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Maria Marighella assume presidência da Funarte
[Da esq. para a dir.] Márcio Tavares, secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC); a primeira-dama Janja Lula da Silva; Margareth Menezes, ministra da Cultura; Sônia Faustino, secretária-executiva e ministra substituta do Ministério das Comunicações; Maria Marighella, presidenta da Funarte; Marcos Teixeira, Assessor Especial da Diretoria Colegiada da Funarte; Aline Vila Real, Diretora de Fomento e Difusão; Laís Almeida, Diretora de Projetos; Eulícia Esteves, Diretora de Música; Sandra Benites, Diretora de Artes Visuais; Rui Moreira, Diretor de Artes Cênicas; e Leonardo Lessa, Diretor Executivo (Fotografia: Lunardo Giordani - Edição: CCOM Funarte)
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, assinou o Termo de Posse da nova presidenta da Fundação Nacional de Artes - Funarte, Maria Marighella, durante o ato As Artes Tomam Posse!, no dia 2 de março, na Sala Cecília Meireles, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). No evento, estavam presentes no palco também a primeira-dama Janja Lula da Silva; o secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares; e a secretária-executiva e ministra substituta do Ministério das Comunicações, Sônia Faustino.
O Ato de Posse recebeu autoridades, artistas e fazedores de cultura, como a cantora, compositora e ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda; e o jornalista, filósofo, escritor, ensaísta e ex-presidente da Funarte Francisco Bosco. Maria Marighella saudou os presentes, como as deputadas federais Benedita da Silva e Talíria Petrone; as deputadas estaduais do Rio de Janeiro Verônica Lima e Marina do MST; a vereadora da cidade do Rio de Janeiro Monica Benicio; a ex-deputada federal Áurea Carolina; a secretária estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros; o presidente do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Cultura e Secretário de Cultura do Espírito Santo, Fabricio Noronha; e o diretor do Fórum Nacional de Secretários e Gestores de Cultura das Capitais e Municípios Associados e secretário adjunto de Cultura de Belo Horizonte, Gabriel Portela. Também estavam presentes, entre muitos outros nomes de destaque, Marinete Silva, mãe de Marielle Franco; e os artistas Hilton Cobra, Zezé Polessa, Amir Haddad e Inez Viana.
Durante o ato, a nova presidenta da Funarte afirmou a importância da atuação de Margareth Menezes como Ministra da Cultura e de outros agentes públicos, destacando uma frase de Fabiano Piuba, Secretário de Formação Artística, Livro e Leitura do MinC, também presente: "política pública não se conjuga na primeira pessoa do singular". "Somos muita gente, em muitas frentes", disse Maria Marighella.
"Estamos aqui nesta noite para tomar posse, uma posse coletiva, uma posse partilhada. Entendemos que somos parte sempre de algo maior. É por isso que eu convoco a todas e todos, em cada canto do país, para tomar posse hoje conosco desta instituição, que faz 50 anos em 2025", destacou Maria Marighella. Se muitas pessoas do país hoje já são atingidas, de alguma forma, pelas políticas públicas da Funarte, "o dever" hoje, segundo a presidenta, é tornar esse contato muito mais direto, contando com o MinC recriado e tendo a política nacional das artes entre suas primeiras atribuições.
Maria Marighella saudou ainda a ex-presidenta Dilma Rousseff e o legado do trabalho dos ex-ministros da Cultura Gilberto Gil e Juca Ferreira, "que expandiram os modos como a cultura era compreendida, conferindo a ela centralidade e promovendo um conjunto de políticas". Em nome do ex-presidente da Funarte Francisco Bosco, Maria Marighella saudou ainda todos os ex-presidentes da Funarte.
"Tenho dito que se a política é minha ancestralidade, a arte é o meu fundamento. A nossa tarefa coletiva, que será feita por muitas mãos, tem um grande desafio, que é logo de saída retomar a Funarte às vésperas de seus 50 anos, restaurando por dentro e por fora o respeito às servidoras e servidores, aos trabalhadores e trabalhadoras das Artes e ao povo brasileiro", ressaltou a presidenta, frisando a responsabilidade e honra de ser a primeira mulher nordestina a comandar a Fundação, de forma plural; e a atuação de Margareth Menezes como ministra mulher, nordestina, afro-indígena e artista.
"A cultura foi um meio pelo qual povos, sujeitos, territórios sistematicamente vilipendiados, subalternizados, escravizados puderam se afirmar. E é por isso que as artes brasileiras, a cultura brasileira é esse valor, essa coisa nossa que 'sai do chão', nos dando dignidade, humanidade, nos fazendo maiores. Como toda riqueza, ela deve ser distribuída e, portanto, nós estamos aqui para fazer política pública, porque a arte e a cultura estão em toda parte. A cultura é um direito", declarou a presidenta da Funarte.
Maria Marighella apresentou a Diretoria Colegiada da Funarte, com Leonardo Lessa, Diretor Executivo; Rui Moreira, Diretor de Artes Cênicas; Sandra Benites, Diretora de Artes Visuais; Eulícia Esteves, Diretora de Música; Aline Vila Real, Diretora de Fomento e Difusão; Laís Almeida, Diretora de Projetos; Filipe Barros, Diretor de Logística, Orçamento e Administração; e Marcos Teixeira, Assessor Especial da Diretoria Colegiada da Funarte.
A ministra Margareth Menezes anunciou na ocasião que o Ministério da Cultura, recriado no dia 24 de janeiro, está aberto ao diálogo e às críticas, "porque só assim a gente vai fazer cultura de verdade". Diversos secretários do Ministério da Cultura estiveram presentes no Ato de Posse de Maria Marighella. De acordo com a ministra, o MinC está renovando a sua maneira de executar políticas públicas culturais. "Vamos retomar muitas coisas que foram construídas pelo ministro Gil, pelo ministro Juca, vamos reacender aquilo que foi construído, mas também estamos renovando, para melhorar tanto a parte interna da administração do Ministério da Cultura como melhorar para quem faz a cultura na ponta."
A primeira-dama Janja Lula, por sua vez, comentou durante o Ato de Posse: "Eu estou muito feliz de estar aqui hoje. Parabéns, Maria, você vai fazer um trabalho maravilhoso na Funarte. Margareth, a gente te ama".
O Secretário Executivo do MinC, Márcio Tavares, também fez sua declaração: "É muito orgulho fazer parte deste time, desta equipe e sobretudo poder construir políticas públicas não só para a comunidade cultural mas para os 215 milhões de brasileiros que têm a cultura como um direito. A cultura voltou, a Funarte voltou e, como diz a ministra, 'bora trabalhar!'".
O Ato de Posse foi transmitido pelos canais da Funarte e da TV Brasil no YouTube. A íntegra do evento pode ser assistida aqui, neste link.
Retorno da Funarte ao Capanema
Maria Marighella também saudou os grupos e coletivos artísticos que se organizaram para a realização do evento de Retomada da Funarte, ocorrido antes e durante o Ato de Posse da presidenta da Funarte. Convocado pelo Ocupa MinC RJ, movimento surgido em 2016 contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a extinção do Ministério da Cultura, o evento saiu em cortejo do Palácio Gustavo Capanema até a Sala Cecília Meirelles, com apresentações da Cia de Mysterios e Novidades, do Tambores de Olokun e de outros grupos e movimentos, e seguiu com atividades artísticas durante e após o Ato de Posse, do lado de fora da Sala Cecília Meireles, em frente à entrada, onde um telão transmitiu o evento com as autoridades.
O Palácio Gustavo Capanema, hoje fechado e em obras, foi sede do Ministério da Cultura, da Funarte e de outras instituições vinculadas à pasta e também um marco dos atos do Ocupa MinC e de outros movimentos sociais em 2016. Durante o Ato de Posse, a presidenta da Funarte destacou que a Fundação deve voltar ao Capanema.
“Um salve muito especial aos grupos e coletivos artísticos, artistas que estiveram aqui nesta noite, de maneira auto-organizada, autogerida, no engajamento ativista e que de maneira espontânea fizeram o cortejo que aconteceu e antecedeu este Ato, saindo do Palácio Gustavo Capanema até aqui. Nós, ministra Margareth Menezes, voltaremos ao Gustavo Capanema. Neste momento e afirmando esse compromisso, eu quero saudar o presidente do Iphan, Leandro Grass, e toda a equipe que tem cuidado de maneira atenciosa e agora mais presente da nossa obra, desse processo que nos levará de volta ao nosso Capanema”, anunciou Maria Marighella.
Ao final do Ato de Posse, na Sala Cecília Meireles, integrantes do Ocupa MinC que estavam presentes no espaço subiram ao palco, carregando uma grande bandeira em defesa do Ministério da Cultura e das artes.
Apresentações artísticas no Ato de Posse
O Ato As Artes Tomam Posse! teve em sua programação a apresentação de artistas na Sala Cecília Meirelles. Alunos da Escola Nacional de Circo, instituição da Funarte com 40 anos de atividades e que se tornou referência na formação de profissionais na linguagem artística, se apresentaram no palco. Também se apresentaram a atriz e cantora Verônica Valentino; o cantor e compositor Caio Prado, cantando o hino nacional; a cantora e compositora Doralyce; o artista Jackson Costa; e, ainda, a ministra da Cultura Margareth Menezes cantou "Brincar de Viver".
Sobre Maria Marighella
Maria Fernandes Marighella nasceu em Salvador (BA), no dia 16 de janeiro de 1976. Neta de Carlos Marighella, considerado um dos símbolos da luta democrática contra a ditadura civil-militar, é ativista da cultura, formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trabalhou como atriz, professora e produtora teatral. Atuou como coordenadora de Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e da Funarte. Foi diretora de espaços culturais e assessora especial da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). Recentemente, contribuiu para a construção e aprovação da Lei Aldir Blanc. Em 2020, junto à ManifestA ColetivA, movimentação cidadã de ocupação da política institucional, foi eleita vereadora da capital baiana e atuou em prol da cultura, na centralidade de um projeto para Salvador. Foi também durante o seu mandato na Câmara Municipal da Capital Baiana que assumiu a gestão do Centro de Cultura Vereador Manuel Querino, além de integrar as comissões permanentes de cultura e de defesa dos direitos da mulher da casa legislativa soteropolitana. Fundou e presidiu, ainda, a Frente Parlamentar Mista Ambientalista de Salvador. Integrou o Conselho Municipal de Política Cultural e tornou-se conselheira da Academia de Letras da Bahia.
Maria Marighella se licencia do cargo de vereadora para se tornar a primeira mulher nordestina na Presidência da Funarte.