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Arte de contar histórias verídicas com pitadas de ficção foi temática do último Seminário de Tropicologia
Histórias factuais contadas com toques de ficção. O Seminário de Tropicologia desta terça-feira (25) recebeu a escritora Ana Maria César para falar de suas obras, abordando o tema: “Do factual ao ficcional - a experiência de trabalhar temas históricos". Como de costume, o evento aconteceu no campus Gilberto Freyre da Fundaj.
Entusiasmada, a convidada, que é membro da Academia Pernambucana de Letras, comentou alguns de seus livros como o “Último porto de Henrique Galvão” e “Três homens chamados João”. O trabalho dela consiste em realizar pesquisas de fatos, por meio de relatos, e documentos e fazer a sua interpretação de como cada coisa aconteceu.
Ela relatou que, em suas pesquisas, procura “entrar na cabeça dos personagens” para sentir o que cada um sentiu no momento em que a história aconteceu, e assim descrever as sensações e percepções de espaço. “Quando falo do personagem no trem, eu descrevo o ambiente e coloco o leitor lá dentro”, explicou.
Para escrever suas obras, ela relatou que pesquisa muito, conhece contextos, pessoas e regiões. “Quando começo um livro, ainda não sei como vou fazer, vou caminhando e encontrando subsídios para minha escrita. No final fica interessante”, afirmou.
Na hora de fazer sua contribuição para a temática, Lourival Holanda citou que até mesmo o relato histórico não tem caráter totalmente fidedigno em relação à realidade. “Existe a ‘verdade adequação’ que é a do historiador, que fica restrita ao fato, condicionado ao documento e existe a ‘verdade desvelamento’ que é a do romancista. Ele investe na complexidade do fenômeno, se abre para os sentidos e torneia os fatos”, afirmou.
O Seminário é um fórum multidisciplinar que conta com a participação de seminaristas para diálogos mensais sobre diversos temas. Nomes como Ivanildo Sampaio, Clóvis Cavalcanti e Aurélio Molina também estavam presentes nessa edição.