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Dificuldades do desenvolvimento infantil na pandemia são debatidas em live transmitida pela Fundaj
Diante da pandemia do covid-19, as formas de interações precisaram ser reinventadas e afetaram especialmente no desenvolvimento socioemocional das crianças, o qual certamente refletirá no futuro. Pensando nisso, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizou, nesta quarta-feira (27), a live “Pandemia e Desenvolvimento Infantil: Prioridades no Brasil”, que debateu o cenário infantil durante e elaborou perspectivas para o pós-pandemia. A live contou com a participação da pesquisadora da Fundaj Isabel Raposo - que mediou o encontro - e dos palestrantes Naercio Menezes Filho, professor associado da FEA-USP, e Tatiane Menezes, professora do Departamento de Economia da UFPE.
A conversa buscou contextualizar, inicialmente, os fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento da criança, seja a pobreza econômica, alimentar ou sanitária, sendo todas capazes de favorecer um agravamento no processo de desenvolvimento infantil. Para Naercio, os acontecimentos e vivências que se apresentam nos primeiros anos de vida dos pequenos impactam na vida adulta dos mesmos. Ademais, com o surgimento da pandemia, a evolução cognitiva das crianças têm maior probabilidade de ser afetada e certamente apresentará reflexos a longo prazo. “A tendência agora será atenuar os impactos da pandemia no desenvolvimento infantil e na educação”, afirma o professor. “É preciso mensurar os efeitos desse período e pensar em ações para recuperar o aprendizado, além da saúde física e mental desses jovens, para evitar que cheguemos numa situação de deterioração permanente”.
Já a palestrante Tatiane Menezes frisou que a pandemia se mostra como um período crítico para o desenvolvimento cerebral, visto que a falta de um ambiente seguro pode afetar a aquisição de competências socioemocionais. A professora também trouxe para o debate evidências econômicas sobre desigualdade de renda no país e como essa questão afeta no progresso das crianças. “O empobrecimento das famílias em função da pandemia deve reduzir o acesso das crianças à pré-escola”, atestou a palestrante.
O diretor da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, Luís Henrique Romani, também esteve presente na live e finalizou a palestra abordando o trabalho do GPIEDUC, grupo de pesquisa da Fundação que estuda a infância e educação na contemporaneidade, além dos impactos do período pandêmico no desenvolvimento infantil. "A verdade é que já tínhamos, antes da pandemia, um problema de estrutura que mantinha a desigualdade no campo do aprendizado. É preciso diminuir essa distância na oferta de educação para os jovens”, finalizou.
A live está disponível na íntegra no canal do YouTube da Fundação Joaquim Nabuco.