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Egressa do ProfSocio da Fundaj recebe premiação da Secretaria da Mulher de Pernambuco
Como refletir com os adolescentes o tema da violência de gênero, doméstica e familiar contra a mulher e a Lei Maria da Penha de forma lúdica? Esse foi o ponto de partida para que a professora e pesquisadora egressa do Mestrado Profissional em Sociologia da Fundação Joaquim Nabuco (ProfSocio/Fundaj), Cristiane da Silva Freitas Oliveira, desenvolvesse o jogo “Vidas Maria”. O trabalho recebeu o Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero, da Secretaria da Mulher de Pernambuco, na última quinta-feira (07), e será impresso e distribuído nas escolas do estado. Na Fundaj, o ProfSocio é coordenado pela Diretoria de Formação Profissional e Inovação (Difor).
A premiação, que chegou em sua 13ª edição, busca estimular o debate crítico sobre as relações de gênero e contempla artigos científicos, relatos de experiência pedagógica, projetos de experiência pedagógica, redações e roteiro para documentário digital de curta metragem. Além da Fundaj, o prêmio conta com a parceria da Secretaria de Educação (SEE), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTECI), da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).
Intitulado JOGO VIDAS MARIA: UM MATERIAL DIDÁTICO SOBRE A LEI MARIA DA PENHA, o trabalho de conclusão de curso de Cristiane Oliveira que resultou no material didático “Vidas Maria” foi orientado pela historiadora e pesquisadora da Fundaj, Cibele Barbosa. Para estimular o pensamento crítico e auxiliar estudantes a identificar casos de violência doméstica e familiar a partir da Lei Maria da Penha, Cristiane levou para as salas o debate sobre a formação histórica e cultural da sociedade patriarcal brasileira, refletindo e reconstruindo contos de fadas e discutindo sobre a importância do empoderamento feminino de forma lúdica, dinâmica e acessível.
“Para mim, a construção de Núcleos de Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência contra a Mulher é uma verdadeira semeadura de esperança, pois a construção de uma sociedade justa e igualitária passa pela igualdade de gênero e pela segurança e bem-estar das nossas mulheres e meninas”, contou Cristiane, que também está matriculada no Curso de Especialização em Gênero, Desenvolvimento e Políticas Públicas: práticas Educacionais, da Fundaj.
Testado com estudantes dos 2º e 3º anos na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) de Belo Jardim, “Vidas Maria” é um jogo de trilha inovador e inédito. Ele reúne a história de mulheres importantes da história brasileira, como Maria da Penha, Anastácia e Marielle Franco. “É um jogo que leva à esperança. O nome Vidas Maria está no plural porque são as possibilidades de vidas que uma mulher pode ter para além daquele ciclo de violência”, celebrou a pesquisadora.
A gestora Galva Cristiane, gestora da EREM Belo Jardim, afirma que a comunidade escolar recebeu o projeto Vidas Maria de forma acolhedora. “Alguns pais falaram conosco e afirmaram que o jogo foi motivo de conversa em casa e que, muitas vezes, não tinham essa abertura”, completou. O evento premiou, ainda, estudantes do ensino médio, técnico subsequente, graduação e pós-graduação, além de professores e professoras do ensino médio e técnico subsequente de todo o estado de Pernambuco e contou com apresentações culturais e uma palestra sobre representatividade de mulheres e meninas na ciência.