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Dia da Terra é celebrado na Fundaj com encontro entre academia, movimentos populares e sociedade civil
O encontro da academia com movimentos populares e a sociedade civil marcou a manhã do Dia da Terra, celebrado nesta segunda-feira (22), na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Integrando a programação da Jornada Dia da Terra da Fundaj, uma ação em parceria com diversas instituições, como a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que coordena a iniciativa, a Rede Brasileira de Instituições de Ensino Superior para o Desenvolvimento Sustentável (UniSustentável), a ONG Dia da Terra, o Centro Sabiá e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o encontro aconteceu na Sala Calouste Gulbenkian, campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte. Com o tema "Cuidar da Natureza", a jornada foi iniciada no dia 4 e segue até a 30 de abril.
Na mesa de abertura do evento, a presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, reforçou a importância da colaboração para se debater a temática. “Cada um pode dar sua parcela de colaboração, estão todos engajados e isso é extremamente importante. É animador se deparar com tantos grupos preocupados com a sobrevivência do planeta”, destacou. A mesa foi composta, ainda, pelo professor doutor Moisés Santana, pró-reitor de Extensão Cultura e Cidadania da UFRPE, Ana Paula Jones, da Associação Raízes da Tradição, e Ângelo Sastre, do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental.
Os participantes celebraram a iniciativa e aplaudiram a presença plural dos movimentos e da sociedade civil para lutar pela terra. O reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, ressaltou a importância da união entre o conhecimento da universidade e os saberes populares. “A universidade só é completa quando constrói conhecimento, pesquisa e faz todos os processos de imersão e tudo isso causa efeito e melhoria na qualidade de vida das pessoas”, disse. Moisés Santana destacou a importância do conjunto de ações, que somam mais de 140 atividades, para o processo de “reeducação nos nossos modos de viver e estar no mundo”.
Coordenadora do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundaj, Edneida Cavalcanti celebrou a programação da jornada e a presença de diferentes atores sociais no debate. “Não podemos mais subjugar essa agenda, já estamos atrasados em incorporar toda essa dimensão de cuidado com a natureza nas nossas instituições públicas, trabalhando de maneira integrada essa temática. Paulo Freire nos convida a imaginar outros futuros possíveis”, observou. Ao longo do dia, os representantes das instituições presentes assinaram uma agenda de compromissos e de continuidade da Programação 2024-2025.
Cooperação e lançamentos
Dando continuidade ao Dia da Terra na Fundaj, a programação da Jornada contou com o lançamento do Coopera, novo instituto da UFRPE, que atuará com atividades de ensino, pesquisa e extensão com objetivo de promover agricultura familiar, economia solidária, associativismo, agroecologia e a reciclagem de material para fins de comercialização por meio de ações cooperativas.
A mesa foi formada pela coordenadora do Instituto Coopera, Horasa Andrade, pelo reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, pela técnica, Clarissa Duarte, do Instituto Coopera, pela representante do Fórum de Segurança Alimentar, Zênia Tavares, e por estudantes. “Com muita garra, desejo e conhecimento que a gente possa se somar e cooperar com esse novo instituto”, pontuou Horasa.
Escola MARIAS
Resgate, acolhimento, companheirismo e políticas públicas foram palavras-chave do lançamento da Escola MARIAS. Com a proposta de refletir sobre o crescimento e o papel da agricultura urbana e periurbana para a conquista da segurança alimentar e empoderamento das mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social nas cidades da região metropolitana de Recife, a escola terá formação de 260h e as participantes terão certificado de curso de extensão pela UFRPE. A formação foi pensada para ter um período na universidade, com aprofundamento teórico, e o módulo de transformação de alimentos, debatendo sobre insegurança alimentar e nutricional.
A iniciativa é do Centro Sabiá e conta com parceria do Núcleo de Agroecologia e Campesinato da UFRPE e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
A ação é fruto da emenda parlamentar do deputado federal, Túlio Gadelha. A mesa de lançamento foi formada pelo deputado, pela coordenadora geral do Centro Sabiá, Maria Cristina Aureliano, por Moisés Santana (UFRPE) e pela coordenadora do MSTS, Jô Cavalcanti. O momento contou também com a presença de mulheres que foram impactadas pelas atividades do centro e estão na linha de frente na luta pela Escola MARIAS.
“Uma grande questão que a gente vai trabalhar é a reconexão dessas pessoas com a mãe terra porque a gente sabe que o processo de desenvolvimento pensado para as cidades hoje causa rupturas profundas e apaga os diversos sujeitos e sujeitas que fazem parte dessa história”, ressaltou Maria Cristina.