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Música, Maestro Letieres Leite, Bahia
Funarte lamenta a morte de Letieres Leite
Maestro Letieres Leite. Foto: UFRJ - Divulgação.
A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta o falecimento do maestro Letieres Leite, de 61 anos, ocorrida nesta quarta-feira, 27 de outubro, em Salvador, Bahia – onde nasceu e morava. Também arranjador, compositor, instrumentista e educador musical, ele criou, em 2006, a Orkestra Rumpilezz e o Instituto de mesmo nome. Como percussionista e saxofonista, Letieres acompanhou artistas de sucesso, como as cantoras Maria Bethania e Ivete Sangalo – com quem trabalhou por mais de 12 anos – sendo o responsável pelos arranjos de alguns dos maiores sucessos das intérpretes. Atuou também com Elba Ramalho, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Com passagem pelo Conservatório Franz Schubert, da Áustria – país em que viveu por cinco anos; e atuação como professor, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Letieres desenvolveu uma carreira de sucesso, com apresentações ao lado de grandes nomes da música instrumental, como Paulo Moura, Gil Goldstein, Herbie Kopf, Raul de Souza, Hermeto Pascoal e muitos outros. Recebeu 14 prêmios dos mais importantes da música brasileira, entre eles o Prêmio Circuito Funarte de Música Popular, para turnê com a Orkestra Rumpilezz, em 2010. Participou da gravação de vários discos (veja as relações abaixo).
Letieres morreu por insuficiência respiratória, em decorrência da covid 19 – informa o Portal G1. Tratava-se em casa.
Informa o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira: “Nascido e criado em Salvador, tornou-se pintor autodidata, atividade exercida na papelaria do pai. Aos 12 anos tornou-se aluno de percussão do mestre Moa Katendê, criador do bloco Afoxê Badauê. No entanto, seguiu o caminho das artes plásticas. Até os 19 anos viveu como artista plástico e chegou a cursar Artes na Universidade Federal da Bahia. Na década de 1980, foi estudar música na Áustria, ocasião em que começou a fazer a fusão entre as tradições afro-brasileiras e as orquestrações europeias.
Sua carreira musical começou tarde a partir de convites que recebeu para tocar com diferentes artistas. Aos poucos foi se dedicando mais e mais à música. De volta ao Brasil seguiu a carreira artística e em 2006, criou a Orkestra Rumpilezz, dedicada a unir as tradições musicais baianas, africanas e da orquestração europeia”. A fonte acrescenta que, entre os trabalhos do maestro, destaca-se a criação de uma escola de música em Salvador.
Discografia
Em 1990, Letiere participou da gravação de Hip-Noses; de Tamanduá, no ano seguinte; e de Gravitalitá, com a banda Hip-Noses (1993). Em 2008, à frente da Orkestra Rumpilezz, gravou o primeiro CD da formação, lançado em 2009, com oito músicas do compositor. Esse trabalho foi bastante elogiado pela crítica e a orquestra recebeu duas indicações para o Prêmio Brasileiro de música. Em 2010, regendo o mesmo grupo, apresentou-se no Teatro Rival BR (Rio de Janeiro – RJ), quando foi lançado o CD da Orkestra. Ela foi muito aplaudida por apresentar, entre outras obras, composições de Dorival Caymmi com arranjos de Letiere. Em 2016, ele voltou a unir-se à Rumpilezz, para gravar o disco A saga da travessia. No ano seguinte, o disco foi indicado ao 28º Prêmio da Música Brasileira, nas categorias Instrumental Grupo e Melhor Álbum Instrumental, com o maestro também indicado como Melhor Arranjador. Em 2019, fez as adaptações orquestrais para o CD Canção da cabra – Sylvio Fraga Quinteto e Letieres Leite e tocou nas gravações.
Prêmios
O maestro ganhou as seguintes premiações*: melhor Instrumentista de Sopro em 1983 - Jornal Zero Hora (RS) e Melhor Arranjador de 1984, no mesmo concurso; primeiro lugar no Festival de Música da Rádio Educadora 2003 (Melhor Arranjador - composição Cortando Cebolas) e em 2009 (Melhor Arranjo – música Maldito Mambo, da Banda Retrofoguetes) 21º Prêmio da Música Brasileira (Melhor Grupo Instrumental e Revelação do Ano). Em 2010: Prêmio Circuito Funarte de Música Popular (com a Orkestra Rumpilezz); Prêmio Bravo! (Melhor CD Popular); Prêmio Itaú Cultural; Premio Medalha de Ouro Qualidade do Brasil; Premio Natura Musical; O Globo - Melhores da Música; Prêmio Petrobrás Cultural; 3º lugar Melhores de 2010 e indicação ao Prêmio Multishow – Melhor Instrumentista. Em 2011, ganhou a premiação Guia Folha Conexão Vivo.
Com informações de: Programa Arte de Toda Gente, Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, G1 e *Wikipedia