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Cinema da Fundação/Derby promove sessão debate sobre a história do judaísmo em Pernambuco
O Cinema da Fundação/Derby promoveu, neste sábado (05), uma sessão debate do documentário “O Rochedo e a Estrela”, com a presença da cineasta Katia Mesel, do historiador Jacques Ribemboim e do presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos. A exibição fez parte da Mostra Judaica, uma ação da Fundaj para manter viva a memória e os estudos em torno da herança e da permanência da cultura judaica em Pernambuco.
O filme aborda a história e expansão da comunidade judaica no Recife, ressaltando também a importância dos “cristãos novos” (judeus batizados à força pelo governo português) e da luta de Maurício de Nassau pela liberdade religiosa.
Para dar início ao evento, o presidente Antônio Campos reforçou a importância de debater a história da comunidade judaica no estado. “Esse é um tema de grande relevância e de bastante atualidade. O filme fala sobre liberdade, intolerância, e também ajuda a fortalecer o turismo judaico em Pernambuco e no Brasil”, ele disse.
A diretora Katia Mesel iniciou seu discurso agradecendo ao presidente, e a Fundação Joaquim Nabuco, a oportunidade de exibir o seu filme na primeira edição da Mostra Judaica.
“Pernambuco foi uma ilha de liberdade no mundo, mesmo no Novo Mundo com o catolicismo espanhol e português. Durante a nossa fase holandesa, Pernambuco foi esse lugar de poder se expressar, ter sua religião e, por isso, florescer e trazer de volta para cidade que estava acolhendo o desenvolvimento, a sua cultura, os seus negócios. E eu tive um compromisso muito sério comigo mesma de retratar isso”, contou a diretora Katia Mesel.
“É bom que a gente saia daqui, não necessariamente convencidos, mas sim questionando porque ao longo desses séculos foi tão abafada e escondida essa herança judaica que hoje tanto aflora em Pernambuco”, pontuou o historiador Jacques Ribemboim, membro da comunidade judaica do Recife e escritor de livros como “Ensaios judaicos”, “Pernambuco de Fernão”, “Nordeste Independente”, “Manuel Correia de Andrade: um homem chamado Nordeste” (organizador) e “Uma Olinda Judaica:1537-1631 “(coautoria com José Alexandre Ribemboim), entre outros.
No domingo (06), o público também pôde conferir o curta-metragem ‘Marranos do Sertão”, que fala sobre uma boa parte dos brasileiros que são descendentes dos "cristão novos", e o longa-metragem “O Judeu” (1996), de Tob Azulay, que mostra que o artista Antônio José da Silva, carioca de nascimento e de origem judaica, foi considerado o mais célebre autor teatral de Portugal do século 18. Ambos os filmes fizeram parte da programação da Mostra Judaica.