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Águas subterrâneas serão temática do II Cirand’água, ciclo de lives promovido pela Fundaj
Este ano, no Dia Mundial da Água, a comunidade internacional ligada aos debates sobre o recurso decidiu evidenciar e discutir a questão das águas subterrâneas. E para contemplar essa linha proposta, a segunda live do Cirand’água tratará sobre o tema: “Águas Subterrâneas no Nordeste do Brasil – tornando o invisível visível”. Promovida pela Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundaj, por meio da Coordenação Geral do Centro de Estudos de Cultura, Memória e Identidade (Cecim), a programação online será exibida no próximo dia 30 de março, no canal oficial da Fundaj no YouTube.
“Esse é um tema que realmente merece nossa atenção. Muitos são os fatores que concorrem para a formação dessas reservas que ficam abaixo da superfície terrestre e integram o ciclo hidrológico. Também são diversos os fatores que incidem em sua utilização, e assim como as águas superficiais, é necessário que haja uma abordagem multidisciplinar tanto na formação do conhecimento como nos processos de gestão”, afirmou a pesquisadora da Dipes e coordenadora do evento, Edneida Cavalcanti.
Discutir a questão das águas subterrâneas é essencial para assegurar o direito humano ao acesso à água e ao saneamento. Assim, para falar sobre o assunto, o Ciclo de Lives “Cirand'água” trará como palestrante de sua segunda edição, João Alberto Oliveira Diniz, Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM - Nacional). Debatendo sobre o tema, estarão marcando presença também: Marcelo Asfora (Pesquisador da Fundaj) e Edvalda Aroucha (Pedagoga e Ecóloga Humana da Agendha e Opará).
Durante o encontro, serão colocadas em discussão questões como a distribuição da água no Planeta, as interações entre águas superficiais e subterrâneas, os tipos de aquíferos, o conceito de rendimento seguro (safe yield) de sua utilização e os possíveis conflitos de seu uso. O debate também será afunilado para a ocorrência de águas subterrâneas no Nordeste, em Pernambuco e para a gestão das mesmas.
“A água subterrânea só pode ser perfeitamente compreendida a partir de sua gestão, o que envolve não apenas critérios técnicos, mas também sociais, com o envolvimento e a participação da sociedade, pois não se faz gestão sem a participação popular. E para finalizar a conversa, também vamos propor alguns pontos para a reflexão sobre o valor da água, considerando sua disponibilidade, armazenamento, demanda, qualidade, eventos extremos, riscos e resiliência”, afirmou o palestrante João Diniz.
Águas subterrâneas no Brasil
O Brasil possui as maiores reservas de água subterrânea do planeta, mas muitas são as questões e os riscos envolvendo o uso dessas águas, principalmente diante do aumento da demanda, oriunda majoritariamente de setores ligados à agricultura em larga escala, da mineração ou mesmo da indústria de água engarrafada.
Atualmente, existem duas grandes ameaças às águas subterrâneas: a sobrexploração e a contaminação. A sobrexploração acontece quando a extração e o uso das águas subterrâneas ultrapassam o volume dos recursos hídricos subterrâneos renováveis, ou seja, dos volumes de precipitação que se infiltram no solo. Nesse caso, passam a utilizar-se as águas do armazenamento do próprio aquífero, o que pode levar à exaustão do recurso.
Em relação a poluição, são muitas as formas que podem provocar a contaminação grave de um aquífero. A poluição com resíduos de hidrocarbonetos, resíduos contaminantes da agricultura, são exemplos. Infelizmente, já existem muitos aquíferos contaminados, a tal ponto que já deixaram de ser considerados aquíferos, por impossibilidade de usar a sua água.
Ciclo de Lives Cirand'água
Iniciado em fevereiro, o ciclo de Lives “Cirand'água” objetiva falar, durante o ano inteiro, sobre os desafios que giram em torno do uso da água. A ideia do projeto é promover debates sobre questões como a gestão integrada e adaptativa, participação social, justiça social e o desenvolvimento sustentável da água.
Exibidos sempre no canal da Fundaj no YouTube, os debates são apoiados pelo Observatório da Governança das Águas (OGA), pela Rede Waterlat-Gobacit e Associação Águas do Nordeste (ANE). A ideia é que cada edição tenha uma linguagem diferente, articulando-se com aspectos culturais como a música, as artes plásticas e a dança. Do ciclo de debates, será produzido um livro e/ou um caderno especial, na linha do que já é desenvolvido pela Rede Waterlat-Gobacit.
Serviço:
II Cirand’água
Águas Subterrâneas no Nordeste do Brasil – tornando o invisível visível
Palestrante: João Alberto Oliveira Diniz (Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração do Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM - Nacional);
Debatedores: Marcelo Asfora (Pesquisador da Fundaj) e Edvalda Aroucha (Pedagoga e Ecóloga Humana da Agendha e Opará);
Coordenação: Edneida Cavalcanti (Pesquisadora da Fundaj);
Data: 30 de março de 2022;
Horário: 14h às 16h;
Plataforma: canal oficial da Fundaj no YouTube