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Seminário Funarte Acervo das Artes: difusão, digitalização e diversidades em debate
Foto: CCOM Funarte
O Seminário Funarte Acervo das Artes reforçou, em seu segundo dia, as reflexões sobre a difusão, os desafios das digitalidades e o papel essencial dos acervos na promoção de diversidades e das redes culturais. Realizado na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, e transmitido ao vivo pelo canal da Funarte no YouTube, o evento reuniu especialistas, pesquisadores e representantes de instituições para debater estratégias e políticas de preservação, difusão e acesso ao patrimônio artístico e documental brasileiro.
O evento contou com a participação de Vitor Fonseca, representante do Programa Memória do Mundo América Latina e Caribe da Unesco, que apresentou um panorama sobre a preservação e acesso ao patrimônio arquivístico e bibliográfico mundial. A difusão dos acervos foi abordada a partir das experiências de iniciativas como o Instituto Tomie Ohtake (SP), o Museu de Favela (RJ), a Editora Cobogó (RJ) e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que destacou as tecnologias digitais na preservação e compartilhamento de memórias.
“O digital adquiriu uma centralidade de como se constituem os laços sociais do nosso tempo e está em disputa. É um plano central quando falamos de acervo e memória. De que maneira estamos construindo estratégias e políticas para pensar esse laço social com os acervos por este plano digital? Em que medida estamos atuando nessas redes e produzindo formas novas de produzir experiências culturais que criam redes? Como as instituições culturais estão se preparando para isso? É fundamental e urgente uma política nacional voltada para a questão dos acervos digitais”, destacou Dalton Martins, coordenador de Sistemas de Informação Museal do Ibram.
A reflexão sobre a memória trouxe a preocupação com o reconhecimento das identidades e das culturas dos territórios, além da necessidade da ampliação do direito à documentação, narração e difusão da história à pluralidade dos povos e grupos que compõem a sociedade brasileira. Foram apresentadas iniciativas do universo virtual motivadas pela guarda de memórias e acervos como o Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA), o acervo da filósofa, escritora e ativista Sueli Carneiro e o site Trilhas da Cena composto por amplo acervo das artes cênicas brasileiras.
Outro ponto de destaque foi a acessibilidade. Isabel Portella, coordenadora da Rede de Acessibilidade em Museus (RAM), apresentou programas e ações que buscam garantir acesso pleno aos acervos para pessoas com deficiência, reiterando a importância de políticas que integrem acessibilidade à gestão museológica. “Acessibilizar é um direito. Não é algo apenas que um museu deve fazer para receber mais visitantes, mas para garantir um direito”, afirmou a curadora.
Especialistas de diferentes regiões compartilharam experiências de gestão e preservação, com apresentações que conectaram arte, história e cultura, e abordaram os desafios territoriais e gestão de acervos das artes a partir das práticas do Centro de Memória da Amazônia (PA), Rede MIS, Centro de Memória do Circo.
O seminário é uma iniciativa da Funarte, por meio do seu Centro de Documentação e Pesquisa - Cedoc/Funarte, da Diretoria de Projetos da Funarte, e integra o Programa Funarte de Pesquisa e Reflexão, que retoma a tradição da Fundação na promoção da pesquisa e marca mais um passo no atual processo de elaboração da Política Nacional das Artes (PNA), que tem a memória como um de seus eixos centrais.
Assista a toda programação pelo canal da Funarte no YouTube!