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Com artigos de nomes reconhecidos mundialmente, Ciência & Trópico lança última edição de 2020
A nova edição da Revista Ciência & Trópico, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), já está disponível. No volume 44 nº 2, o leitor irá conferir temas controversos que analisam desde assimetrias na prática federalista no Brasil até experiências autoritárias em espaços universitários feministas. Para lançar luz, a visão do Brasil por estrangeiros também figura entre os trabalhos selecionados. Além de artigos sobre diversidade, evasão escolar e psicanálise. “É sempre um desafio concluir um produto dessa magnitude, ainda mais no contexto atual. Por isso, nos orgulhamos do resultado apresentado”, celebra a editora-chefe Alexandrina Sobreira.
Com ilustração do escultor e desenhista Cavani Rosas, a capa da edição traz um coração cristalizado entrecortado em seu interior por espinhos. Prestes a deixar o País para morar na Alemanha, o artista plástico pernambucano adaptou o trabalho produzido originalmente em preto e branco para o colorido que ilustra o número. Não fosse a pandemia, a obra integraria uma exposição de Cavani em Helsinki, capital da Filândia. “A capa desta Revista traduz um momento singular. Desaparecem a segurança e a sensação de domínio sobre os rumos da humanidade assaltadas pela sombra do imprevisível e das nossas contradições”, reflete Alexandrina.
Um dos destaques do número é a contribuição da antropóloga norte-americana Janice Perlman, reconhecida mundialmente como uma das primeiras estudiosas das favelas brasileiras e autora de “O mito da marginalidade” (Paz e Terra, 1977). Perlman analisa práticas empregadas nos morros cariocas nos últimos 50 anos. Políticas públicas, segregação, vulnerabilidade e higienismo estão entre os tópicos do artigo. A autora defende que cidades sem favelas são cidades sem alma. Para ela, a informalidade não é o problema, mas a desigualdade e a exclusão. No material, o leitor confere ainda uma linha do tempo com os principais fatos históricos do tema desde o século XIX.
Ainda entre as contribuições internacionais, o editor de notícias Jack Epstein e o urbanista Charles Fortin refletem sobre experiências em solo tupiniquim em “Ordem e progresso: uma saga brasileira do Corpo de Paz”. Voluntários da agência estadunidense Corpo da Paz, viveram no Brasil na década de 1960. Por sua vez, a socióloga e política Aspásia Camargo analisa desigualdades entre as regiões brasileiras, conflitos e crises desde a criação da Constituição Federal de 1988. Não por acaso, o federalismo e seus impactos na prática política são esmiuçados na publicação. A edição completa pode ser conferida em periodicos.fundaj.gov.br.