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Abertura de Seminário do PPGECI na Fundaj tem debate sobre políticas públicas e exibição de curta-metragem
O “Seminário Internacional Integrado Educação, Culturas e Identidades: quais desafios para a reconstrução democrática? - 10 anos PPGECI - Encontro de Saberes e Comunidades Educativas”, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) teve início nesta segunda-feira (2), com debates sobre políticas públicas e apresentação cultural. O encontro será realizado até 7 de dezembro. A proposta é ampliar o diálogo entre pesquisadores participantes e egressos do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades (PPGECI), mestrado associado da Fundaj com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A programação também engloba o IV Encontro de Egressos e Egressas do Programa.
A solenidade de abertura contou com a presença da Profª Drª Márcia Angela Aguiar, presidenta da Fundaj, Ana Sousa Abranches, diretora de Formação Profissional e Inovação (Difor) da Fundaj, Cibelle Rodrigues, coordenadora do PPGECI/Fundaj, Wagner Lira, vice-coordenador PPGECI/UFRPE, Edivan Rodrigues de Souza, coordenador de internacionalização da pró-reitoria de pós-graduação da UFRPE, Moisés de Melo Santana, primeiro coordenador do PPGECI, e da mestranda Maiara Souza, representando a comissão científica do PPGECI.
Na cerimônia, os presentes destacaram o compromisso do PPGECI com valores democráticos, inclusão e diversidade, bem como a relevância do evento. “Esse seminário é uma importante oportunidade para ampliação das redes de conhecimento e compartilhamento de vivências, e a construção do futuro da pós-graduação”, destacou Ana Abranches, que foi a primeira vice-presidente do PPGECI. “Sua própria preparação já demonstra a força da construção coletiva, tanto no âmbito interno dos programas, quanto no processo de acolhimento dos parceiros institucionais para promover reflexões e caminhar juntos em busca de um futuro mais democrático e inclusivo”.
A presidenta Márcia Angela Aguiar parabenizou os profissionais ligados pelo PPGECI por unirem as culturas diversas da Fundaj e a UFRPE em prol de um programa que contribua com os cidadãos. “Todos que se dedicaram a esse curso tem direcionado muitos esforços para poder devolver à sociedade pesquisadores e pesquisadoras que tenham avançado durante esse período de vivência de ampliação do conhecimento, e que esse conhecimento não seja neutro, e sim que dedicado à maioria e concorra para o bem-estar das pessoas e mudança da sociedade.”.
A conferência “As políticas do CNPq no contexto da reconstrução do Brasil” foi proferida pela Profª Dalila Oliveira, diretora de cooperação institucional, internacional e inovação do CNPq, com coordenação da mestranda Aline Castilho, do PPGECI. Dalila Oliveira destacou esforços do CNPq para fortalecer a produção de conhecimento no Brasil, por meio de uma recomposição orçamentária, recuperação de editais e parcerias internacionais, após momentos difíceis proporcionados pelas gestões federais anteriores. “Estamos tentando reconstruir esse país por meio de uma de nossas prioridades, que é a recomposição da estrutura de pesquisa no país para fortalecer o nosso sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação.”
A professora destacou como objetivos da gestão uma divisão mais equânime de recursos empregados à ciência e tecnologia entre regiões devido à disparidade no Sudeste, e o reajuste no valor das bolsas de pós-graduação, congeladas desde 2023. Outro destaque foi o maior investimento em ações afirmativas, por meio do PIBIC-Af e da chamada pública Atlânticas, que contou com um investimento de mais de R$ 8 milhões para criação de bolsas no exterior voltadas a mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas.
Experiências transformadoras
Para celebrar os 10 anos do PPGECI, egressos compartilharam suas experiências com o mestrado. Os depoimentos foram coordenados pela egressa Karla Barroca, que destacou a importância dos grupos de estudo durante a formação. Já Rauan Batista, da turma de 2022, contou que o mestrado foi um momento de reencontros e descobertas para ele e falou, ainda, sobre o conhecimento: “O conhecimento é muito libertador e tem uma responsabilidade social grande. E se a educação liberta, ela deve ser para todos”.
Os saberes fortalecidos durante o Mestrado em Educação, Culturas e Identidades culminaram em projetos culturais, apresentados ao público. Um deles foi o curta-metragem “Drags do Sertão Ep. 1”, da Série Questão de Gênero, com direção de Marlom Meirelles e roteiro de Robson da Silva. O título apresenta a vida de cinco pessoas de Serra Talhada que são drags queens. No curta, elas falam sobre como é ser parte do movimento drag queen em um município machista e que tem o heterossexual como único modelo de masculinidade.
Após a exibição do episódio da série, que ainda vai ganhar estreia oficial e circular por todo o estado de Pernambuco, em ambientes educativos, o roteirista, Robson da Silva, conversou com o público sobre o processo de produção do curta. Emocionado, destacou a relação da pesquisa com a sociedade, como pontuado pela presidenta da Fundaj, pontuando que “há retorno social para várias demandas e lutas”. O pesquisador afirmou também que o vínculo com o PPGECI não se corta e que “a arte me potencializou e drag queen também é pesquisa e arte”.