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Academia Pernambucana de Letras celebra 120 anos de fundação
Faltou pouco para a Academia Pernambucana de Letras (APL) figurar na história como a primeira do Brasil. Segundo a antropóloga e acadêmica Fátima Quintas, detentora da cadeira nº 31, foi o autor de A emparedada da Rua Nova, o recifense Carneiro Vilela, que atrasou a fundação de 1890 para 1901. Ainda assim, ela está entre as três primeiras academias do País e na próxima terça-feira (26) celebra 120 anos de existência. A marca será comemorada com palestra promovida em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), às 16h, no canal da Instituição no YouTube.
“A Academia ficou conhecida como a casa de Carneiro Vilela. Mas, ao bem da verdade, é a casa de todos aqueles que amam a poesia e a prosa. Os literatos são responsáveis por registrar cada qual o espírito criativo de sua época, por isso essa data deve ser lembrada”, destaca o escritor e presidente da Fundaj, Antônio Campos, que na APL ocupa a cadeira nº 25. Na celebração, Antônio Campos dividirá as honras da abertura com o escritor Lucilo Varejão Neto, presidente da APL e detentor da cadeira nº 2.
Na sequência, Fátima depõe sobre o aniversário da instituição. Autora de Academia Pernambucana de Letras — história e patrimônio (2013), a antropóloga integrou a APL em 2002. Uma década depois foi eleita presidente da Academia, cargo que ocupou de 2012 a 2016. “Apesar de não ser historiadora, sou filha de um historiador: Amaro Quintas. Então, sempre tenho vontade de conhecer as instituições a que pertenço. É uma mania minha. Quando entrei na Academia, resolvi estudar um pouco sobre sua história. Pesquisei e concluí com a publicação do livreto”, recorda.
Na obra, a acadêmica resgata toda a história da dita ‘Casa de Carneiro Vilela’, desde a construção do prédio até a formação e consolidação da entidade. Ela recorda, por exemplo, que, no início, a Academia Pernambucana de Letras estava vinculada ao Instituto Histórico de Pernambuco. “Funcionou na Rua do Hospício, até a mudança para a sede atual na Rui Barbosa. Na época, haviam apenas 20 acadêmicos, seguindo os padrões da Academia Francesa de Letras. Foi só em 1960 que o escritor Mauro Mota propôs ampliar o conjunto para formato atual, com 40.”
Ariano Suassuna, Joaquim Cardozo, Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Mário Melo, Mário Sette, Padre Carapuceiro e Manoel Arão são alguns dos nomes que deram grandes contribuições para a literatura do Estado. Afinal, que seria da Literatura Pernambucana sem títulos como o Auto da Compadecida, Cão Sem Plumas, Casa-Grande e Senzala e O Claustro? “Para mim tem um significado imenso compor esta celebração, afinal sou uma escritora. É uma data marcante que deve ser lembrada”, conclui Fátima Quintas.
120 anos da Academia Pernambucana de Letras
Data: 26 de janeiro
Horário: 16h
Transmissão no canal da Fundaj, no YouTube