Curso da Fundaj inicia discussões sobre as potencialidades do turismo religioso no Nordeste

Característica marcante nas mais diversas culturas pelo mundo afora, a religiosidade é, também, um ativo importante para o setor do turismo. Das igrejas romanas aos santuários de Fátima, Lourdes e Santiago de Compostela, passando por Cimbres (Pesqueira, PE), Juazeiro do Norte (CE) e Salvador (BA), o sagrado se mistura à vida cultural das cidades, atraindo grandes grupos que se deslocam não só entre os continentes, mas dentro de cada país. Nesse cenário, onde está o Nordeste brasileiro? De que maneiras é possível criar e fortalecer as rotas ligadas à espiritualidade na região?

Essa é uma das discussões presentes no curso “Roteiros para o Turismo Religioso no Nordeste do Brasil”, que começou nesta segunda-feira (16). A formação, oferecida pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, está na segunda edição e segue até a próxima sexta-feira (20), com encontros sempre a partir das 10h, em formato remoto, pelo Google Meet.

Na abertura do curso, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, recordou o valor do turismo religioso para a capacitação de profissionais e geração de empregos, bem como o potencial que a região tem no segmento. “O Nordeste já tem conhecidos roteiros turísticos, bastante visitados, mas há outros que podem ser mais bem explorados. E o turismo religioso é um dos mais importantes do mundo. A fé é algo de grande significado simbólico na vida das pessoas”, afirmou.

Primeiro encontro
A primeira aula foi conduzida pela coordenadora do projeto, a mestre em Direito e professora de Turismo Andréa Berenguer. “Sempre achei o turismo espetacular. É um movimento grandioso, que vem crescendo, e, após o impacto inicial da Covid-19, agora já estamos voltando aos patamares anteriores à pandemia. É um fenômeno universal, todos os grupamentos humanos se deslocam. E a busca pela espiritualidade também faz parte de todos os grupamentos humanos. Quando juntamos o turismo e a religiosidade, tem uma motivação sempre presente na vida do homem e da mulher”, analisou.

Ao longo do encontro, a pesquisadora introduziu conceitos básicos e discutiu a elaboração de roteiros turísticos. “O turismo religioso tem uma potencialidade enorme no Nordeste. Planejar roteiros com ética, qualidade e sustentabilidade é uma oportunidade e uma necessidade”, concluiu.

Na nova turma, estão inscritos alunos de Pernambuco e de outros estados do Nordeste, como Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. Nos próximos dias, os encontros serão conduzidos por professores convidados. São eles: Ciema Mello, antropóloga do Museu do Homem do Nordeste (Muhne); Múcio Aguiar, jornalista e doutorando em Arqueologia; e Olga Santos, monitora do Muhne.