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Cinema da Fundação é tema de pesquisa de mestrado
O Cinema da Fundação foi tema de pesquisa da professora e aluna do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades (PPGCE) Cinthya Emanuelle Ferreira da Silva. O PPGCE é uma associação entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE). A dissertação “Cinemas do Recife: uma cartografia dos afetos que se constituem nesses espaços e se enredam nos processos educativos das juventudes” foi apresentada na terça-feira (28) na sala Calouste Gulbenkian, no campus Gilberto Freyre.
A banca examinadora foi formada pelas professoras doutoras, Flávia Peres (orientadora), Gilvaneide Oliveira (examinadora titular interna), ambas da UFRPE/Fundaj, e Emanuela Ribeiro (examinadora titular externa), da UFPE/PPGH. A defesa do trabalho contou também com a participação do convidado e coordenador do Cinema da Fundação, Luiz Joaquim. A pesquisa realizada por Cinthya Emanuelle Ferreira da Silva contou com jovens estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública estadual de Jaboatão dos Guararapes, cidade da Região Metropolitana do Recife.
Os estudantes fizeram visitas acompanhadas como atividade planejada por Cinthya Emanuelle Ferreira da Silva as três salas do Cinema da Fundação: Museu, Derby e Porto. Ao final, os participantes fizeram relatos autobiográficos sobre suas vivências, para análise orientada pela cartografia dos afetos e pelo dialogismo bakhtiniano, teoria do pensador russo Mikhail Bakhtin, segundo a qual o homem é um ser social com interação, em que acontece a comunicação e a aprendizagem, metodologia fundamentada nessa avaliação.
“Comecei a pesquisa em 2022 e foi uma experiência muito rica e satisfatória. Os estudantes não conheciam os cinemas da Fundação, sobretudo o cinema do Derby, que existe há 25 anos e muita gente não sabe que é acessível em todos os aspectos, com descrição em libras, sessões escola e uma equipe muito preparada. Que os educadores conheçam e descubram que é válido, que o cinema é muito importante e que a arte é, verdadeiramente, transformadora e que a Fundaj é um braço forte nessa transformação da sociedade”, disse a mestranda.
Para Gilvaneide Oliveira, o trabalho de Cinthya tem uma contribuição valiosa para as práticas pedagógicas das escolas públicas e privadas, de usar os cinemas e outros espaços, para transformar a aprendizagem. “É preciso que a gente olhe para isso e acolha essa construção de conhecimento. Sem falar no quanto é significativo para esses jovens e crianças, porque são nesses espaços fora da escola, onde eles atribuem um maior significado, muitas vezes”, afirmou.
Emanuela Ribeiro, ressaltou, principalmente, o aspecto metodológico como proposta de estudo, de considerar o espaço e as pessoas na análise de como esses serviços impactam na vida desses jovens e fazem uma sinergia entre a missão institucional e a forma como eles percebem, absorvem e se relacionam com essa missão.
A orientadora da dissertação, Flávia Peres, disse que Cinthya inova com uma metodologia que tem muita criatividade, a cartografia afetiva, verificando como esses espaços potencializam afetos nos processos educativos. “Ela é professora de educação básica da rede pública de ensino e chegou à conclusão de como são espaços ricos de potencial de transformação subjetiva educacional”.
Para Luiz Joaquim, a pesquisa é muito bem-vinda, pois ajuda a aprimorar o trabalho da Fundação Joaquim Nabuco como instituição que une cinema e educação. “Os estudantes têm orientação pedagógica. Eles veem filmes e discutem do ponto de vista educacional, histórico, literário. É uma pesquisa nova, aprofundada e cuidadosa e é muito importante para a instituição”, avaliou.