Salu e o Cavalo Marinho”, “A Árvore do Dinheiro” e “Bia Desenha”.
“Estou muito animado, gosto muito de desenho. O museu também é muito legal e importante para todos que estão aqui”, disse o estudante Júlio César, 9 anos, que estava acompanhado por sua mãe, Flávia Carolina da Silva. “Essa iniciativa é maravilhosa porque muitas vezes não conseguimos sair com eles para locais que tenham essa estrutura organizada e acolhedora. É a primeira vez que estamos no museu e no cinema”, comentou Flávia.
Para o chefe da Divisão de Acessibilidade do Cinema e Cinemateca Pernambucana da Fundaj, Túlio Rodrigues, é fundamental que os espaços possam se comunicar entre si para que a acessibilidade seja assegurada aos visitantes.
“Temos o privilégio de dentro de um único espaço termos o Museu de um lado, e o Cinema de outro, e a gente consegue permitir que numa única visita essa criança, adolescente e adulto, consigam ser afetados por esses equipamentos. Não adianta termos um complexo se eles não conversam e não conseguem ofertar uma acessibilidade mais justa, mais adequada às pessoas com deficiência”, explicou Rodrigues.
Em seguida, as crianças do TE-Acolher participaram de uma visita guiada pelo Museu do Homem do Nordeste, para conhecerem mais de perto a cultura da região. O espaço contém cerca de 20 peças do acervo, que são disponibilizadas para que os visitantes possam tocá-las, tornando o passeio ainda mais interativo.
A Coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne, Edna Silva, destaca que a Visita Acessível só é possível graças a uma parceria que vai muito além da organização institucional.
“Precisamos das parcerias afetivas que transitam dentro dos processos atitudinais, que vão desde o comportamento, as tomadas de decisões, até a forma como você recebe o público. Tudo isso é uma forma de acessibilidade. O grupo como recebemos aqui hoje, majoritariamente com o Transtorno do Espectro Autista, se o nosso olhar e a forma de recebê-los não for similar ao processo de convivência que eles já possuem em suas casas e nos centros de apoio, eles não se sentirão pertencentes ao local”, afirmou Edna.
Para aperfeiçoar a recepção dos diversos grupos de pessoas com deficiência, a Coordenadora-Geral de Planejamento de Gestão de Pessoas, Mary Pimentel, anunciou na ocasião, que será realizada uma capacitação sobre Neurodiversidade, com foco em deficiência audiovisual, para os educadores e monitores da instituição.
“Estamos ajudando a receber as pessoas e ter esse olhar do que falta para acolhê-los da melhor forma possível. E uma das questões visualizadas é que precisamos realizar junto com os monitores uma capacitação para atender as demandas de cada grupo que participa dessas visitas”, explicou.
A programação da Visita Acessível também é observada como uma importante ferramenta de estímulo ao acesso às atividades cognitivas que fazem parte do desenvolvimento global dos visitantes. "O passeio ao museu e ao cinema com acessibilidade mostra para os pais e responsáveis que é possível ter uma vida normal", destacou Karen Lacerda, médica da USF Curcurana III. A médica atesta que essa é uma forma de estimular os país a participarem com os filhos não só das questões dentro de uma unidade de saúde, mas de ações que as inserem na sociedade.