20/ABR/2022 - Trio 3 por 8
Trio 3 por 8
Data: 20 de abril de 2022, às 19h
Local: Teatro Dulcina - Rio de Janeiro, RJ
Descrição do evento
Através de uma seleção de obras cronologicamente selecionadas por critério de recorte temporal, o trio visa contemplar uma significativa variedade de gêneros musicais começando pelas chansons medievais, danças renascentistas, sonatas barrocas, músicas de tradição oral, chegando-se a composições inspiradas em exemplos do passado, de autoria dos próprios músicos.
Para tal, os integrantes do trio – que são portadores de um dos maiores acervos de instrumentos antigos do Brasil – fazem uso de exemplares raros e praticamente desconhecidos pelo grande público (mesmo no que se refere às principais salas de concerto), mas que em outrora foram muito populares em suas “épocas áureas” como é o caso da viela de arco medieval no século XII, da gaita de foles no séc XVII e do violoncello da spalla no século XVIII.
Segundo diversos relatos históricos, a versatilidade instrumental e a capacidade de improvisação sempre foram pré-requisitos fundamentais para o desenvolvimento e capacitação de um bom músico dos séculos XIII ao XVIII. Enriquecendo a apresentação das obras musicais com comentários sobre os engenhosos mecanismos instrumentais, seus materiais característicos e timbres exóticos, o trio propõe uma apresentação colorida e leve deste rico, exótico e versátil universo musical/instrumental que merece sempre ser reavivado.
Programa:
- Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonata Nº 7 Op. 5 em ré menor para violino – Prelúdio & Corrente (6´)
- Benedetto Marcello (1686-1739) – Sonata Nº 6 para flauta doce e baixo contínuo – Adagio & Ciaccona (8´)
- Nicola Matteis (?- post 1713) – Diverse bizzarrie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona (4)
- Michael Praetorius (1571-1621) - Suite de Voltas do álbum Terpsichore (6´)
- G. P. Telemann (1681-1767) - Trio Sonata em ré menor para flauta, violino e baixo contínuo – Allegro, Adagio, Allegro, Presto (12´)
- Michel Corrette (1707-1795) - Primeira suíte para musette ou viela de roda Op.5 – Rondeau I & II, Chaconne (7´)
- Eduardo Antonello (1987) – A XXI Century Renaissance Piece (2´)
- “Irish Session” - Henry McDermott Roe (Ária), Maurice Manley's Polka, The Hunter's Purse (Reel), Gallaghe´s Frolic Giga (8´)
*A duração das obras é aproximada
Eduardo Antonello: Cravo e viela de roda
Roger Ribeiro: Violino barroco, violoncello da spalla
Pedro Hasselmann: flautas doce, whistles e gaita de fole
Pedro Hasselmann Novaes vem fundando a sua carreira musical como multi-instrumentista, especialmente requisitado por grupos e projetos voltados para a música medieval, renascentista e barroca. Bolsista do governo francês, estudou com o flautista doce Pierre Hamon no Conservatório Érik Satie, em Paris (1996-98), formando-se com o Primeiro Prêmio e Menção no concurso dos conservatórios desta cidade (1998), onde seguiu também cursos no Centre de musique médiévale de Paris. No Brasil, foi aluno de Mário Orlando Guimarães e de Laura Rónai. Graduado em Licenciatura em Música (2003) e Mestre em Musicologia (2008) pela UNIRIO, com bolsa do CNPq, é doutorando pela mesma universidade. Foi professor de Flauta Doce e de História da Música no Conservatório Brasileiro de Música (2011-2015) e atuou como professor Substituto de Flauta Doce na UFRJ onde lecionou nos anos de 2016, 2013, 2008 e 2009.
Lecionou o instrumento em escolas, projetos, festivais e cursos livres. Integra o conjunto de música medieval Atempo, com o qual gravou os CDs O Trovador da Virgem (distribuição Sono-Viso Vozes, 2001) e Estilo novo, nova arte, com patrocínio da Petrobras (2011). É membro também do Codex Sanctissima, grupo de música religiosa medieval e renascentista com o qual gravou o CD Rosa das Rosas (2014). Nesses grupos, toca flautas, gaita de foles e viela de arco, instrumentos com os quais também tem feito participações em concertos e gravações (CDs Sem mim, Grupo Corpo, 2011 e Annua Gaudia: a música do Caminho de Santiago, Conjunto Longa Florata, 1999).
Em 2015/2016 participou como músico da montagem do projeto Sempre Seu da Companhia de Dança Márcia Milhazes e também de sua ocupação artística com Beatriz Milhazes no Espaço Oi Futuro do Flamengo, bem como da continuação desse projeto com o novo espetáculo Guarda-me (2017) cuja narrativa contemporânea é comentada com repertórios e instrumentos de época (da Idade Média ao barroco), tendo-se apresentado com a Companhia nos SESCs do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e no encerramento do FESTIDANÇA de São José dos Campos (28ª Edição). Participou da XXII Bienal de Música Contemporânea (FUNARTE, Outubro de 2017) e das gravações (em andamento) de parte da trilha sonora da novela de época Deus Salve o Rei (Rede Globo) a ir ao ar em Janeiro de 2018.
Roger Ribeiro é Licenciado em Música pela UFRJ e formado em violino barroco na classe do professor Luis Otávio Santos pela EMESP, atualmente cursa o programa de mestrado em musicologia da USP. Estudou com Mariana Salles e desde 2015 com Bernardo Bessler, ano em que passa a estudar na Oficina de Música Antiga da Escola Municipal de Música de São Paulo com os professores Nicolau de Figueiredo, Marilia Vargas e Juliano Buosi. Integrou a classe da professora francesa Amandine Beyer no festival de musica antiga da UFMG (Belo Horizonte – 2011), no Curso Internacional de Música Antiga da ESMAE (Mafra - Portugal, 2014), apresentando-se no Palácio Nacional de Mafra, e no Festival Paesaggi Musicali Toscani (San Quirico D'Orcia - Siena - Itália, 2017), apresentando-se no Palazzo Chigi. Também fez cursos intensivos com artistas como Rodolfo Richter, Manfredo Kraemer, Ryo Terakado, Sthepanie Marie Degand, e François Fernandes. Em 2012 seu interesse por instrumentos de cordas o levou a encomendar para a orquestra Barroca da Unirio, onde é spalla desde 2011, o primeiro violoncello piccolo da spalla do Brasil, com o qual vem se apresentando em salas de concertos em todo o país.
Vencedor do Prêmio de Concertos Didáticos da Funarte em 2013 e 2014, coordenou o projeto Música nas Escolas: Das Canções Elizabetanas do tempo de Shakespeare às Modinhas Imperiais do Brasil, circulando mais de 10 concertos em escolas públicas estaduais e municipais do Rio de Janeiro. Como diretor artístico e camerista, junto ao Grupo Discurso Harmônico, em parceria com o grupo portenho Comarca Antigua e seu diretor Javier Gelati, dirigiu o concerto Saudade, realizado no Ciclo San Benito em Buenos Aires, Argentina, em junho de 2014. Também com o Discurso Harmônico, desta vez sob a direção de Laura Rónai, realizou concertos em Manaus – AM (2012), no Terceiro Festival de Música Barroca de Alcântara – MA (2014), na programação gastronômica do Zozo Bistrô e no Segundo Festival de Música Antiga da UFRJ (Rio de Janeiro, 2013), os dois últimos com a participação especial da soprano Marilia Vargas.
Em 2013 e 2014, sob a regência do maestro Luis Otávio Santos, participou da gravação dos 24o e 25o CDs da Orquestra Barroca Internacional de Juiz de Fora. Em 2014, gravou junto à renomada soprano gaúcha Gabriela Laços, sob a direção de Fernando Cordella, em Porto Alegre, o CD Bravura, lançado em novembro de 2016 em Londres pelo selo Drama Music. Juntamente a grupos como a Orquestra Barroca da Unirio, o Quarteto ArsPlena, Dialecto, Ars Antiqua, Diálogos Musicados, O Discurso Harmônico e outros, acumula ao longo de 10 anos uma experiência de mais de 350 concertos de câmara, como solista ou spalla, e participações estratégicas em inúmeras montagens de óperas, ballets e espetáculos diversos como spalla.
Eduardo Antonello é bacharel em cravo e mestre em práticas interpretativas pela UFRJ contemplado com bolsas de iniciação científica e mestrado pela instituição sob a orientação do prof. Marcelo Fagerlande. Participa ativamente como organizador e pesquisador da Semana do Cravo, evento anual promovido pela universidade e dedicado ao instrumento no Brasil.
Realizou diversos concertos com as principais orquestras do Rio de Janeiro como a Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Petrobrás Sinfônica, Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Johann Sebastian Rio, sob a direção dos maestros Roberto Minczuk, Silvio Viegas, Ira Levin, Tobias Volkmann, Felipe Prazeres dentre outros. Se apresentou ao lado de solistas como Jennifer Larmore (Sala São Paulo), Rosana Lamosa (Igreja da Candelária), Domenico Nordio e o violoncelista Antonio Meneses (Sala Cecília Meireles).
Participou de master classes com o cravista Olivier Baumont, França, Christine Daxelhofer da Alemanha e improvisação erudita ao órgão com Alexandre Rachid, Brasil. Em sua discografia destacam-se a gravação do CD “Da República ao Império com o conjunto Sacra Vox, dirigido por Valéria Mattos, e o CD “Fantasias para Duas Violas da Gamba” junto aos gambistas Kristina Augustin e Mario Orlando.
Foi diretor musical da ocupação artística SEMPRE SEU (2015/16) no Espaço OI Futuro do Flamengo a convite da coreógrafa Márcia Milhazes e a artista plástica Beatriz Milhazes. Possui um canal do youtube de cunho didático com quase cinco mil assinantes "Early music in a diferente way", onde desenvolve suas habilidades como multi-instrumentista interpretando obras dos períodos renascentista, barroco e composições próprias com a viola da gamba, a viela de roda e o cromorne, por exemplo.
Atualmente é cravista concursado da UFRJ, músico, intérprete e consultor da trilha sonora da novela Deus Salve o Rei da Rede Globo e participa de diversos projetos didáticos com o grupo Ars Antiqua e a Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica sob a regência do maestro e violinista Felipe Prazeres.
Local
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro
Rio de Janeiro, RJ
Acesse aqui para obter ingresso gratuito do evento.
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