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9° EpePe chega ao fim reforçando a educação democrática e inclusiva
Ao longo de três dias, o 9° Encontro de Pesquisa Educacional em Pernambuco (EpePE) promoveu intensos debates, mesas redondas, apresentações de trabalhos, momentos culturais e lançamentos de livros. O evento, promovido pela Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em parceria com o Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi encerrada na quinta-feira (24) e avaliado como um sucesso pela riqueza das discussões, tanto por participantes quanto pela organização.
Confira a cobertura dos primeiros dias:
A cerimônia de encerramento contou com uma apresentação do Coral da Fundaj, que trouxe canções tradicionais como "Boiadeiro" e "Riacho do Navio". O som ecoou pelo hall do CE/UFPE, onde uma grande roda de ciranda foi formada para celebrar o momento. Em seguida, a última conferência do EpePE abordou as perspectivas futuras da educação, com foco no novo Plano Nacional de Educação (PNE).
A presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, reforçou a importância da participação ativa da sociedade na construção desse plano, destacando os desafios recentes enfrentados pelas políticas educacionais e a necessidade de uma reconstrução nacional baseada no financiamento público e na gestão democrática da educação. "Esse tema é desafiador, e quero enfatizar que não podemos ter um PNE sem a participação ativa da sociedade civil. Não se pode delegar ao gestor de plantão para que assuma sozinho essa responsabilidade. Lembrando que esse é um campo de disputas. Isso depende muito da organização e da capacidade das forças sociais em influenciar algo que é fundamental para o desenvolvimento do país: a educação. Então, todos os fóruns e coletivos devem retomar a luta que tivemos ao longo do tempo e que se traduziu na Conferência Nacional de Educação", afirmou.
O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, enfatizou questões cruciais para o futuro da educação, como a qualidade do ensino e a persistência das desigualdades educacionais. Ele também destacou a necessidade de valorização e formação contínua dos professores, além da luta por um financiamento adequado e eficaz.
"Temos um sistema nacional muito heterogêneo, diferenciado, desigual. Veja a quantidade de estruturas, coordenações e avaliações da educação nacional que temos. Quem estuda a federação vê isso. Temos âmbitos federal, estadual e municipal, muitos entes federativos lutando para contratar, formar, inicial e continuamente. Será que não precisamos debater o modelo de formação de professores atual? Para atualizá-lo ou discutir se são necessárias mudanças. Temos questões como contratação precária, onde se contrata professor e no fim do ano recontrata," pontuou.
A vice-diretora do Centro de Educação da UFPE, Tatiana Cristina dos Santos de Araújo, expressou sua satisfação em sediar o EpePE, destacando a excelência da organização e a importância do encontro para o fortalecimento das discussões educacionais no Brasil. Encerrando o evento, a coordenadora do encontro, Verônica Soares Fernandes (Fundaj), celebrou a parceria com a UFPE e outras instituições, ressaltando a qualidade dos trabalhos apresentados ao longo dos três dias. A mesa foi mediada pela diretora do CE, Ana Lúcia Félix dos Santos.
Apresentações
O terceiro e último dia do 9º EpePE também acolheu mesas de diálogo com temas como tecnologia, cinema e militarização das escolas. A sessão 12 do Encontro se debruçou sobre as relações possíveis entre tecnologia, cinema e educação. Sob coordenação do professor Marcelo Sabbatini (UFPE), o público conheceu experiências de projetos do professor convidado da UFPE, José Maria da Silva Ribeiro, e de Ingrid Xavier, autora do "Trela Audiovisual", que apresentaram seus projetos, com mediação da presidenta Márcia Angela Aguiar.
Já no auditório do CE, a sessão 14 discutiu a educação em direitos humanos e a militarização do ensino no Brasil, com participação dos professores Miriam Fábia Alves, presidente da ANPed, Catarina de Almeida Santos, da UnB, e Fernando da Silva Cardoso, da UPE. Sob direção da coordenadora do Núcleo de Educação, Cultura, Inclusão, Meio Ambiente e Diversidade em Direitos Humanos (NECIMADH/Fundaj), professora Aida Monteiro, a mesa explorou os discursos e práticas que promovem a chamada "militarização da vida" e seus impactos sobre a juventude nas escolas, estabelecendo um paralelo com a experiência norte-americana.
Ao longo da manhã, duas outras sessões simultâneas tomaram forma no 9º EpePE. No anfiteatro do Centro de Educação, a sessão 13 abordou o projeto de Lei 5.230/23 e as metas do Plano Nacional de Educação com foco na educação profissional e tecnológica e na construção de um ensino médio de qualidade. Já a sessão 15 convidou representantes de movimentos sociais para relatar suas contribuições na renovação da comunicação social.