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Debate educacional e apresentação do grupo Pife Urbano finalizam Semana da Música na Fundaj
Mais do que estreitar os laços afetivos entre as pessoas, a música em sua essência também cumpre o importante papel de manter viva a memória de um povo. Após a abertura na sexta-feira (26) da Semana da Música na Fundaj, quando foram debatidas a importância dos acervos fonográficos e a história do frevo em Pernambuco, o evento chegou, neste sábado (27), ao seu último dia. O encontro, que ocorreu no Cinema da Fundação/Museu propôs uma roda de diálogo sobre ensino de música nas escolas, além da performance musical do grupo Pife Urbano.
Mediada por Edna Silva, Coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Museu do Homem do Nordeste, a palestra “Ensino e prática de música nas escolas”, primeira atividade da manhã, teve a participação dos educadores Bruno César (Tio Bruninho), Clenio Lima e José Amaro.
Para Edna, a discussão se mostra necessária, visto que a música ainda continua sendo um caminho que consegue nos aproximar ainda mais das pessoas, independente do gênero musical. “Já fui professora de educação básica e usei a música para auxiliar no processo de aprendizagem dos mais novos”, atesta. “Hoje enquanto coordenadora de um setor, mediar uma mesa com profissionais da área da música, significa mais do que cumprir um papel institucional, mas ter a certeza que a Fundaj está no caminho certo, fortalecendo o universo sonoro.”
Bruno César, o "Tio Bruninho", reforçou o papel das aulas de música na formação cidadã e pensamento crítico. Para o educador, é importante que se conheça a própria cultura, seja o ritmo do cavalo marinho, o frevo ou a ciranda. A música deve estar presente nas escolas para ampliar esse conhecimento de vida. “O papel do professor é oferecer essas experiências e estar atento também aos talentos de seus alunos”, afirma.
O educador musical Clenio Lima reflete sobre como levar a musicalização para os alunos é promover uma educação libertadora. Para ele, ensinar o que se vive culturalmente também tem o seu valor. “Independente da estrutura que você, professor de música, encontrar em sala de aula, procure levar sempre uma postura acolhedora aos seus alunos, acolhendo também tudo que ele oferecer a você”, disse.
Por fim, o professor José Amaro também pincelou sobre a importância dessas trocas em sala de aula. Para além de um ambiente escolar que se tranca e permite que as pessoas permaneçam em estado de dúvida, o palestrante reforça a necessidade desse intercâmbio cultural e intelectual. “Aprendizagem é mútua e eu aprendi muito com meus alunos”, finaliza.
Na sequência, responsáveis pela apresentação de encerramento do evento, o grupo musical Pife Urbano performou uma seleção de músicas do seu repertório. Com canções animadas e que misturam o pife, um dos instrumentos mais tradicionais da cultura nordestina, junto a elementos mais contemporâneos, o percussionista e produtor do grupo, Júnior Teles, conta sobre a importância de fazer parte da Semana da Música. “É uma alegria muito grande para nós participar de um projeto com a assinatura da Fundaj, uma instituição conhecida nacionalmente e que permitiu esse diálogo interessante com tantas pessoas que também são, até hoje, grandes influências para a gente”, relatou o músico.
A Fundação Joaquim Nabuco promoveu, ao longo de 2021, projetos que incentivam a preservação da cultura popular, como o Concurso Nordestino do Frevo, a finalização da digitalização da Fonoteca, e a Semana de Música. Todas as atividades estão disponíveis na íntegra pelo canal do YouTube da Fundaj.