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‘Mirante’: documentário estreia em sessão debate na Sala Museu do Cinema da Fundação
“Registros de uma cidade em decadência”. É como ‘Mirante’ se descreve. Recém-lançado, o documentário de Rodrigo John traz uma perspectiva intimista sobre a Porto Alegre de 2016. Realizada na quinta-feira (14), a estreia do documentário ‘Mirante’, ocorreu na Sala Museu do Cinema da Fundação, equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Além da exibição do longa, a sessão contou com um debate especial, com a presença do diretor do filme, Rodrigo John, e de Luiz Joaquim, coordenador do Cinema da Fundação e da Cinemateca Pernambucana.
Com ênfase nas mudanças políticas ocorridas no Brasil após o golpe da Presidenta Dilma Rousseff em 2016, ‘Mirante’ acompanha o jovem Rodrigo com um costume curioso, observar pessoas desconhecidas pela janela de sua casa, no centro de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Durante esse processo, feridas antigas são reabertas e ele passa a assimilar os acontecimentos externos com a sua vida pessoal, onde a óptica vista da janela e o cotidiano de Porto Alegre se entrelaçam, em meio a desordem política e o caos em sua própria vida.
Segundo o diretor, Rodrigo John, o filme abre interpretações, uma vez que explora as experiências do diretor sob a ótica do mirante, local em que gravou registros de 2007 a 2016. Com inspiração em clássicos como ‘Janela Indiscreta', de Alfred Hitchcock, o longa também ainda conta com um easteregg do curta-metragem ‘Vinil verde’, de Kleber Mendonça Filho. "Não queria colocar o protagonismo em ninguém. Meu olhar estava contaminado com o que estava acontecendo dentro, mas não queria que isso prevalecesse. Então o filme é quase anti-narrativo. São janelas e a nossa era uma delas. A protagonista é a cidade. A história se narra por ela mesma, as coisas foram acontecendo e fui gravando", comentou Rodrigo John sobre o longa.
O diretor ainda afirmou que ‘Mirante’ trata-se do primeiro filme de uma trilogia de documentários que pretende produzir em um futuro próximo. "Mirante será uma trilogia, o segundo estou gravando agora, morando no mato, perto da casa dos meus pais e fazendo registros. É uma outra fantasmagoria, também passa pela pandemia, mas é mais ou menos o que já está no filme”, completou.
O coordenador do Cinema da Fundação, Luiz Joaquim, também participou do debate sobre o documentário com o público, enfatizando as trocas de perspectivas que as sessões debate possibilitam. "Mirante é um filme muito aberto. Tem um discurso próprio, mas dá muitas possibilidades de leitura. Ter o Rodrigo John aqui para compartilhar as particularidades da composição do filme, só enriquece, amplifica e aumenta as possíveis leituras que poderíamos ter pelo filme” destacou, acrescentando que o Cinema da fundação do tem esse trabalho de colocar o realizador próximo do espectador, o John mesmo veio diretamente do Rio Grande do Sul debater o filme o coordenador do Cinema da Fundação/Museu.
O documentário ‘Mirante’ se encontra na programação da Sala Museu do Cinema da Fundação, no campus Gilberto Freyre da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte. Com a sala funcionando de terça a domingo, os ingressos custam R$14 (inteira) e R$7 (meia-entrada), sendo às terças o valor único de R$ 5.