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Com ações culturais e educacionais, Dimeca fortaleceu abertura da Fundaj ao público
O ano de 2022 garantiu o protagonismo da cultura popular acessível na Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A diretoria deu destaque para as diversas formas de expressão cultural do Nordeste e levou essa pluralidade ao público. Ao longo do ano, foram promovidos debates, seminários e exposições que resgatam momentos importantes na formação da identidade do povo brasileiro. A memória do bicentenário da Independência e da Semana de Arte Moderna foram celebradas com ações que reverberam a força desses dois marcos sob novos olhares, como os que fizeram parte da exposição Necrobrasiliana.
A diversidade da sétima arte foi um compromisso que o Cinema da Fundação assumiu em 2022. Do cinema pernambucano ao japonês, passando pelo neerlandês, pelo italiano e pelo coreano, as mostras levaram às telonas diferentes perspectivas do mundo a partir de produções cinematográficas. “Sublinho a importância da realização do segundo Concurso do Frevo, com o lançamento do livro com o dossiê dos vencedores do primeiro. Vale também destacar o seminário em torno do bicentenário da Independência que deu início a uma coleção de livros e a palestra do jornalista e historiador Laurentino Gomes com o lançamento do seu livro sobre a escravidão. Destaco, ainda, o lançamento do livro Iberotropicaliamo na Universidade de Salamanca, na Espanha”, celebra o diretor da Dimeca, Mario Helio.
O acervo da Fundaj também ganhou mais destaque em 2022. Para garantir ainda mais facilidade para o acesso do público, as partituras registradas e todo o acervo sonoro, incluindo discos de 78 RPM, discos LP, discos compactos, fitas cassete, fitas rolo e CDs, foram digitalizados e liberados para consultas virtuais. A Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra) da instituição recebeu um acervo especial do maestro Geraldo Menucci, acrescendo aos seus mais de 2 milhões de itens.
Cultura popular em destaque
Como equipamento comprometido com preservação cultural e a memória, a Fundaj promoveu ao longo do ano ações que destacaram a cultura popular e a identidade nordestina. Da celebração dos 30 anos do Manguebeat a apresentações de coco de roda, a instituição carregou durante 2022 o legado, as raízes e a pluralidade da população do estado.
As oficinas do Muhne de customização de chapéu e livro-personagem de Chico Science marcaram o reencontro do público com a manifestação cultural que revolucionou a música e a moda em Pernambuco nos anos 1990. Já no Cinema da Fundação, a expressão popular cavalo-marinho e um de seus principais fomentadores, mestre Biu Alexandre, foram homenageados com uma sessão especial e gratuita do documentário “Mestre Biu”, dirigido pelo argentino Gualberto Ferrari.
As festas tradicionais não podiam ficar de fora. De janeiro a dezembro, a Fundação comemorou com o público as festividades que fazem parte da riqueza histórica e cultural da região do Nordeste. Carnaval, São João e Natal levaram o público para os campi para se conectar com os acervos e vivenciar a cultura popular de outras formas.
A premiação do II Concurso Nordestino do Frevo levou centenas de pessoas para o campus Gilberto Freyre. Com 119 composições concorrentes, o certame celebrou a renovação do ritmo pernambucano distribuindo 12 prêmios em festa que reuniu nomes tradicionais e a nova geração do frevo. O evento também foi marcado pelo lançamento do livro “Ao Compasso do Frevo”, da Editora Massangana. A publicação reúne as histórias das composições e dos artistas premiados na primeira edição do concurso.
Reabertura do Engenho Massangana
O local onde o abolicionista Joaquim Nabuco viveu durante a infância passou por reparos estruturais para se aproximar ainda mais do público. O Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, reabriu com o objetivo de reafirmar a necessidade de fazer das pessoas escravizadas as protagonistas da história do espaço. Para isso, o legado de cultura afro-brasileira foi enfatizado através de exposições como “Masanganu: memórias negras” e “Jeff Alan: pra deixar de ser ‘pra inglês ver’”. O diálogo com as comunidades do entorno se deu por meio de atividades culturais e da exaltação de vivências negras, como saraus, intervenção poético-musical e exibição de curta.
Parcerias
O ano de 2022 também foi importante para novas parcerias que buscam fortalecer a cultura, arte e educação da região. Além de acordos de cooperação técnica firmados, laços foram estreitados com instituições importantes no cenário regional, nacional e internacional. Dentre elas estão a Oficina Francisco Brennand, o Gabinete Português de Leitura, a Academia Brasileira de Letras, o Museu Paranaense, as Universidades de Coimbra e de Salamanca, o Instituto Moreira Salles e o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.
Acessibilidade
Promover a arte, cultura e educação de forma acessível foi um dos principais objetivos da Dimeca em 2022. Por isso, os equipamentos da Fundaj investiram em projetos como o Projeto Visita Acessível, que realizou atividades de acessibilidade comunicacional ao público com deficiência sensorial no Museu do Homem do Nordeste, na Cinemateca Pernambucana e no Cinema do Museu.
Além das visitas guiadas, foram promovidas sessões acessíveis Índigo e Alumiar pelo Cinema da Fundação - sendo esta última iniciativa nacionalizada em Brasília. Ao longo de 2022, foram 11 sessões Alumiar, que reuniram mais de 800 pessoas, e 7 sessões Índigo, com um público de mais de 400 pessoas. A experiência de vivenciar o cinema também foi possível para famílias em situação de vulnerabilidade social de comunidades do Recife.
O Museu do Homem do Nordeste reafirmou seu compromisso social levando ações educativas para escolas e lares para idosos. Os espaços da Fundaj recebem os mais diversos públicos e buscam dialogar com todos para que a proposta de difusão da cultura, partilha de conhecimento e reflexão chegue a toda sociedade. Mais de 400 pessoas participaram das 5 edições do Domingo dos Pequenos e 15 oficinas educativas realizadas para todas as idades.