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Funarte lamenta a morte do pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão
José Ramos (Agência Brasil / Rovena Rosa)
A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte do jornalista, crítico musical, historiador e colecionador José Ramos Tinhorão. Considerado um dos maiores historiadores da música brasileira, com mais de 25 livros publicados, ele faleceu aos 93 anos, na terça-feira, dia 3 de agosto, em São Paulo (SP). Tinhorão estava internado com pneumonia há dois meses. Ele tinha a saúde afetada pela idade e por um AVC, sofrido três anos antes.
José Ramos nasceu em Santos (SP), em 1928, e foi morar no Rio de Janeiro aos nove anos. Com 20 anos, começou a estudar na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e, em 1951, iniciou trabalhos como jornalista “freelancer” para a Revista da Semana, assinando como J. Ramos. No ano seguinte, com 24 anos, ainda estudante de Direito e Jornalismo, passou a atuar como copidesque para o Diário Carioca, onde ganhou o apelido Tinhorão — nome de uma planta ornamental tóxica.
Segundo o Instituto Moreira Salles (IMS), que guarda a Coleção Tinhorão, a primeira matéria assinada por ele no Diário Carioca gerou um susto no autor. A assinatura registrada foi: “Reportagem de J. Ramos Tinhorão para o Diário Carioca”. José Ramos foi perguntar ao chefe de redação, Pompeu de Souza, sobre o uso do apelido, e Souza respondeu, justificando que o país já tinha muitos José Ramos: “Tinhorão vai ser só você”.
Tinhorão ficou no Diário Carioca até o final de 1958, quando foi para o Jornal do Brasil, convidado por Janio de Freitas para escrever no suplemento dominical. Dois anos depois, no contexto da criação do Caderno B, suplemento cultural do Jornal do Brasil, “nasceu” também o Tinhorão como pesquisador de música popular. Em 1962, alguns artigos da série Primeiras lições de samba foram incluídos no livro Música popular: um tema em debate, editado pela Saga, que é a obra de Tinhorão mais reeditada até hoje.
Paralelamente ao jornalismo, começou a fazer pesquisas para outros órgãos, colaborando com a revista de cultura do Ministério da Educação e a revista Senhor. Ao longo das mais de quatro décadas de carreira, passou também por veículos de comunicação como Pasquim, TV Excelsior, TV Globo, Rádio Nacional e Veja.
Nos anos 1990, deixou o jornalismo e passou a se dedicar à pesquisa histórica e à produção de livros. Fez pós-graduação em história social pela Universidade de São Paulo (USP), em 1999, e a dissertação gerou o livro A imprensa carnavalesca no Brasil: um panorama da linguagem cômica, editado em 2000.
Com informações do Instituto Moreira Salles (IMS)