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Música, Funarte
Funarte lamenta a morte de Erasmo Carlos
(Crédito da imagem: Reprodução de redes sociais)
A Funarte lamenta a morte do cantor, compositor e ator Erasmo Carlos (1941-2022), aos 81 anos, neste 22 de novembro. Pioneiro do pop rock brasileiro e figura central da jovem guarda ao lado de Wanderléa e Roberto Carlos, sua produção musical incorporou elementos de outras frentes da Música Popular Brasileira (MPB). É autor de mais de 600 músicas, como “Minha Fama de Mau”, “Mesmo que seja eu” e “É proibido fumar”.
O carioca Erasmo Esteves nasceu na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), em 5 de junho de 1941. Grandes nomes da MPB participaram da infância do cantor, como Tim Maia e Jorge Ben Jor. "Depois de ouvir o rock pela primeira vez ao passar debaixo da janela de uma festa, Erasmo Carlos começou a colecionar tudo sobre aquele ritmo que havia mexido com ele. Esse hobby acabou levando Roberto Carlos até a sua casa", conta o episódio de número 115 do Estúdio F, disponível aqui.
Em 1957, Erasmo foi convidado para fazer parte do grupo vocal Boys of Rock, rebatizado por Carlos Imperial de The Snakes. Com frequência, o quarteto acompanhava as apresentações solo de Roberto Carlos e de Tim Maia. Enquanto recebia aulas de violão de Tim Maia, Erasmo se desenvolveu como versionista de canções de rock como “Splish Splash” (1963), “Nasci para Chorar” (1964), “No Tempo da Vovó” (1965) e “Dia de Escola” (1965). No mesmo período, fez parte do grupo Renato e Seus Blue Caps e, em 1964, deu início à carreira solo, com o compacto “Terror dos Namorados”. Na sequência, gravou seu primeiro grande sucesso ,“Festa de Arromba” (1965), em parceria com Roberto Carlos.
No ano seguinte, teve sua estreia na TV Record com o programa dominical Jovem Guarda, ao lado de Roberto e Wanderléa. A jovem guarda tornou-se um movimento cultural e musical e, com o êxito do programa, Erasmo gravou, entre 1965 e 1970, seis álbuns pela gravadora RGE. Enquanto astro da jovem guarda, Erasmo atuou nos longa-metragens Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa (1969) e A 300 Quilômetros por Hora (1970), do diretor de cinema Roberto Farias (1932-2018). Com Os Machões (1971), dirigido por Reginaldo Faria, recebeu o Troféu Coruja de Ouro de melhor ator coadjuvante.
Ao longo da carreira, Erasmo Carlos reafirmou em sua obra sua posição de protagonista da jovem guarda, do rock brasileiro e da MPB, encontrando novos parceiros musicais. Com Carlos, Erasmo (1971), por exemplo, empreendeu uma definitiva mudança musical, distante da jovem guarda. Nos anos 1980, gravou Erasmo Carlos Convida, uma compilação de alguns de seus sucessos cantados em dueto com nomes como Gal Costa, Maria Bethânia e A Cor do Som.
Lançou muitos outros discos nos anos seguintes, como Santa Música (2004); Erasmo Convida volume 2 (2007), com participações distintas da primeira edição, como Lulu Santos, Marisa Monte e Milton Nascimento; retomou o rock em 2009, no disco Rock and Roll, produzido por Liminha e feito de canções inéditas com parceiros como o produtor e compositor Nelson Motta e os músicos Chico Amaral e Nando Reis. Nos anos 2015 e 2018, gravou respectivamente Gigante Gentil e O Amor é Isso. Terminou a década regravando alguns de seus sambas e samba-rocks e apresentando outros inéditos em Quem Foi que Disse que Eu Não Faço Samba (2019).
Erasmo também publicou uma autobiografia, Minha Fama de Mau (2009).
O multiartista deixa a esposa e três filhos.
A Funarte se solidariza com a família, amigos e fãs de Erasmo Carlos.
Com informações da Enciclopédia Itaú Cultural e do G1