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Debate sobre inovação, políticas públicas e confecção no Agreste é promovido pela Fundaj no REC n' Play
Barulho incessante de máquinas de costura, mais de 8 horas diárias de trabalho, a transformação de um cenário rural. Essa realidade já é rotina na cidade de Toritama, no Agreste de Pernambuco, e retrato do documentário Estou me guardando para quando o carnaval chegar. O longa foi exibido no Cinema da Fundação/Porto nesta sexta-feira (18), integrando a programação da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) no Festival REC n' Play.
Dirigido Marcelo Gomes, o filme mostra a vida na capital do jeans. Os moradores da cidade que coleciona outdoors trabalham o ano inteiro, exceto em um feriado: o Carnaval, quando eles juntam suas economias para descansar nas praias.
Após a exibição do documentário, o público participou do debate intitulado "Polo de Confecção do Agreste Pernambucano: Ciência, Tecnologia e Inovação para aumentar a competitividade", com a doutora em Economia e pesquisadora Titular da Fundaj, o gestor de Inovação do Armazém da Criatividade do Porto Digital, Johnny Laranjeira, e a pesquisadora e assistente de direção do filme, Karina Nobre.
Luciana destacou a importância de se criar políticas públicas para mudar a vida das pessoas na região do Agreste. "A interiorização das universidades é muito importante para mudar a vida das pessoas. A mudança passa pelo conhecimento e se a gente quer fazer inovação, a gente precisa do conhecimento para isso", destacou.
Já Karina contou sobre como a produção do filme impactou os moradores da cidade e como o estímulo através da arte pode ser transformador. "É um povo muito criativo, que precisa de estímulo, de política pública. O filme foi um estímulo para a área cultural da cidade". A pesquisadora falou sobre como observou Toritama durante o processo de produção do longa, onde os adolescentes não terminavam o Ensino Médio porque precisavam trabalhar, e como o movimento cultural começou a fazer parte de um município que nem tinha cinema.
Durante o debate, Johnny ressaltou a importância de se construir uma conexão com a realidade local antes de criar políticas de inovação e impacto. "Quando a gente vive o dia a dia, a gente começa a entender detalhes que são essenciais para a construção de políticas públicas", explicou. Ele ainda questionou de que forma é possível potencializar ações, apresentar oportunidades e fazer com que as pessoas mudem a realidade local.
A programação da Fundaj no REC n' Play segue até o próximo sábado (19).