Notícias
Curso “22-22-22: modernidades, modernismos e contemporaneidade” chega ao terceiro e último módulo
O curso “22-22-22: modernidades, modernismos e contemporaneidade”, promovido pela Fundaj por meio do Museu do Homem do Nordeste, chega ao último módulo. Sob o tema “Fronteiras da modernidade: críticas e questionamentos contemporâneos (Século XXI)”, as aulas serão ministradas nos dias 17/11, 22/11 e 1/12, na Sala Aloísio Magalhães, no Campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby, a partir das 18h30.
No primeiro encontro, no dia 17 de novembro, será realizada uma aula-debate com o professor Alexandro de Jesus, Adjunto no Departamento de Antropologia e Museologia da universidade Federal de Pernambuco, e a diretora de educação e pesquisa do Instituto Oficina Francisco Brennand, Gleyce Kelly Heitor.
As pesquisas realizadas por Alexandro de Jesus problematizam, de um lado, as políticas para a cultura desenvolvidas em espaços de decolonialidade, e, de outro, as relações entre pesquisa e ética. Nesta aula, ele vai falar sobre “Museus, ferida colonial e mau encontro”.
“Urde uma leitura sobre nosso mau encontro colonial, sobre a redução da potência de uma cultura em detrimento da outra, sobre os afetos tristes gerados desse cruzamento. Sua analítica é animada pela suspeita que uma das funções do aparato colonial seja, justamente, a produção de caminhos tortos, desviados (des-apropriados), voltados para trás”, explica o professor.
A pesquisadora Gleyce Kelly Heitor analisará “a criação do Museu da Beira da Linha do Coque (PE) e do Museu das Remoções (RJ) nas intersecções entre as políticas de cidade, políticas culturais e políticas de segurança pública, implementadas entre os anos 2009 e 2016, período do recrudescimento de ações de remoções e despejos no Brasil, devido a preparação do país para os eventos esportivos de porte internacional - a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos (2016)”.
Ela parte da hipótese de que os dois museus provocam uma mudança de perspectiva no cenário das práticas museológicas contemporâneas, “já que comparados à outras experiências de/nas favelas, se distinguem por serem mais do que museus dedicados a tematizar a luta, uma forma de lutar a qual essas comunidades deram o nome museu”.
O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco Moacir dos Anjos dá seguimento ao módulo, no dia 22 de novembro, com uma aula sobre “Defender os mortos e animar os vivos: resistências da arte à violência colonial contemporânea”.
“A memória do Brasil de 200 anos atrás é grandemente informada pelas centenas de imagens (pinturas, desenhos, aquarelas, gravuras) feitas pelo artista francês Jean-Baptiste Debret, radicado no Brasil entre 1817 e 1931. Memória transmitida e reforçada, ao longo desses dois séculos – não somente através do campo da arte, mas também pela circulação de muitas dessas imagens (ou em outras delas derivadas) em suportes tão diversos quanto livros didáticos, cartões-postais, selos, filmes, telenovelas, cédulas de dinheiro e impressões em vestuário”, explicou Moacir.
Por fim, no dia 1º de dezembro, a aula de encerramento do curso será sobre “Os estudos decoloniais e a crítica à modernidade”, ministrada por Lucas Amaral, professor Adjunto do Departamento de Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Coordenador do PERIFÉRICAS - Núcleo de Estudos em Teorias Sociais, Modernidades e Colonialidades.
O objetivo dessa aula é enfrentar, a partir de uma leitura contracolonial, dois tipos de problemas. Em que medida ainda é possível falar de Cultura Brasileira, nos termos postos pelo “paradigma da formação” nas ciências sociais, e por artistas e intelectuais modernistas, sem irradiar mitos e ficções nacionais historicamente constituídas e que se reatualizam persistentemente, como “democracia racial”, “cordialidade” e “mestiçagem”?
Como refletir sobre a ideia de Cultura Brasileira – e seus correlatos, como “identidade nacional” e “brasilidade” – sem derrapar nos lugares diluidores e redutíveis de enunciação e de produção e reprodução de identidades fixas?
Os módulos do curso são certificados de maneira independente, ou seja, aqueles que não participaram das aulas do primeiro e segundo módulo ainda poderão receber o certificado do terceiro, contanto que cumpram 75% da carga horária do módulo. As inscrições serão abertas em breve por meio da plataforma Sympla.
MÓDULO III - Fronteiras da modernidade: críticas e questionamentos contemporâneos (Século XXI)
17/11 - Aula-debate - INSCRIÇÕES EM BREVE
Museus, ferida colonial e mau encontro - Alexandro de Jesus (UFPE)
Museus como condição de aparição - Gleyce Kelly Heitor (Oficina Francisco Brennand)
22/11
Defender os mortos e animar os vivos: resistências da arte à violência colonial contemporânea - Moacir dos Anjos (Fundaj)
01/12
Os estudos decoloniais e a crítica à modernidade - Lucas Amaral (UFBA)