Ano de 2022 da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj é marcado por aprofundamento de estudos e parcerias

Gestão da água do planeta, valorização da caatinga, debates sobre educação infantil, inovação e a interação entre política e religião pautaram ações da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) no ano de 2022. Além de publicar novos volumes da renomada Revista Ciência & Trópico, iniciar um estudo sobre condições artesãs no Nordeste, realizar parcerias institucionais com outros órgãos de pesquisas e conseguir aprovação para cinco novas pesquisas. Com grande êxito acadêmico, a Diretoria também iniciou e fechou ciclos do seu Programa de Iniciação Científica (Pibic).

Com o objetivo de discutir temas relacionados aos desafios da gestão da água, a Dipes iniciou em fevereiro o Ciclo de Lives “Cirand'água”. Ao longo do ano, no canal da Fundaj no YouTube, foram exibidos debates sobre questões como a gestão integrada e adaptativa, participação social, justiça social e o desenvolvimento sustentável do recurso natural. No decorrer dos meses, os eventos presenciais voltaram com tudo. O destaque do mês de abril foi o “Vivenciando a Caatinga”, um ciclo de debates para evidenciar e dialogar sobre a importância da vegetação que é o único bioma exclusivamente brasileiro. Organizado pela Coordenação-Geral do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist), o evento celebrou o Dia Nacional da Caatinga, comemorado em 28 de abril.

No segundo semestre, foi realizada a V Jornada de Estudos das Infâncias. Organizada pelo Grupo de Pesquisa Infância e Educação na Contemporaneidade (GPIEDUC) da Fundaj, a programação divulgou e debateu temáticas relacionadas às infâncias. Fruto de uma parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em outubro, o público acompanhou o workshop "Oportunidades do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT)”. O evento abordou sobre a hélice tríplice entre o governo, empresa e a universidade, e a importância de fazer com que essas parcerias fluam com mais naturalidade.

E no fim do ano, foi promovido o evento “O crescimento do Sionismo Cristão na América Latina: Brasil e Guatemala”. Na ocasião, foi compartilhado e debatido com o público externo os resultados preliminares do projeto de pesquisa que é fruto de uma parceria da Fundaj com as universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Estadual de Campinas (Unicamp) e Wilfrid Laurier, do Canadá. O estudo trata da aproximação de preceitos ligados ao judaísmo, às congregações cristãs e à política de países do continente americano.

Pesquisas

No mês de maio, foi dada a largada para a pesquisa “Artesanato no Nordeste Hoje: políticas públicas, gestão e condição artesã”. Os pesquisadores envolvidos realizaram o primeiro ciclo de visitas técnicas a centros de artesanatos e a mestres artesãos da Região Metropolitana do Recife. A ideia do projeto é se debruçar sobre as condições artesãs em quatro estados da região Nordeste (Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará) para analisar a implementação das políticas públicas voltadas para a área. Neste ano também, foi publicado o volume 46 (n°1 - 2022) da Revista Ciência & Trópico. Seu caráter multidisciplinar trouxe para os leitores análises sobre arte armorial, geopolítica, Covid-19, antropologia, relações políticas, feminismo, reciclagem, caatinga e zika vírus.

Em 2022, o Conselho Diretor (Condir) da Fundaj aprovou quatro propostas de pesquisa, como a que objetiva analisar o índice de progresso social no Brasil e no Chile, intitulada de "Cidades, Sustentabilidade e Desigualdades”. Já o projeto de pesquisa “Polos de Confecções do Nordeste: migração e mobilidade pendular no contexto recente” (temática trabalhada pela Fundaj desde 2008) foi aprovado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em chamada para financiamento de até R$ 150 mil. 

Ações

Os primeiros resultados do Relatório de Consulta Popular da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) com a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes foram apresentados em julho. O estudo definiu um ranking de prioridades para um aprofundamento de ações do governo municipal. A pesquisa é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre as duas instituições e foi realizada em parceria com o Núcleo de Estudos em Estatísticas Sociais (NEES) da Fundaj. 

Já o projeto “Fundaj Vai à Escola: Educação e C&T na Pandemia – resgatando e repensando a Importância da Divulgação e Iniciativas Científicas” teve sua primeira edição realizada em agosto, na Escola de Referencia em Ensino Médio Padre Zacarias Tavares, no município de Caruaru, no Agreste do Estado. Estimular atividades voltadas ao conhecimento científico e a discussão sobre políticas públicas para  estudantes e professores da rede pública de ensino são alguns dos objetivos da ação, que é coordenada pelo pesquisador da Fundaj, Marcos Lucena. Em setembro, a iniciativa também desembarcou no município de Bezerros, no Agreste de Pernambuco.

A Dipes também iniciou uma série de oficinas em parceria com municípios para a apresentação da metodologia da pesquisa “Rede 10”.  Um dos principais pilares da Rede é a otimização da gestão pública por meio da inovação social. Fruto de um trabalho desenvolvido com a colaboração da Secretaria-Geral da Presidência da República, em 2022, o projeto deu o seu pontapé inicial em dois municípios: Pão de Açúcar, em Alagoas, e São Cristóvão, em Sergipe.

Em novembro, a XVIII Jornada de Iniciação Científica (JOIC) foi realizada pelo Programa de Iniciação Científica CNPq/Fundaj, reunindo pesquisas desenvolvidas, ao longo de 12 meses, por graduandos e bolsistas do ensino médio. As temáticas trabalhadas na edição do ano apresentaram um cenário de "contemporaneidades e permanências".

E para encerrar o ano com chave de ouro, foi lançada a primeira edição do Concurso de Boas Práticas Pedagógicas em Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido Brasileiro. Com o objetivo de debater sobre práticas pedagógicas e aprimorar a educação no Semiárido brasileiro, a iniciativa vai premiar os vencedores em até R$ 15 mil.