Notícias
Desafios gerenciais das águas subterrâneas brasileiras debatidos em live da Fundaj
As águas subterrâneas representam 99% da água doce disponível no planeta. Aspectos como esses, além dos desafios da área, foram evidenciados na segunda live do Cirand’água, que tratou sobre o tema: “Águas Subterrâneas no Nordeste do Brasil – tornando o invisível visível”. Promovida pela Coordenação Geral do Centro de Estudos de Cultura, Memória e Identidade (Cecim) da Fundaj, a programação foi exibida nesta quarta-feira (30), no canal oficial da Fundaj no YouTube.
“Estamos falando sobre esse tema hoje como uma forma de contribuir para os debates sobre o Dia Mundial da Água, que foi no último dia 22”, iniciou a pesquisadora da Dipes e coordenadora do evento, Edneida Cavalcanti. Em seguida, o palestrante João Alberto Oliveira Diniz (Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração do Serviço Geológico do Brasil) explanou. “Muita gente não se preocupa com as ‘águas invisíveis’, mas o que não sabem é que todos os rios são dependentes das águas subterrâneas”, afirmou.
Seguindo sua linha inicial de provocação, o palestrante trouxe slides que mostravam que os grandes reservatórios de águas subterrâneas mantém, através de seu fluxo de base, o equilíbrio das águas superficiais. Como exemplo, citou o Açude de Apipucos, que é efluente, mantido por águas subterrâneas. Além disso, ele trouxe alguns dados sobre as águas subterrâneas. “Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas dependem exclusivamente dos aquíferos para satisfazer suas necessidades diárias de água”, enfatizou.
Sobre a gestão dos aquíferos, evidenciou-se que o bombeamento excessivo de água subterrâneas causa problemas como danos à infraestrutura e redução ou esgotamento da água em nascentes, rios ou lagos. Além disso, falou-se sobre a desqualificação dos gestores da área, e sobre a falta de conhecimento de dados sobre as águas subterrâneas e suas questões geográficas. Entrando mais especificamente na questão do nordeste, João Diniz trouxe como exemplo as cidades de Recife e São Luís. As duas são costeiras e carentes em saneamento básico.
Na segunda parte da programação, a fala foi passada para os debatedores presentes. O pesquisador da Fundaj Marcelo Asfora falou sobre a dificuldade de fiscalização e gestão dos milhares de poços, pois existem muitos em áreas privadas. “A legislação das águas subterrâneas é complexa”, afirmou. Depois dele, foi a vez de Rivaneide Almeida, da equipe técnica do Centro Sabiá (Sertão do Pajeú), oferecer sua contribuição. Ela levantou a questão do direito à água aos povos do meio rural, e que é importante a participação da população nas tomadas de decisões políticas sobre o uso das águas subterrâneas.
A live segue disponível para exibição no YouTube da Fundaj.