Organização do trabalho, gestão e saúde dos trabalhadores e trabalhadoras
Assumindo como premissa a centralidade do trabalho nos processos de produção e reprodução da vida em sociedade, o Programa Organização do Trabalho, Gestão e Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras abriga estudos e ações que têm como objeto as mudanças no mundo do trabalho, suas articulações com formas prevalentes, mas não exclusivas, de organização e gestão laboral, e seus desdobramentos na saúde.
Considera-se que as alterações das estruturas organizacionais e gerenciais das empresas, implantadas ao longo das últimas décadas, expressas entre outras manifestações na adoção de ferramentas de gestão cada vez mais individualizantes e adoecedoras, requerem a compreensão do processo de produção dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, o que também pressupõe a integração de vários campos do conhecimento.
O Programa pretende reunir e integrar pesquisas, estudos e atividades que contribuam para que os avanços e transformações tecnológicas beneficiem todos os trabalhadores e trabalhadoras, não se constituindo em fontes e meios de potencialização de produtividade e lucros, com intensificação do trabalho e opressão de quem trabalha.
Interessam, portanto, projetos de pesquisas, ações extensionistas, cursos, grupos de estudo e elaboração de políticas públicas que tenham como objeto:
a) As diferentes configurações da organização e gestão laboral, suas finalidades e articulações, e os contextos histórico-sociais nos quais se inserem.
b) As determinações de gênero e raça e suas articulações com marcadores sociais que perpassam e organizam as relações de trabalho, e suas expressões no mercado de trabalho brasileiro.
c) Os sistemas de gestão flexível, seus dispositivos de potencialização da produtividade e intensificação do trabalho, os modelos individuais e coletivos de avaliação e seus desdobramentos na saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.
d) As relações entre modelos de organização e gestão do trabalho e a incidência de práticas de assédio moral e violências psicológicas.
e) A expansão da plataformização do trabalho, as novas formas de controle e vigilância laboral, suas implicações na garantia de direitos historicamente conquistados, e suas consequências para a saúde.
f) A gestão por algoritmos e as implicações do gerenciamento do trabalho por sistemas automatizados.
Experiências de autogestão do trabalho, assim como de iniciativas voltadas à humanização das relações laborais, com respeito à subjetividade, às identidades de gênero, raça e etnia, à orientação sexual, às diferentes deficiências.