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Construindo pontes, Fundaj lança os projetos “Práticas Educativas Híbridas” e “Atravessando Mundos”
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) lançou na quarta-feira, 24 de abril, os projetos "Práticas Educativas Híbridas" e "Atravessando Mundos". Sob a coordenação da equipe de Ações Educativas e Comunitárias do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, as iniciativas visam não apenas enriquecer a oferta educacional, mas também criar espaços de inclusão e aceitação com acesso equitativo à cultura e ao conhecimento. O evento ocorreu na Sala Calouste Gulbenkian, no Campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte.
A mesa de apresentação dos projetos contou com a participação da presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, da diretora de Planejamento e Administração (Diplad), Aida Monteiro, da coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne, Edna Silva, do coordenador de Museologia, Albino Oliveira; do professor e membro do setor educativo do Muhne, Alison Henrique; e do consultor e especialista em educação inclusiva Saulo Nogueira.
Na sua fala, a presidenta Márcia Angela ressaltou o excelente trabalho realizado pela equipe do setor educativo do Muhne e destacou a importância dos projetos, por buscarem aproximar o Museu da sociedade, garantindo que todos possam usufruir do patrimônio cultural. “O trabalho excelente é realizado por pessoas dedicadas, que passam horas aqui enfrentando desafios e contribuindo para uma formação cidadã. Considerando que os monitores não têm vínculo efetivo com a Fundaj, luto para que se abra um concurso público. Quando alguém chega ao Museu, pode enxergá-lo apenas superficialmente, mas quando há um acompanhamento com explicações e contextualizações, o olhar se torna mais profundo e enriquecedor. O setor educativo realiza um trabalho crucial ao aproximar o Museu da sociedade, garantindo que todos possam usufruir desse bem cultural. Isso é de extrema importância e valor”, destacou Márcia Angela.
Particularmente sobre o "Atravessando Mundos", a presidenta ressaltou a necessidade de superar barreiras, especialmente para pessoas com deficiência, que frequentemente enfrentam dificuldades de acesso. “Com esse projeto, oferecemos acolhimento, pois todas as pessoas têm direito à educação, à cultura e à arte. Respeitar os direitos deve ser uma prática diária em nossa instituição. Na Fundaj, temos espaço para fazer cada vez mais. Podemos encontrar maneiras de alcançar um número ainda maior de pessoas. Aqui, há espaço para todas as iniciativas que visem ao crescimento de todos em prol de uma sociedade melhor. Vamos nos unir nesse propósito”, comentou.
A diretora Aida Monteiro destacou que a Fundação defende o direito à inclusão, à participação e à coletividade. “Vemos neste projeto uma forte conotação de inclusão, que abrange o conhecimento, a arte, a brincadeira e diversas atividades lúdicas, tornando o aprendizado atrativo e motivador. 'Atravessando Mundos' é uma travessia, um processo que pode ser doloroso ou gratificante. O sucesso deste projeto está na demonstração de sua contribuição para a inclusão, que observa e valoriza as diversidades. Esperamos que as práticas educativas motivem, mobilizem e promovam a conscientização humana, incentivando o olhar para o outro e para si mesmo, de modo a contribuir para uma sociedade mais inclusiva, sem ódio, na qual todas as pessoas se sintam valorizadas como sujeitos de direito.”
A coordenadora Edna Silva ressaltou as multiplas razões para comemorar ambos os projetos, observando que a principal delas é abrir o Museu a todos, democratizando cada vez mais o acesso ao equipamento público. “Os projetos são um convite às pessoas a se juntarem ao Educativo, ao Museu, a Fundaj. Oferecemos atividades e ações inclusivas e respeitosas. Não podemos ignorar que ao oferecermos esses serviços e oportunidades, também estamos contribuindo para o crescimento e reconhecimento da instituição.” Edna Silva, destacou, ainda, a importância dessas ações para o setor do Educativo. ”Mais do que nunca, precisamos compreender a pluralidade, a diversidade e enxergar o mundo de maneira pós-pandêmica. Isso é algo que precisará ser revisitado constantemente, não para reabrir feridas, mas para reconhecer que o mundo passou por perdas significativas”, afirmou.
O projeto “Atravessando Mundos”, segundo Saulo Nogueira, será voltado, principalmente, para adolescentes e jovens neuroatípicos, com a promoção de diversos módulos ao longo de 2024. O primeiro módulo, “Aprendendo com as cores e formas do grafismo indígena”, já terá início nesta quinta-feira, 25 de abril. E ao longo do ano serão trabalhados pontos como a autoestima e a confiança dos participantes, por meio de diversas formas de expressão, como escrita, desenhos, pinturas e esculturas. As atividades visam ampliar as possibilidades de percepção do ambiente e promover um ambiente inclusivo e acolhedor.
“É um projeto que traz a possibilidade para jovens e adultos se sentirem fortes, capazes de se socializar e estabelecer relações o mais próximo possível do que consideramos normalidade. Com isso, eles podem sentir-se mais confiantes e felizes no dia a dia e na convivência com a sociedade. Este é um projeto no qual todos os desejos dos participantes serão considerados na construção de um planejamento e na execução de ações voltadas para o desenvolvimento. Trabalharemos com alegria em sete módulos e teremos encontros no prédio do Museu do Homem do Nordeste e no prédio do Dolores Salgado.
Já o projeto “Práticas Educativas Híbridas” busca diversificar as formas de contato entre visitantes e o Museu. Com atividades no próprio Muhne, itinerâncias presenciais e remotas, o projeto visa alcançar diversos públicos para além das fronteiras regionais e ultrapassando barreiras socioeconômicas. Alison
“Temos uma agenda a cumprir durante todo o ano com diversas atividades. A mediação presencial no Museu é a mais tradicional, onde ocorrem apresentações presenciais. A segunda prática é o Museu Itinerante, no qual levamos o acervo para fora e realizamos novas atividades educativas, como pintura, performances ou compreensão de textos, com o intuito de alcançar instituições escolares, que compõem a maioria do nosso público. Por fim, a terceira e última prática são as mediações online, nas quais replicamos de forma remota as atividades presenciais, permitindo que pessoas de locais distantes, como o Norte do Maranhão, participem através do Google Meet, por exemplo”, disse Alison Henrique.