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Homenagem fotográfica ao Vale do Ribeira toma a forma de livro
Em mais de 200 imagens e textos, um livro, que registra parte da natureza e da cultura do Vale do Ribeira, obra dos fotógrafos Paulo Jolkesky e Ricardo Martinelli, será lançado pela Funarte, no dia 6 de outubro. A programação de lançamento inclui uma miniexposição de fotografias e exibição de vídeos, no Centro de Convivência Waly Salomão, no Complexo Cultural Funarte SP, na capital paulista, a partir das 18h. Retratos do Ribeira mostra, em mais de 200 fotos em preto-e-branco e textos, as paisagens e características da região, que alcança dois estados, entre o norte do Paraná e o sul de São Paulo. A obra apresenta trechos da Mata Atlântica do local e cavernas; além de traços da sua cultura e população, entre outros aspectos.
“Os autores não mediram esforços para mostrar todos os tesouros, naturais e culturais, escondidos”, diz o fotógrafo e escritor Adriano Gambarini. Segundo ele, a edição – com 368 páginas – “é uma “encantadora homenagem” à região, “seja pelos olhares, gestos e tradições” do povo local, ou pelo registro de parte do seu patrimônio imaterial, “um passeio por manifestações culturais e religiosas”.
Mesmo com algum prejuízo ambiental lá detectado, o Vale do Ribeira conta com enorme diversidade de espécies e biomas, considerados em bom estado de preservação. Abriga, ainda, múltiplas manifestações culturais. “Sua beleza natural, com sua insistente Mata Atlântica” escondem “uma paisagem esplendorosa e um misterioso mundo subterrâneo”, destaca o fotógrafo. Ele diz que, no volume, “Povos originários são [...] revelados”: como pescadores e outros grupos locais, com fotos de pessoas de todas as idades; de “Casarios que contam a história pregressa de um país moldado pelos europeus se misturam a casas de paredes de taipa modeladas por mãos resistentes e fortes. Um povo de pele escura e alma colorida é dignamente homenageado [...] num trabalho cuidadosamente produzido, ao longo de sete anos”, comenta Gambarini.
O Vale do Ribeira
O Vale do Ribeira é assim chamado por causa da bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e do “Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananeia e Paranaguá”, informa o site da Prefeitura do Município de Eldorado (SP) – uma das 22 cidades paulistas que, juntamente com nove outras, paranaenses, completam 31 municípios localizados na área, que conta com mais de 2,8 milhões de hectares (28 milhões de metros quadrados), segundo a fonte. Na região, também estariam “parcialmente” inseridas outras 39 cidades, nos dois estados.
O ecossistema “Abriga 61% da mata atlântica remanescente no Brasil, 150.000 hectares de restinga e 17.000 de manguezais”, acrescenta o texto. “Em 1999, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [Unesco] declarou a região Patrimônio Natural da Humanidade. Ela contém, em si, uma das maiores biodiversidades do planeta, pois conserva a maior porção de mata atlântica do Brasil. [...] é produtora de água de qualidade, tanto para abastecimento humano, quanto para a fauna aquática. [...] apresenta ecossistemas aquáticos (rio, estuário e mar) e terrestres (duna, mangue, restinga e floresta ombrófila densa)”, informa o site. De acordo com ele, “A região é destacada pela preservação de suas matas e por grande diversidade ecológica”; e sua floresta seria, “a maior área contínua de um ecossistema do Brasil”. E conclui: “Neste conjunto de áreas preservadas, são encontradas não apenas florestas, mas importantes comunidades”, indígenas, quilombolas, caiçaras e imigrantes.
Os autores
Paulo Jolkesky, paulistano, envolvido com a fotografia desde 1993, apaixonado pelas artes visuais, considera-se um “estudante das contínuas mudanças nas formas de comunicação visual”. Desenvolveu vários projetos e participou de mostras coletivas, como São Paulo, um Caso de Amor, no Conjunto Cultural da Caixa, na Capital; A Flor na Paisagem, com foto premiada no Museu da Casa Brasileira, também em São Paulo; e Por Onde Andei..., do Grupo Luminous, em Belgrado, Sérvia. Além disso, integrou, mais de uma vez, a Bienal de Arte Fotográfica, no Brasil, e a Biennial Fiap Natura, na Croácia (2006). Publicou conteúdos em livros e periódicos. Também atua na publicidade, por meio de bancos de imagens.
Ricardo Martinelli, espeleólogo (estudioso de cavernas), há 28 anos integra a União Paulista de Espeleologia. É também fotógrafo e artista visual. Trabalhou no Projeto 32 Cavernas, elaborando um dossiê de imagens para os planos de manejo de cavernas do Alto Ribeira. Fez parte da equipe do livro Luzes na escuridão – I e II –, ao lado de fotógrafos de caverna reconhecidos mundialmente. Participou de concursos, publicações, exposições e bienais de arte fotográfica.
Pegar a estrada e enfrentar o desafio
Jolkesky e Martinelli relatam que Retratos do Ribeira resulta “de uma espécie de chamamento interno, da vontade” dos dois fotógrafos “que, após anos frequentando o extremo sul do estado de São Paulo, conhecendo [...] sua gente acolhedora e incrivelmente valente, decidem pegar a estrada e enfrentar o grande desafio de contar, por meio de retratos e paisagens magníficas, as histórias...” dessa população.
“... imagine um grande rio que percorre dois estados, [...] que atravessa o maior remanescente de Mata Atlântica do Brasil, com importância imensurável relativa a sua biodiversidade e sua beleza paisagística; que, apesar de, ao longo de seu trajeto de 470 quilômetros passar por nove municípios diretamente e tantos outros através de seus incontáveis afluentes, ainda consegue manter suas águas com relativa qualidade; que tem uma bacia hidrográfica gigante e abriga em suas margens um fantástico mosaico de culturas tradicionais.... aldeias indígenas, quilombos, pescadores, manifestações culturais das mais diversas, desde o fandango no litoral até o Tooro Nagashi na cidade de Registro, uma grande procissão fluvial em que os fiéis se atiram no rio para acompanhar Nossa Senhora do Livramento já ali no alto da serra; comidas tradicionais; um patrimônio arquitetônico único na cidade de Iguape [...]”, resumem os autores.
“Fizemos inúmeras viagens para a região, muitas delas antes mesmo de conceber este trabalho. Como espeleólogos, mapeando e fotografando cavernas no Alto Ribeira; ou desde criança acompanhando as embarcações” [...] “Nas diversas conversas que tivemos com moradores ribeirinhos entre 2014 e 2019, ouvimos histórias e causos que nos levaram a uma intimidade profunda...”. Os artistas lembram ainda que, o antropólogo Antonio Diegues, em texto incluído no livro “conta a saga do homem naquelas terras desde os tempos do descobrimento...”.
“O Rio Ribeira – encantos entre a serra e o mar”
A escritora e fotógrafa Margi Moss diz, em comentário inserido na publicação: “Apesar da proximidade geográfica com as grandes metrópoles de São Paulo e Curitiba, é um mundo diferente, parado no tempo”. A pesquisadora informa que, em 2006, num projeto de pesquisa, percorreu o Alto Ribeira de carro e também navegou, da cidade de Registro até a foz do rio. Destaca que o Rio Ribeira encaixa toda a variedade ecológica e do ciclo da água, em sua extensão de aproximadamente 470 quilômetros. “É um exemplo perfeito da interligação de vários ecossistemas, desde as alturas até o nível do mar, desde as matas densas das serras até os brejos e as planícies e, finalmente, chegar à restinga na beira do oceano.”, acrescenta.
Lançamento do livro Retratos do Ribeira, de Paulo Jolkesky e Ricardo Martinelli
6 de outubro de 2022 | 18h às 21h30
Local: Centro de Convivência Waly Salomão
Complexo Cultural Funarte SP
Alameda Nothmann, 1058 - Campos Elíseos, São Paulo – SP
Informações ao público: (11) 3662-5177
Edição: Funarte
Formato: impresso | 368 páginas | Capa dura, com sobrecapa
ISBN: 978-65-5845-008-5
Preço: R$80
Vendas para todo o Brasil, por meio da Livraria Mário de Andrade (Funarte) | Pedidos para o e-mail: livraria@funarte.gov.br
Mais informações para o público: edicoes@funarte.gov.br
Com informações do site da Prefeitura do Município de Eldorado (SP)