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Cinema da Fundação promove evento de lançamento do livro “História Ilustrada dos 100 anos do Cinema em Pernambuco”
Para marcar o centenário da produção audiovisual no estado, o Cinema da Fundação promove o evento de lançamento do “História Ilustrada dos 100 anos do Cinema em Pernambuco”, nesta segunda-feira (6), às 19h, na Sala Derby, situada no campus Ulisses Pernambucano da Fundaj. A publicação de autoria dos jornalistas Ernesto Barros e Germana Pereira apresenta um panorama do setor tendo como marco histórico 1923, ano do início da produção do longa-metragem Retribuição, considerado o primeiro filme de ficção feito em Pernambuco, até a premiada cena do cinema contemporâneo. Com 153 páginas recheadas de fotografias, muitas delas históricas, textos, uma linha do tempo e um compilado bibliográfico, a publicação é da editora Tangram Cultural, com incentivo do Funcultura Audiovisual.
De acordo com a organizadora Germana Pereira, a obra “é uma celebração visual, fruto de décadas de dedicação e pesquisa no campo audiovisual em Pernambuco, resultado da convergência de nossas trajetórias, o que nos permitiu explorar a diversidade da produção cinematográfica pernambucana”. O livro perpassa do pioneirismo da produção pernambucana no início do século XX, com o início do Ciclo do Recife (1923-1931), passando pelo Ciclo do Super 8 (entre 1970-1980), até a fase mais profícua do audiovisual conterrâneo a partir dos anos 2000. Essa fase mais recente é representada por duas gerações de realizadores como Paulo Caldas, Marcelo Luna, Lírio Ferreira, Cláudio Assis, Clara Angélica e Hilton Lacerda, seguida por Marcelo Gomes, Kleber Mendonça Filho, Sérgio e Renata Pinheiro e Marcelo Pedroso, entre outros.
“Nós trabalhamos nessa pesquisa como uma espécie de enciclopédia”, revela Ernesto Barros, responsável pelos textos. Ele, que é jornalista com extensa experiência em cobertura de festivais e crítica cinematográfica, lançou mão dessa experiência para a publicação. “Durante esses anos todos, fui um interlocutor de vários desses cineastas. Hoje a gente tem um cinema que produz muito, que tem voz própria”, reflete.
A partir de uma investigação empreendida sobretudo no Arquivo Público Estadual e nos arquivos da imprensa local e da Fundação Joaquim Nabuco, “História Ilustrada dos 100 anos do Cinema Pernambucano”, registra desde o primeiro filme de enredo, produzido pela Aurora-Film, passando pelo anúncio da inauguração do Cinema São Luiz no extinto jornal Folha da Manhã, em setembro de 1952, e o surgimento do Grupo de Cinema Super 8 do Recife, com Fernando Spencer e Celso Marconi, até o prêmio especial do júri para Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e o Prêmio Illy de Melhor Curta-Metragem na Quinzena dos Realizadores, ambos em Cannes, para o curta Sem Coração (2014), de Nara Normande e Tião, atualmente em cartaz em sua versão longa-metragem no Cinema da Fundação.
O prefácio foi escrito pela pesquisadora e professora Amanda Mansur e abre as portas para a imersão na história ilustrada dos cem anos do cinema em Pernambuco. A edição e design ficaram a cargo de Tatiana Portela e a revisão ortográfica foi feita por Antônio Portela. A capa, concebida por Carla Sarmento, é uma entrada visual para o mundo cinematográfico pernambucano. A versão e-book, que será lançada em breve, conta com audiodescrição da COM Acessibilidade Comunicacional. A Verbo Assessoria de Comunicação assumiu a divulgação, enquanto Diego Medeiros ficou responsável pela assessoria jurídica. Evelyn Soares fez a assistência de produção e Cynthia Soares cuidou da normalização bibliográfica, garantindo a integridade do conteúdo.
A sessão de lançamento contará com a entrada gratuita, sendo os ingressos disponibilizados diretamente na bilheteria da Sala Derby.
Sobre os autores:
Ernesto Barros, pesquisador e autor dos textos do livro, tem na bagagem quatro décadas de atuação como repórter, crítico, curador e programador. Atuou como editor de vídeo na Rede Globo Nordeste por vinte anos e uma década como repórter e crítico de cinema no Jornal do Commercio, época em que além de escrever as críticas de filmes em cartaz nos cinemas do Recife e Região Metropolitana, cobria festivais nacionais e internacionais, período em que esteve em seis edições do Festival de Cannes, três do Festival de Berlim e várias edições dos festivais de Brasília, Gramado, Paulínia, Cine PE, Mostra de São Paulo, Festival do Rio, Festival Varilux, entre outros. Além do JC, foi crítico de cinema por dois anos no Diario de Pernambuco, redigiu matérias de cinema para a revista Continente Multicultural e o Suplemento Pernambuco, do Diário Oficial do Estado, e foi jurado de mais de três dezenas de concursos municipais e estaduais de roteiros, festivais de cinema e vídeo, além de bancas de projetos experimentais em vídeo na Universidade Católica de Pernambuco e na Universidade Federal de Pernambuco. Na Gerência de Audiovisual da Prefeitura do Recife foi curador por três anos dos dois cinemas municipais, o Parque e o Apolo, e organizou o Concurso de Roteiro Ary Severo / Firmo Neto, Festival de Vídeo de Pernambuco e Panorama Recife de Documentário, entre outros. Desde 2017 integra a equipe do Cinema da Fundação e da Cinemateca Pernambucana, na Fundaj.
Germana Pereira, diretora criativa da Tangram Cultural, assina a pesquisa, produção e organização do livro. Jornalista, produtora e gestora cultural, tem na trajetória a produção de mais de cem obras audiovisuais entre séries e documentários para televisão, exibidos nacionalmente pela TV Globo, TV Cultura, Canal Futura e TV Escola, além de curtas e longas-metragens para cinema. Desde 2012 tem se dedicado à pesquisa e ações para preservação do audiovisual do Estado de Pernambuco, dando vida a projetos como o Site do Cinema Pernambucano e a Antologia do Cinema Pernambucano, ações pioneiras e fontes importantes de pesquisa e preservação da memória audiovisual do Estado. Por nove anos esteve como Coordenadora-Geral da Massangana Multimídia, produtora audiovisual da Fundação Joaquim Nabuco, onde, além de produzir dezenas de documentários, DVDs, CDs e livros, foi uma das responsáveis pela criação e implementação do Concurso Nacional de Roteiros Rucker Vieira e pela implantação do Centro Audiovisual Norte-Nordeste (Canne), no qual também atuou como Coordenadora-geral. É coidealizadora e produtora do primeiro Festival de Cinema do Parque do Brasil, o Luz, Câmera, Diversão (2000) e do Festival Nacional do Making Of.