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Ensaio não destrutivo por liquido penetrante é tema de aluna de Pós Graduação
A aluna do Programa de Pós Graduação da Fundacentro, Camila Dantas Gadelha Saraiva, escolheu o tema “Segurança ocupacional para os trabalhadores: Estudo de caso em laboratório de ensaio não destrutivo por liquido penetrante”, para sua defesa de dissertação, que aconteceu no dia 10 de dezembro, na Fundacentro de São Paulo.
Camila é engenheira química e de segurança do trabalho e conta que a motivação para a escolha do tema aconteceu devido ao fato de ser nele quem se qualifica a grande maioria dos profissionais em END (ensaio não destrutivo), na área aeroespacial e do mercado da aviação civil brasileira.
O ensaio por líquido penetrante é um método desenvolvido para detectar descontinuidades essencialmente superficiais, abertas na superfície do material. O método começou a ser usado antes da primeira guerra mundial, principalmente pela indústria ferroviária.
No começo, o método era a aplicação de querosene ou óleo sobre a superfície da peça e removê-lo depois de várias horas. Em seguida era aplicada uma mistura de solvente com pó de giz. O processo permitia apenas a observação de grandes defeitos abertos e sobre a superfície.
O método que é seguido hoje em dia ganhou força em 1942, nos Estados Unidos, quando foi desenvolvido o método de penetrantes fluorescentes, que realizam a inspeção de componentes para a área aeronáutica.
O trabalho de Camila procura descobrir se há riscos ocupacionais para os trabalhadores que desenvolvem suas atividades no ensaio por liquido penetrante e também para alunos que realizam curso nesses laboratórios. A empresa analisada, fica localizada em São Paulo e foi mantida em sigilo.
Além dos riscos que o contato dos produtos utilizados pode trazer ao trabalhador, como câncer, por exemplo, há também uma preocupação com a ventilação do ambiente, levando em consideração o forte cheiro dos produtos e o tempo de exposição dos trabalhadores. A pesquisa propõe a troca do produto por um de baixo custo e inodoro.
Para realizar o trabalho, Camila realizou o método de observação do processo do trabalhador, abordagem qualitativa e análise documental.
Estiveram presentes na banca o doutor especialista em toxicologia, Paulo José Teixeira e o coordenador do Seminário de Pós-Graduação em Trabalho, Saúde e Ambiente da Fundacentro, Carlos Sérgio da Silva. O orientador foi o tecnologista da Fundacentro e doutor em Meio Ambiente, João Apolinário da Silva.
Camila pretende não apenas publicar o trabalho, como também produzir um folheto de divulgação e apresenta-lo a empresa onde foi realizado o estudo, a fim de convencê-los a mudar o produto para assegurar a vida desses trabalhadores.
O trabalho será disponibilizado em breve no site da Fundacentro.
*Texto redigido pela estagiária, Rebeca Melo, sob supervisão de Alexandra Rinaldi, MTb 24548