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Digitalização do acervo da Fundaj iniciada
Entre livros, iconografias, gravações sonoras e outros arquivos, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) tem sob seus cuidados documentos históricos e bibliográficos, divididos entre a Biblioteca Blanche Knopf, o Museu do Homem do Nordeste (Muhne) e o Centro de Documentação e Pesquisa. A digitalização desse patrimônio foi iniciada e será disponibilizada ao público, podendo ser acessada de qualquer lugar do Mundo pelo sistema SophiA Acervo.
Os referenciais de cada item catalogado pela instituição estão disponíveis no banco de dados digital. Na plataforma, utilizada por órgãos como a Biblioteca Nacional, estão contidas informações como a autoria, ano e local de origem. Futuramente, também será possível acessar, por meio do software, as imagens dos arquivos digitalizados. Além dos três equipamentos já contemplados, também serão posteriormente incluídos na iniciativa as produções acadêmicas da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes).
Em meio às preciosidades dos acervos, é possível encontrar obras que remontam ao Brasil Holandês, abrangendo o período colonial até a atualidade. “São informações descritivas dos documentos. Todo o legado da Fundação Joaquim Nabuco já foi migrado e está on-line, disponível para acesso. E, com a digitalização do acervo, que acontece em paralelo, nós vamos alimentando o sistema com as versões digitais desses documentos. Isso amplia o acesso à informação. O usuário não precisa mais estar na Fundação para conseguir visualizar um documento, seja ele bibliográfico, fotografia ou, mesmo, a gravação de uma entrevista”, detalha o chefe da Divisão do Centro de Documentação e Pesquisa da Fundaj, Lino Madureira.
Conhecimento acessível
Ao clicar no link do SophiA, o usuário é direcionado para uma página inicial com um mecanismo de busca que deve ser preenchido com as informações do documento ou material que se deseja encontrar. Para isso, basta digitar o termo relativo ao que se busca pesquisar no campo “Palavra-chave”. O usuário também pode informar se quer acessar um acervo museológico ou repositório de pesquisa, a ordenação do item (título completo, ano final, diâmetro etc.) e a ordem em que os resultados vão aparecer na tela (crescente ou decrescente).
“É uma ferramenta que ajuda qualquer pesquisador, no sentido mais amplo da palavra. Desde aqueles que fazem pesquisa acadêmica até quem está buscando informações para desenvolver outras atividades, como a produção de um filme ou novela de época. E tem o público de fruição, que vai utilizar o acervo como forma de ampliar o seu conhecimento”, completa Lino Madureira.
Catálogo digital
Dos 261.067 mil itens do acervo já inseridos na base de dados, 110.095 mil são do Centro de Documentação, que abrange documentos textuais, sonoros, musicográficos, iconográficos e audiovisuais. As peças preservadas pelo Muhne somam 16.872 mil, enquanto a Biblioteca Blanche Knopf tem 134.100 mil títulos catalogados, incluindo livros, periódicos, fascículos e folhetos de cordel.
Digitalização
Em maio, a biblioteca deu início à digitalização das cerca de 20 mil obras raras presentes no catálogo do órgão. A meta é que sejam digitalizadas 500 mil páginas no prazo de um ano. Até o momento, foram concluídas 30 mil páginas de 111 livros, que, em breve, serão disponibilizadas no banco de dados eletrônico. “Inicialmente, priorizamos obras de domínio público, porque, tão logo possamos disponibilizar esse material, o usuário tem acesso ao livro total. Mas também vamos digitalizar as obras que não estão em domínio público para evitar que a pessoa manuseie aquele livro que acaba se desgastando nem deixar de dar informação ao usuário por ser uma obra rara”, explica a coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf, Nadja Tenório.
Obras raras e curiosidades
Entre as obras raras preservadas no acervo da Fundaj, estão exemplares como o de “Malerische reise in brasilien”, que traz retratos e pranchas coloridas feitas pelo pintor e desenhista alemão Johann Moritz Rugendas durante expedição pelo Brasil em 1835. Também há volumes escritos pelo teólogo holandês Gaspar Barleus entre 1660 e 1647 sobre o governo de Maurício de Nassau em Pernambuco.
Outras preciosidades são “A conquista do Brasil”, publicado em 1913 com a transcrição da conferência realizada por Oliveira Lima na Sociedade de Geografia de Bruxelas, e “Cozinheiro imperial ou nova arte do cozinheiro e dos copeiros em todos os seus ramos”, que contém receitas do Brasil imperial registradas por Constança Oliva de Lima em 1877. Também estão presentes números dos periódicos “Pra Você” e “Revista da Cidade”, dos anos 1920.
Do Centro de Documentação, constam dados de importantes peças sonoras e audiovisuais, como o documentário “Veneza Americana: governo de Sérgio Loreto”, dirigido por Ugo Falangola e Jota Cambieri em 1924. Já do Museu, o catálogo inclui objetos de pessoas comuns e personalidades, além de itens religiosos e obras artísticas encontradas no Nordeste.
“A obra rara tem várias categorias. Ela pode ser classificada por idade ou por ter uma dedicatória de uma pessoa importante para aquela obra ou por ser uma publicação de tiragem reduzida. O critério básico é o ano de publicação, mas existem várias formas de definir”, recorda a coordenadora da Biblioteca, Nadja Tenório.
Links de acesso
Para ter acesso ao SophiA, é necessário apenas entrar no link referente ao sistema de cada um dos três órgãos envolvidos:
Museu do Homem do Nordeste - http://museu.fundaj.gov.br/
Biblioteca Blanche Knopf - http://biblioteca.fundaj.gov.br
Centro de Documentação: http://cdoc.fundaj.gov.br