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Cineclube da Fundação realizou segunda sessão no sábado (27/04)
O Cineclube da Fundação abriu as portas ao público para sua segunda sessão neste sábado (27/04) com a projeção do filme “A hora dos fornos” (1968) de Fernando Solanas e Octavio Getino. Realizada na Sala João Cardoso Ayres, no Campus Ulysses Pernambucano da Fundação Joaquim Nabuco, a sessão reuniu os amantes da terceira arte. O Cineclube da Fundação é uma iniciativa do Cinema da Fundação, equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
Durante 4h20, os espectadores foram imersos nas provocações do filme-manifesto. Dividido em três partes (Colonialismo e Violência; Ato para a libertação; e Violência e libertação), o documentário inaugurou o chamado Terceiro-cinema, que enfatiza o audiovisual como político e revolucionário. O longa traz à tona os horrores da ditadura na Argentina dos anos 1960, sendo uma obra que está à frente de seu tempo, uma vez que reflete sobre a formação política latino-americana e os resquícios do colonialismo na sociedade atual.
Promovendo a democratização do audiovisual, o Cineclube da Fundação fomenta discussões em torno das obras exibidas, de maneira que utiliza do cinema para analisar a atualidade. “O Cineclube da Fundação é um ambiente para as pessoas conversarem, discutirem e elaborarem, a partir de uma cinematografia que não é tão evidente, fazendo essa conexão entre a sua programação e o que está acontecendo no mundo”, observa o coordenador do Cinema da Fundação, Luiz Joaquim.
Obras como o filme de Solanas e Getino fortificam o audiovisual como manifesto e geram diferentes percepções sobre as amarras do colonialismo, discutindo não apenas o passado, mas também o presente. É o que relata uma das espectadoras do Cineclube. “É muito interessante esses filmes que retratam essa questão, pois eles reafirmam como o audiovisual foi importante nesse período, como retratou a indignação popular. E como a gente precisa saber disso agora, tanto com o que está acontecendo na Argentina, quanto no Brasil”, comentou Ester Gomes, 24 anos.