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Em março, Cinema da Fundação destacou produções audiovisuais feitas por mulheres
Vivenciar o cinema a partir da perspectiva das mulheres pernambucanas é uma experiência única. Neste sentido, o Cinema da Fundação, equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), recebeu, ao longo do mês de março, o projeto Março das Minas, iniciativa do Porto Digital em parceria com a Fundaj e com a Cinemateca Pernambucana, e a primeira edição do Cine Naíde Teodósio, em parceria com a Secretaria da Mulher de Pernambuco, a Secretaria de Educação e Esportes e o Porto Digital. As exibições foram realizadas na Sala Porto.
A Fundação tem o compromisso de contribuir para afirmar o protagonismo das mulheres no campo da cultura e da educação. “Dar visibilidade às produções de cineastas mulheres em equipamentos da Fundaj é demonstrar na prática os compromissos com uma sociedade mais igualitárias”, ressalta a presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar.
As iniciativas visam fortalecer e estimular a divulgação das produções de cineastas mulheres através da sétima arte. “Estou encantada com a mostra de filmes por proporcionar um espaço onde as obras feitas por mulheres recebem o merecido protagonismo. O Cinema da Fundação está de parabéns por abraçar essa iniciativa, e espero que outros cinemas sigam esse exemplo e invistam mais em projetos que valorizem a diversidade e o talento feminino”, disse a estudante universitária Luiza Santana.
O Projeto Março das Minas exibiu filmes do acervo da Cinemateca Pernambucana “A felicidade não é deste mundo”, dirigido por Séphora Silva e que retrata as relações entre tempo, perdas e felicidade, “Amor, plástico e barulho”, de Renata Pinheiro, que, tendo a cena do brega como pano de fundo, narra histórias de sonhos, fama e um mundo descartável, e "Recife de Dentro Pra Fora", dirigido por Katia Mesel e é inspirado em poema de João Cabral de Melo Neto e sua relação com o Capibaribe.
Para a estudante de ciência da computação, Sofia Lorena, a proposta de levar produções de mulheres é muito importante. “É muito bom acompanhar esse tipo de produção, nesse lugar tão significativo e de convivência com mulheres que querem trabalhar com isso. É algo que é raro, mas é muito valioso”, disse.
O Cinema da Fundação também acolheu a primeira edição do Cine Naíde Teodósio, que tem o objetivo de dar visibilidade aos roteiros contemplados pelo Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero. Foram duas sessões gratuitas, que reuniram o público para assistir aos curtas-metragens Pega-se Facção, de Thais Braga, Iluminadas, de Gabi Saegesser, Tantas Marés, de Micheline Américo, e Milagres, uma produção de Ana Andrade.
A história de um território, as vidas e o trabalho pelas mãos das mulheres. Os quatro documentários com narrativas que entrelaçam a importância feminina em Pernambuco levaram o público a debates e reflexões importantes. Dentre os grupos participantes estiveram estudantes e professores da Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano e colaboradores da Fundação Fé e Alegria e mulheres que fazem parte do Centro da Mulher Pernambucana Júlia Santiago, de Brasília Teimosa.
Após a sessão, os grupos fizeram uma leitura crítica das obras, destacando aspectos importantes como a forma que as relações de gênero, a gentrificação e as políticas públicas se costuram nos vídeos com as vidas das mulheres.
Para a gerente de Formação em Gênero da SecMulher e coordenadora do Cine Naíde Teodósio, Ianne Galvão, fazer o resgate dessas obras é muito importante. “Também é uma oportunidade para a gente interiorizar esse acesso à cultura e às histórias das mulheres pernambucanas”, destacou.