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Chega ao fim a exposição “Dias de Solidão” que refletiu sobre o impacto da covid-19 nos equipamentos museais
Após um ano e meio no Museu do Homem do Nordeste, equipamento cultural da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a exposição “389 Dias de Solidão” foi recolhida.
Exposta na sala de abertura do edifício Gil Maranhão desde o dia 19 de agosto de 2021, a mostra fez o público refletir sobre os desafios dos equipamentos museais durante a pandemia de covid-19.
Dias de Solidão apresentou intervenções em reproduções de obras de artistas renomados, como “Mona Lisa” (Leonardo da Vinci, 1503) e “O Grito” (Edvard Munch, 1893), inserindo em personagens a máscara de proteção contra a covid.
A exposição teve início na reabertura do Muhne, que suspendeu suas atividades presenciais em 2020 por conta da pandemia, e voltou justamente na celebração dos 172 anos de nascimento do patrono da Instituição, Joaquim Nabuco.
“Desde a reabertura do Muhne, nossa equipe decidiu que a sala de abertura seria um espaço de acolhimento para nossos visitantes, voltado para tratar assuntos do nosso cotidiano. Nesse sentido, em agosto de 2021, inauguramos a exposição que tratava das questões relacionadas à covid-19 e como o mundo e os museus estavam enfrentando as medidas impostas pelo distanciamento”, explica o coordenador de Museologia do Muhne, Albino de Oliveira.
"Você sabia que é seu?"
Em 2023, com a pandemia mais controlada a partir dos avanços da vacinação, o Museu do Homem do Nordeste vai tratar de uma questão recente que pôs em risco a integridade física do patrimônio histórico-artístico-cultural brasileiro: os atos de vandalismo em Brasília, ocorridos no último dia 8 de janeiro.
A Fundaj, inclusive, se mantendo firme, atenta e intransigente na defesa da Democracia, repudiou as invasões e depredações que significaram um violento ataque às instituições públicas legitimamente constituídas, ao Estado de Direito e à República Brasileira.
Assim, intitulada "Você sabia que é seu?", a nova exposição, que será inaugurada nos próximos dias, definirá o conceito de patrimônio público, o papel dos museus para a sua proteção e a importância que ele tem para cada um de nós brasileiros.
A mostra trabalhará esse tema a partir da apresentação de um dos objetos mais emblemáticos do nosso acervo, um açucareiro de ouro.
Confeccionado muito mais como símbolo de poder e riqueza, mas destituído da sua função de recipiente destinado ao serviço de chá na Birmânia, o açucareiro uniu dois mundos, duas culturas distintas, sob um mesmo tema, o açúcar no Brasil e no mundo.
O açucareiro foi apresentado como a peça vip da exposição de inauguração do Museu do Homem do Nordeste, em 1979. A peça de fina ourivesaria é decorada em reservas laterais com as fases da extração, produção e comercialização do açúcar retirado da seiva da palmeira indiana (Arenga pinnata), o que denota a sua origem asiática e a quem pertenceu: possivelmente a um rico produtor de açúcar, talvez, um nobre birmanês.