Notícias
Funarte relembra Marina Miranda no Dia do Comediante
Marina Miranda (1930 - 2021) foi a primeira humorista negra de sucesso na TV brasileira (Crédito: Marina Miranda - Além da ‘Crioula Difícil')
A Fundação Nacional de Artes - Funarte relembra, neste 26 de fevereiro, no Dia do Comediante, a contribuição de Marina Miranda (1930 - 2021), a primeira humorista negra de sucesso na TV brasileira. A data implementada no Brasil homenageia aqueles atores que nos fazem rir por meio da sua arte, seja pela sátira ou pelo humor. Desde a Grécia Antiga, os comediantes nos ajudam a ver a sociedade por outros olhos. Um exemplo recente: durante a pandemia de Covid-19, foi por meio da comédia que muitos conseguiram seguir em frente.
No ano de 2020 a Funarte lançou o livro “Marina Miranda - Além da ‘Crioula Difícil’”, de Clóvis Corrêa, com prefácio de Ricardo Cravo Albin. A edição é um tributo à vida e obra da comediante e cantora. Marina Miranda, que alcançou destaque na televisão brasileira nas décadas de 70 e 80, ao lado de Tião Macalé. Juntos, os atores participaram do clássico programa cômico “Balança mas Não Cai”, no quadro “Crioulo e Crioula Difícil”.
De cantora de ópera à comédia
Sua carreira teve início na década de 50, como cantora de ópera na Rádio Nacional. Mas foi a sua ida para a canção popular, como intérprete de marchinhas, que levou a sua vida profissional para a comédia. Definida como “Grande Otelo de Saias” e “Josephine Baker brasileira”, a atriz trabalhou por 70 anos nas artes, chegando a receber a Medalha Chiquinha Gonzaga, concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro à mulheres que se destacam na defesa de causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais. Marina Miranda também foi contemplada com o Troféu Raça Negra 2010, por sua contribuição à cultura do país.
“Marina começou por onde raríssimos negros têm a coragem de se iniciar: o canto lírico, quase sempre objeto de preconceitos culturais e artísticos. E sobretudo raciais. A personagem que ela construiu na televisão, apresentando-se como a ‘Crioula Difícil’, foi uma das mais corajosas afirmações pessoais. Conquistou todo um país ao lado de Tião Macalé, fazendo do célebre programa Balança mas Não Cai um ícone da era do rádio, a perfeita transposição para a, então ainda iniciante, televisão”, destaca Ricardo Cravo Albin, musicólogo e pesquisador.
Além da rádio e do “Balança Mas Não Cai”, Marina Miranda também participou dos clássicos programas de humor da TV brasileira, "Os Trapalhões" (1992 - 1994), "Escolinha do Professor Raimundo" (2001) e "Zorra Total" (2000). E também das novelas Dona Xepa (1977), Dancin’ Days (1978), Vereda Tropical (1984), A Gata Comeu (1985), Mandala (1987), Bebê a Bordo (1988), O Dono do Mundo (1991), Prova de Amor (2005) e Caminhos do Coração (2007). Além de minisséries, filmes e especiais de fim de ano.
Pioneira na presença da mulher negra na TV brasileira e também no humor, Marina Miranda foi uma comediante que ajudou a transformar a cultura do país.
Marina Miranda – Além da “Crioula Difícil”, de Clóvis Corrêa
Edições Funarte
168 páginas
Formato: 16x23cm
ISBN: 978-85-7507-207-3
Encomendas para todo o Brasil
Livraria Mário de Andrade (Funarte): livraria@funarte.gov.br
Preço: R$ 30
Mais informações para o público: edicoes@funarte.gov.br