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Irene Bertachini volta à Funarte MG com o musical Caracol
'Caracol' - foto: Pablo Bernardo
O Complexo Cultural Funarte MG recebe no dia 26 de abril, a cantora, instrumentista e compositora Irene Bertachini com o musical Caracol, dividindo a criação e a cena com o cantor e compositor Sidarta Riani, a atriz e cantora Jessica Pierina e os músicos Cici Floresta e André Oliveira. O projeto contemplado pelo Programa Funarte Aberta tem entrada gratuita e os ingressos podem ser retirados pelo sympla.
Idealizado por Irene e dirigido por Eugênio Tadeu (Rodopião e Serelepe), o espetáculo narra com poesia, teatro, brincadeiras e composições de sonoridade afro-brasileira e latina, as aventuras de um caracol à procura de sua casa.
“Caracol carrega a própria casa e está seguro por onde quer que ele vá. ‘Caracol-lar’: a habilidade de sentir-se seguro sempre começa com sentir-se em casa, com os próprios corpos e corações”, contextualiza Irene Bertachini. Símbolo de crescimento pessoal e proteção em diversas religiões de matriz africana, budista ou mesmo no espiritismo e catolicismo, o Caracol chamou a atenção de Irene: “como vive um bichinho que carrega sua própria casa nas costas? Será que nós também temos essa potência, esse poder interior de carregarmos os próprios lares?”, reflete. Segundo a artista, a partir da metáfora do caracol, a proposta é trazer ao público infantil e adulto, uma experiência divertida sobre a descoberta de si mesmo, a relação com a construção da própria identidade e seu desabrochar.
O musical nasce do contato de Irene com a obra infantil do poeta, professor, ficcionista, ensaísta e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileira, Edimilson Pereira. “Quando comecei a esboçar o espetáculo, queria referenciar autores negros e autores que tem uma trajetória na cultura afro-brasileira. Pesquisei vários e já conhecia o Edimilson. Só não sabia da existência de suas obras para criança e me apaixonei”, conta.
No texto escrito a muitas mãos pelos intérpretes Irene Bertachini, Sidarta Riani, Lilian Amaral (montagem original) e assinado também por Eugênio Tadeu, há poemas de Edimilson, retirados dos livros infantis "Reizinho do congo" e "Poemas para ler com as mãos". Irene escolheu e musicou três poesias que tratavam de tradições negras, como a capoeira, o reinado e o batuque. “Com Sidarta e Lilian elencamos outras duas que falavam sobre encontrar o próprio caminho nessa roda que é a vida. E assim fomos tecendo o percurso de formação da identidade do caracol, atravessado por elementos da afro-brasilidade e de outras culturas”, comenta.
Em Caracol, as canções fazem um passeio pela musicalidade da cultura popular afro-brasileira, da MPB e de outros países da América Latina, com canções de três compositores argentinos - Ruth Maria Hillar e Juan Sebastian (ambos do grupo Canticuénticos), Luis Pescetti e Marta Gomez, além de temas autorais de Irene Bertachini, Sidarta Riani, Raphael Salles e Lilian Amaral, e uma música vinda do além-mar, assinada pela compositora moçambicana Lenna Bahule. “Seja na escolha do repertório ou na criação das músicas, privilegiamos canções que trouxessem riqueza e diversidade de ritmos e tradições populares, o que resultou em um trabalho de musicalidade única”, finaliza.
SERVIÇO:
Espetáculo “Caracol”
Data: 26 de abril
Horário: 16h
Local: Funarte MG (Rua Januária 68 - Centro)
Entrada gratuita com retirada antecipada pelo Sympla
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos