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Domingo dos Pequenos da Fundaj une diversão e conhecimento sobre o patrimônio imaterial do Nordeste
O evento "Tesouros do Nordeste" do Domingo dos Pequenos na Fundaj reuniu a criançada no Museu do Homem do Nordeste (Muhne) neste domingo (14). O equipamento espaço cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj ofereceu uma tarde repleta de diversão e aprendizado para crianças do Lar Tia Socorro, de Jaboatão dos Guararapes, e da Casa da Criança Marcelo Asfora (CCMA), do Recife, além do público em geral. Juntos, participaram de uma emocionante caça ao tesouro, na área externa do Museu, explorando os bens culturais imateriais da região.
A cada "tesouro" descoberto, elas imergiram na rica história e significado do objeto encontrado, como a ciranda, o maracatu, a tapioca, a cajuína, entre outros. Além disso, as crianças e suas famílias participaram de uma Ilha de Pintura e Visita ao Acervo do Muhne. Foi uma oportunidade de incentivar a educação patrimonial, proporcionando acesso à cultura e à informação de forma lúdica e envolvente.
"A experiência foi boa porque tem muita coisa para fazer. No Museu tem muito para ver e aprender, você pode sair de casa e aprender mais um pouco. Aprendi sobre os povos indígenas, sobre o bumba meu boi, temos brincadeiras, então foi muito bom", disse Kauã Henrique, de 10 anos.
A atividade foi conduzida pela equipe de ações educativas do Muhne e teve a presença da presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, e da coordenadora de Ações Educativas e de Ações Comunitárias do Museu do Homem do Nordeste, Edna Silva. "Mais uma vez, o Domingo dos Pequenos está sendo concorrido, com muitas crianças, muito contentamento e satisfação no desenvolvimento das atividades que são importantes pelo lado da diversão, mas também pelo lado da aquisição de novos conhecimentos, numa imersão cultural. A exposição de hoje diz muito, significa uma apropriação de uma riqueza imaterial e isso para as crianças é algo extremamente valioso, que vão levar para a vida toda", afirmou a presidenta Márcia Angela.
O Domingo dos Pequenos, que é voltado não somente às crianças, mas a todos os públicos, emocionou adultos presentes. A educadora Valéria da Penha esteve pela primeira vez no museu e se disse encantada com o aprendizado adquirido. Ela atua no Lar Tia Socorro, que atende cerca de 60 crianças no entorno de Prazeres, de localidades como Cajá, Guararapes e Córrego da Rosa. "Eu digo que as crianças que me trouxeram. Com 53 anos, foi a primeira vez que estive no museu. Foi uma experiência muito gratificante. É muito lindo esse museu, ele traz uma reflexão de como o nordestino vivia no passado. Se hoje já é difícil para nós da comunidade, imagina como era para eles. Essa visita vai ficar na cabeça das crianças para o resto da vida", comentou.
A obra Da Lama ao Caos que representa moradias feitas em condições precárias também foi destaque. A peça é da artista plástica pernambucana Elizângela Maria do Nascimento, conhecida como Elizângela das Palafitas e busca homenagear Josué de Castro (1908-1973), que dedicou sua produção científica e intelectual ao estudo da fome no Brasil e no mundo. "A visita foi excelente, as crianças adoraram a caça ao tesouro, foi um passeio ideal para elas aprenderem. Já eu gostei do Museu, quando vimos uma representação em maquete de uma comunidade me tocou muito, porque eu morei em barraco de tábua, de um vão, e o pai do meu filho também morou em palafita. Então, fiquei emocionada", contou Yasmin Melo, que estava acompanhada dos três filhos: Ítalo, 12, Miguel, 4, e Elisa, 10 meses.
A coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias, Edna Silva, explicou o objetivo da equipe do educativo com a ação. "A gente buscou dar ênfase ao patrimônio imaterial, a ideia foi ter uma caça ao tesouro, com oito representações desse patrimônio na região Nordeste. As crianças procuraram caixas escondidas pelo jardim, pelo Museu, e a partir disso conheceram um pouco mais da nossa cultura, seja a identidade comestível, a dança, a religiosidade, as representações vivas. E tivemos como pano de fundo uma oficina na qual as crianças discutiram esse patrimônio", concluiu.