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Rede Música Brasil: marco na construção de políticas públicas para a música
Foto: Aju Paraguassu
Reafirmando a participação social como princípio para a construção de políticas públicas, a Funarte retoma a Rede Música Brasil, uma articulação de diversos segmentos da música brasileira. A volta da Rede, desarticulada nos últimos anos, é uma demanda de diversos setores da música brasileira e um compromisso assumido pela presidenta da Funarte, Maria Marighella.
A retomada foi oficializada em um encontro que integrou a programação da 20ª Feira da Música do Ceará, no Centro Cultural do Cariri, em Crato. A abertura oficial aconteceu no dia 11 de dezembro, e o evento segue até o dia 14, com grupos de trabalho, feira cultural e apresentações artísticas.
“É com uma honra imensa e responsabilidade institucional e de política pública que a Funarte se compromete com essa retomada. A retomada da rede que articula movimentos, grandes associações, agentes artísticos em torno de uma agenda do que seria uma política pública para a música. Ao convocar essa rede, convocamos que essa política nasça do chão de quem a faz, de quem a realiza como parte radical dessa construção. Portanto, esse futuro da música que redistribuirá num sistema de valores justo, equilibrando desigualdades históricas, está se dando aqui e agora”, declarou a presidenta Maria Marighella.
O encontro contou com a presença do diretor executivo da Funarte, Leonardo Lessa, e da diretora de música, Eulícia Esteves. Além da presidenta da Funarte, compuseram a solenidade oficial de abertura Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Ivan Ferraro, idealizador e diretor da Feira; Gecíola Fonseca, secretária executiva de Cultura do Ceará, e João Wilson, diretor executivo do Instituto Mirante. O evento mobilizou gestores, produtores, artistas, festivais, casas de show, selos, editoras, mídias, associações, movimentos, coletivos, produtoras em uma ampla articulação nacional e internacional.
A força transformadora da Rede
Criada em 2009, a Rede Música Brasil marcou um momento de protagonismo da sociedade civil na formulação de políticas públicas para o setor musical. A retomada reafirma a importância de articular agentes artísticos e culturais, poder público e iniciativas privadas na organização e imaginação de um futuro criativo, diverso e inclusivo para e por meio da música brasileira.
“A Rede Música Brasil é uma instância de participação social, uma esfera de interlocução entre a sociedade, os movimentos, os coletivos e o poder público. Política pública precisa ser feita a muitas mãos, e todos ganham com essa interação”, destacou Eulícia Esteves, diretora de música da Funarte.
Planejando o futuro da música
O primeiro dia do evento reuniu agentes que fizeram parte da trajetória da rede e rememoraram marcos da participação social na construção de políticas públicas. “Com certeza estamos vivendo um momento histórico para a música independente brasileira. A articulação dessas associações em uma grande rede como a Rede Música Brasil, a rede das redes, é um marco importante. Acredito que vamos sair daqui com uma integração entre essas diversas instituições e agentes e com um documento pra gente prospectar e planejar os próximos anos”, afirmou Ivan Ferraro, idealizador e diretor da Feira da Música do Ceará.
Ao longo dos quatro dias, os participantes, divididos em grupos de trabalho, estão debatendo temas como gestão pública, difusão, trabalho, formação e memória. O objetivo é consolidar um plano estratégico que será entregue à Funarte no dia 14 de dezembro, apontando prioridades e metas para um setor.
A retomada da Rede Música Brasil é um chamado ao diálogo, reafirmando o compromisso da Funarte em construir, ao lado da sociedade civil, um futuro vibrante e inclusivo para a música brasileira.