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Teatro Cacilda Becker apresenta a montagem "Boca do Mundo" até dia 2 de junho
Espetáculo “Boca do Mundo” - foto: Carol Pires
A Fundação Nacional de Artes – Funarte recebe o espetáculo de dança Boca do Mundo, no Teatro Cacilda Becker – espaço cultural da instituição no Rio de Janeiro (RJ) – no período de 23 de maio a 2 de junho. A peça entrelaça expressões de dança e personagens populares do Brasil. “É uma encruzilhada cênica, na qual os artistas, através de músicas e danças, encarnam encantados dos encruzos do Brasil”, comenta o coreógrafo e artista plástico Márcio Cunha, autor, intérprete e responsável pelas muitas instalações cênicas do trabalho. “Encruzos”, em religiões de matriz africana e indígena, são locais de contato entre os mundos visível e invisível.
“É na encruzilhada, no meio da capoeiragem, que a comunicação com o público se dá! Boca do mundo transborda fome de Brasil!”, diz o artista – que é filho de mestres capoeiristas. O projeto, contemplado no Programa Funarte Aberta, nasceu do desejo de aprofundamento e expansão do estudo que o coreógrafo desenvolve sobre o sincretismo das rodas de capoeira, ritos de chegada e de passagem*, orixás, músicas e itens africanos, além de fantasias e máscaras carnavalescas.
Apresentando na cena um universo com força visual e plástica, ritualístico e poético, a coreografia dialoga com o lado divertido e imaginoso das figuras populares, fantasias e máscaras de Carnaval. “Boca do Mundo é para e com EXU, encantado da cultura africana. Ele é ‘o encontro e o cruzamento dos nossos saberes e ignorâncias’, como nos traz o historiador Luiz Antônio Simas”, observa Márcio Cunha. “Exu é o Mensageiro. Sem ele os humanos não se comunicam com os Orixás. Em Boca do Mundo ele é a comunicação do ‘Território Brasil’ com seu povo, evocando a ancestralidade, a identidade e a pluralidade, através do corpo encantado e brincante dos intérpretes” complementa.
O trabalho representa uma continuação das pesquisas do coreógrafo-intérprete, que, por meio das suas criações em dança, investiga o que nomeia “corpo energético e suas estruturas plásticas”. Em 2022, ele estreou o solo Pipoca, obra em homenagem ao seu pai – apelidado com este nome – e a Obaluaiê, orixá para o qual se oferece, em rituais, esse alimento.
Sobre a Companhia Márcio Cunha Dança Contemporânea – O grupo realizador, fundado pelo autor de Boca do Mundo, em 2001, tem como marca espetáculos que exploram vida e obra de artistas plásticos. Com reconhecimento nacional, recebeu o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2012 e foi contemplada em vários outros editais e premiações. Seu repertório inclui montagens como Frida me (2014), Céu de Basquiat (2015) e Rosario (2018), entre outras.
Sobre Márcio Cunha – Com 44 anos, o carioca, também pesquisador em dança, desenvolveu uma trajetória ampla na integração entre esta linguagem e as artes visuais, gerando uma integração entre estas e manifestações de espiritualidade. Formado em Dança pela antiga UniverCidade e pós-graduado em Educação Psicomotora, ministrou aulas e liderou uma companhia com 40 intérpretes portadores da Síndrome de Down. Indicado ao prêmio Cesgranrio de Dança, seus trabalhos, como Rosario (2018) e Casa de Barro (2019), foram apresentados em diversos festivais pelo país. Atua como gestor do projeto Coletivo Corpo Presente, há quatro anos.
Sobre Carla Stank – Juntamente com Márcio, interpreta as cenas e concebeu a trilha sonora da montagem. Atuou como bailarina em diversas companhias cariocas de dança, dentre elas: a Lúmini, a Babalakina, a Rio Maracatu e a Dani Lima – com a qual se apresentou, no Brasil e no Japão, por dez anos. Autora do livro Lalita Lorota - Radical de Palavra. Atualmente, aplica aulas de yoga no Centro Gestacional Curamadre (Nova Friburgo-RJ) e no Chapéu da Mata (Macaé de Cima- Nova Friburgo). É formada em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
Espetáculo de Dança
“Boca do Mundo”
Data: de 23 de maio a 2 de junho - de quinta-feira a domingo
Horários: de quinta-feira a sábado às 20h | Domingo às 19h
Local: Teatro Cacilda Becker - Rua do Catete 338 - Catete, Rio de Janeiro (RJ) , Espaço da Fundação Nacional de Artes – Funarte
Ingressos: R$ 20 | Meia-entrada R$ 10 | na bilheteria e pelo site: sympla.com.br
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Sessões Inclusivas com audiodescrição: 25 de maio e 1º de junho
Ficha Técnica
Concepção, máscaras e instalação cênica: Márcio Cunha | Intérpretes e trilha sonora: Márcio Cunha e Carla Stank | Design de Luz: Juca Baracho
Produção: Cacau Gondomar
Fotos: Carol Pires | Vídeo: Guto Neto (Semear Filmes)
Realização: Márcio Cunha Dança Contemporânea e Boca do Mundo Produções
Patrocínio
Lei Paulo Gustavo
Governo Federal | Ministério da Cultura
Governo do Estado do Rio de Janeiro – Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro
Apoio institucional: Fundação Nacional de Artes – Funarte
Contemplado no Programa Funarte Aberta
Mais informações
Sobre o projeto: www.artemarciocunha.com | instagram.com/marciocunhadanca/ | Whats.: (21) 988306627
Sobre o Programa Funarte Aberta: neste link
Sobre os espaços da fundação no Rio de Janeiro
Coordenação de Espaços Culturais | Diretoria de Projetos | Funarte: coec@funarte.gov.br
* “Rito de chegada”: momento antes dos espetáculos, no qual os atores desenvolvem e utilizam práticas para “focar a energia” para o início do trabalho de cena.
* “Rito de passagem”: cerimônia marcante na vida de um indivíduo ou grupo – conceito aplicado também na arte (a partir de Arnold van Gennep) – Fonte: livro do autor Les Rites de Passage: Étude systématique des rites de passage (1909)