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Montagem ‘Ensaio sobre o Silêncio’, de Pernambuco, dá continuidade ao Festival Funarte Acessibilidança
Montagem ‘Ensaio sobre o Silêncio’, da coreógrafa Taciana Gomes (PE) – Foto: Fernanda Misao
O espetáculo Ensaio sobre o Silêncio, de Pernambuco, que faz parte da terceira fase do Festival Funarte Acessibilidança, será apresentado em vídeo, com audiodescrição e Libras, na próxima quarta, dia 4, às 20h. A obra surgiu no contexto da pandemia, buscando um “pseudolugar” de escuta móvel. O vídeo fica disponível para acesso gratuito no canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca) logo após o lançamento. O festival teve início em junho, com montagens premiadas da Região Norte. No mês de julho, foi a vez da Região Sul. A nova etapa apresenta espetáculos da Região Nordeste, e os projetos contemplados nas demais regiões do Brasil serão exibidos até outubro.
“Em Ensaio, a tentativa é colocada como desejo de continuação, uma possibilidade de escuta pessoal, de troca, de fuga e de encontro, que fomenta diálogos entre as corporalidades dos bailarinos. Em Sobre o Silêncio, pensamos em um possível lugar de maior intimidade com os impulsos internos, provocados por esse estado de ‘pausa’ coletiva”, explica a coreógrafa e diretora Taciana Gomes.
Ensaio sobre o Silêncio pontua, em sua trilha sonora, notas vibracionais intensas e marcadores culturais da musicalidade pernambucana. “A montagem de dança acessível busca ‘construir poéticas provocativas sobre a percepção de mergulho pessoal’, em busca de uma aproximação e relação entre espaço e corpo. Movimento, poesia e audiovisual são influenciados pela construção sonora marcada pelo psy-trance e sonoridades binaurais, pelo coco, o maracatu, em uma estética atual, com marcadores da pós-contemporaneidade”, comenta Taciana.
Taciana Gomes, que é pernambucana, ressalta o orgulho, a emoção e o desafio de participar do 1º Festival Funarte Acessibilidança. Frisa também o resgate ao estímulo para trabalhar com cultura acessível, “entre formas de falar e fazer sentir”. “Trabalhar em meio a uma pandemia mundial com acessibilidade, entendendo-a não apenas como ‘suporte’, mas como uma necessidade, foi e está sendo algo que me motivou e motiva, além de desafiar. A estreia de um trabalho autoral envolvendo texto, melodias e corporeidades em uma criação inédita; representar a nossa cidade e toda a hibridez presente em cada um dos envolvidos; e, ainda, ser premiado em um edital nacional e apresentar o resultado são de uma responsabilidade imensurável”, comemora a artista.
O bailarino e consultor Victor Marley explica a importância de ter participado do projeto e de ter colocado a identidade surda em ação, ao mesclar a arte da dança com o recurso de Libras. “Como único surdo cursando faculdade de dança aqui em Pernambuco, na UFPE, me senti honrado em fazer parte do Acessibilidança. Por meio do visual, poder passar emoção. Provando que o surdo pode tudo, assim como os ouvintes. Tentei colocar minha marca na dança. Como a dança é algo visual, os movimentos e ritmos chamam a atenção de quem está vendo. O foco da dança é levar a sensação de tranquilidade e sentimentos que cada bailarino proporciona pelas suas habilidades, fazendo com que o público tenha visões e emoções únicas, a cada solo ou apresentação em grupo”, destaca Marley.
Sobre a diretora e coreógrafa Taciana Gomes
Artista-docente formada em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Taciana atua como professora, pesquisadora, produtora e coordenadora pedagógica em projetos culturais e de programação artística. Participou do Festival Internacional Cena Cumplicidades e Festival de Dança do Recife, apresentando suas obras solo. Atuou como bailarina na abertura oficial do Carnaval de Recife, sob a direção de Dielson Pêssoa (2019). Desenvolvedora do estudo Aprendizagem profissional: uma investigação sobre os saberes docentes mobilizados na prática do ensino da dança, como pesquisadora (2019). Vencedora do Prêmio Funarte RespirArte, com a montagem Cali Reloaded (2020). Entre outras atividades, é professora da rede estadual de ensino no Estado de Pernambuco.
O Festival Funarte Acessibilidança
O Festival Funarte Acessibilidança, em estreia na instituição, foi criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020. No concurso público, foram premiados 25 projetos de vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à arte.
Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.
O coordenador de Dança da entidade, Fabiano Carneiro, destaca a importância de se levar essa linguagem artística à população, durante o período de distanciamento social. “Estamos estreando o Festival Funarte Acessibilidança, um projeto inédito com foco na acessibilidade e na inclusão. Ao longo dos próximos meses, serão apresentados espetáculos de dança das cinco regiões do Brasil, plenamente acessíveis ao público, contemplando uma enorme diversidade na sua programação”, explica o coordenador.
O festival foi lançado no dia 16 de junho, com o espetáculo Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (Tocantins). Na semana seguinte, foi exibido Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (Rondônia). Solatium encerrou a programação de companhias da Região Norte. A segunda fase apresentou montagens premiadas da Região Sul. Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (Rio Grande do Sul), deu início à programação. Em seguida, Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (Santa Catarina), foi exibido. O espetáculo Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (Paraná), fechou a temporada da região.
A terceira fase divulga os trabalhos da Região Nordeste. A estreia foi como espetáculo Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea, do Rio Grande do Norte. Segue agora com a montagem Ensaio sobre o Silêncio, de Pernambuco, no dia 4 de agosto. Maré – Versão virtual e acessível, também do Rio Grande do Norte, será encenada no dia 11. A programação continua com o espetáculo Rio sem Margem, da Bahia, no dia 18 e, no dia 25, com a montagem Plenitude, do Piauí. A montagem Ah, se eu fosse Marilyn!, da Bahia, será apresentada no dia 1º; e Proibindo Elefantes, do Rio Grande do Norte, no dia 8, encerrando a terceira etapa do evento.
Os projetos contemplados nas demais regiões do País serão exibidos em seguida, até outubro, por meio do canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca). No decorrer das apresentações, o coordenador de Dança da Fundação, Fabiano Carneiro, participará de uma “live” com diretores e artistas de dança, além de convidados.
Festival Funarte Acessibilidança
Acesso gratuito, no canal: bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca
Com audiodescrição e Libras
Espetáculo Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes, de Pernambuco
Dia 4 de agosto, quarta-feira, às 20h
Ficha técnica:
Direção geral e produção: Taciana Gomes / Elenco: Amanda Barros, Jonas Alves, Victor Marinho, Victor Marley e Taciana Gomes / Direção de fotografia: Fernanda Misao / Assistência de fotografia e imagens de drone: Felipe Lima / Trilha sonora (original): Enauro Medeiros e Matheus Freitas / Músicas: Noise,Tambores, Pêndulo, StringTheory, Abraços, Entre Mundos e Abre a Roda / Assistência de produção: Edpo Paixão / Produção executiva: Andrea Borges / Intérprete de Libras: Manu Oliveira / Consultor: Victor Marley / Intérprete de audiodescrição: Priscila Xavier / Consultor: Leonardo Sousa / Edição e montagem: Fernanda Misao / Apoio: Laboratório de Extensão e Ensino de Dança da UFPE
Agenda dos contemplados da Região Nordeste
Dia 11 de agosto, quarta-feira, às 20h
Espetáculo Maré – Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas (Rio Grande do Norte)
Dia 18 de agosto, quarta-feira, às 20h
Montagem Rio sem Margem, do coreógrafo e bailarino Elísio Pitta (Bahia)
Dia 25 de agosto, quarta-feira, às 20h
Espetáculo Plenitude, da Cia. de Dança Eficiente (Piauí)
Dia 1º de setembro, quarta-feira, às 20h
Montagem Ah, se eu fosse Marilyn!, do diretor, coreógrafo e dançarino Edu O. (Bahia)
Dia 8 de setembro, quarta-feira, às 20h
Espetáculo Proibido Elefantes, da Companhia Giradança (Rio Grande do Norte)
Agenda dos contemplados das demais regiões
Região Centro-Oeste – Dia 15 de setembro
Região Sudeste – Dia 13 de outubro
Região Norte (espetáculos já disponíveis): Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (TO); Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (RO); e Solatium, do Corpo de Dança do Amazonas (AM)
Região Sul (espetáculos já disponíveis): Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (RS); Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (SC); e Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (PR)
Região Nordeste (espetáculo já disponível): Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (RN)
Os vídeos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube após a exibição
Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte | Centro de Artes Cênicas | Coordenação de Dança
Secretaria Especial da Cultura | Ministério do Turismo | Governo Federal
Mais informações para o público: danca@funarte.gov.br
Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação – Funarte
ascomfunarte@funarte.gov.br
Outras ações e editais da Funarte: www.funarte.gov.br