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Artes Visuais
Iniciativa premiada pela Funarte promove aulas de design e artesanato para mulheres no interior do Pará
Projeto Rede de Saberes
“Rede de Saberes: jornada criativa de aprendizagem em design e artesanato” foi mais um dos projetos contemplados pelo Prêmio Funarte Artes Visuais Periferias e Interiores 2021/2022. De autoria de Jambo Estúdio, a iniciativa teve como objetivo capacitar mulheres moradoras de área rural, promovendo protagonismo feminino, geração de renda e fomento da economia local.
Com a ação, três oficinas, gratuitas, foram realizadas no mês de abril, na Ilha de Cotijuba, em Belém (PA). As aulas abordaram “Cultura e Sustentabilidade a partir de uma perspectiva do empreendedorismo criativo amazônico”, “Desenvolvimento de produtos pautados pela vivência da comunidade” e “Criação de estampas”. Ao todo, 90 mulheres foram impactadas direta e indiretamente pelo projeto.
As aulas foram pensadas para estimular as habilidades criativas das participantes. Cada oficina teve duração de 20 horas. Ao final do projeto, foi feita uma exposição com os produtos desenvolvidos, tais como bolsas de palha, colares de sementes e garrafas decorativas pintadas a mão. Além do Jambo Estúdio, a ação foi organizada pela “Da Tribu”, empresa de acessórios e biojoias, em parceria com o Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB) e apoio da Funbosque.
Tainah Fagundes, produtora cultural e empreendedora “Da Tribu”, explicou que o “Rede de Saberes” juntou a força do feminino com o território que é a Ilha de Cotijuba, “e esse lugar enquanto economia, que é geração de renda a partir dos saberes”. Reg Coimbra, designer do Jambo Estúdio, enfatizou, ainda, que este foi um “projeto de mulheres para mulheres”.
Como resultado das ações, algumas alunas criaram um grupo independente chamado “Égua Delas!” para promover atividades voltadas à valorização da autoestima feminina, mostrar o papel das mulheres na sociedade e reconhecer suas habilidades.
Impressões sobre o projeto
Para Feliciana Chaves, uma das participantes das oficinas, a iniciativa contribuiu para apresentar novas formas de trabalho. “Com esse aprendizado eu vejo que tenho possibilidade de ir além”, disse. Já a colega Adriely das Graças falou sobre a questão da geração de renda. “São coisas que podem nos ajudar financeiramente. No futuro, a nossa comunidade pode ter seu próprio negócio. E ajuda a resgatar um pouco da nossa própria história, como a costura, a arte dos barcos e a praia.”
Entre os desafios enfrentados para a realização das atividades, Sâmia Batista, designer, destacou que o território ribeirinho tem outro fluxo, outra realidade e outro ritmo. “Precisamos entender e desenvolver soluções para isso e não imitar o que uma comunidade urbana está fazendo, vivendo e usando.”
Sobre o edital Periferias
Realizado pela Fundação Nacional de Artes, o Prêmio Funarte Artes Visuais Periferias e Interiores contemplou, em sua segunda edição, 16 projetos com R$ 50 mil cada. O objetivo foi realizar oficinas temáticas presenciais na área de artes visuais. As atividades precisavam ser desenvolvidas em periferias urbanas com características de vulnerabilidade social e econômica ou em cidades com população de até 150 mil habitantes.
As oficinas abordaram as artes visuais em suas práticas convencionais, contemporâneas ou aplicadas. Com as ações, a ideia foi apresentar ferramentas para tornar a produção artística uma atividade economicamente sustentável, além de oferecer noções básicas de planejamento financeiro e marketing para os participantes das aulas. Dessa forma, é possível promover a economia criativa e gerar emprego e renda para a população.
Acesse aqui o vídeo final do projeto “Rede de Saberes: jornada criativa de aprendizagem em design e artesanato”, no Youtube da Funarte.